quarta-feira, 20 de março de 2013

O PESO DA CONSCIÊNCIA


      

         
      A Bíblia Sagrada, no livro de gênesis, registra que quando Deus criou os animais, as plantas, os mares e tudo que neles existe, o fez unicamente pela sua palavra;” E disse Deus: “haja luz!”, e a luz se fez, pela obediência a sua ordem. Porém, com relação ao homem, coroa da criação divina, o Senhor fez questão de dá-lhe forma com as próprias mãos. Cada curva, cada forma foi produto direto das mãos do criador.

         Dentre as maiores dádivas concedidas ao ser humano, está a consciência, o diferenciando de todos os outros animais. Decorre dessa dádiva os maiores questionamentos da vida humana. Por que estamos aqui? De onde viemos? Para onde vamos? Deus existe? Existe vida após a morte? Se existe, como ela é?

         Também parte desse mesmo prisma questões de menor relevância, que nos acompanham diariamente, como: Vou morar em outra cidade ou fico na minha terra natal? Me caso ou fico solteiro? Exerço esta ou aquela profissão?, faço este ou aquele curso? Sigo esta ou aquela religião, ou fico sem me filiar em nenhum crédulo, porém crendo ao meu modo?.

         Em determinadas situações, se tomarmos algumas decisões erradas estas nos deixarão apenas pequenas cicatrizes, contudo, existem outras que, se erradas, trarão consequências drásticas pelo resto da vida.

         Se continuarmos na cidade pequena, talvez não venhamos a conquistar muitos dos nossos projetos, entrementes, se decidimos mudar para os grandes centros, teremos que nos afastar de muitos dos familiares, amigos de infância e das nossas raízes que de tão fortes estão entrelaçadas em nossa alma.

         Se ficarmos solteiros, teremos mais liberdade, mas também deixaremos de gozar dos prazeres que o casamento também proporciona, como ter uma família, filhos, companhia, ver os filhos crescendo, etc.

         É portanto, dessa forma que muitas vezes o ser humano é surpreendido com crises das mais diversas, inclusive no campo da fé, diante de tantas perguntas sem respostas compreensíveis e tantas respostas prontas, para perguntas que não fizemos.

         Nem mesmo os maiores pensadores, doutores, teólogos deixaram de ser visitados por esses questionamentos, em algumas fases da vida. Em alguns casos, foram através dessas “crises” que surgiram grandes fontes do direito, da teologia, da filosofia e outras ciências. Gandhi, Santo Agostinho e outros tantos passaram por crises temporárias nesse aspecto.   

         É justamente por termos essa consciência, não existente em outros animais, que muitas vezes nos sentimos entristecidos, arrependidos por alguma palavra falada, um erro praticado, uma dúvida angustiante e, dependendo da situação, através de um diálogo, um pedido de perdão, uma prece ou até o mesmo o próprio tempo, essa crise se afasta.
        
         De outro modo, existem aqueles que por mais injustiças que venham a praticar ao longo de toda sua vida, jamais demonstram qualquer sinal de arrependimento ou constrangimento. Vivem passando uma imagem de um verdadeiro anjo como a pessoa mais pura de coração que já habitou na terra. Um verdadeiro ator.

         Enquanto uns passam noites em branco sem conciliar o sono, as vezes por um simples desentendimento, outros que cometem injustiças durante a vida inteira, andam de queixo "arribitado", dormem tão leve que chegam até a ressonar. Jamais demonstram qualquer pesar na consciência. E se os outros, no momento de crise a chamam “consciência pesada”, esses “aparentam” que mesmo repleto de injustiças, tem uma consciência tão leve que pesa menos que a pena de um pássaro.

         Pelo menos é o que parece. No interior da alma só eles (e Deus) sabem que sua consciência pesa mais que as pedras do que circulam o “Vale do Catimbau”.

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