sábado, 3 de maio de 2014

A CAATINGA DECLAMADA - O BLOG "ALAGOAS NA NET" PUBLICOU:

Terça feira, dia 29/04 o blog ALAGOAS NA NET publicou a matéria abaixo, com o cordel de autoria deste poeta, intitulado "A CAATINGA DECLAMADA", trabalho que foi publicado em vários outros blogs e sites do país, inclusive no site da ASCES, onde o autor concluiu o curso de direito em dezembro de 2008, no site do canal FUTURA e outros. Ele foi escrito a pedido da equipe do Núcleo de Sustentabilidade do Tribunal de Justiça de Pernambuco, em comemoração a semana da caatinga. Confiram:
 

 Seguindo a nossa semana cultural em homenagem ao Bioma Caatinga, hoje vamos publicar o texto de um internauta colaborador, da cidade de Buíque, no estado de Pernambuco.


      O profissional formado em Letras e bacharel em Direito, Paulo Tarciso Freire de Almeida, nos enviou uns versos em formato de literatura do cordel onde descreve as belezas deste bioma unicamente brasileiro.
 
    O escritor pernambucano é autor de diversos folhetos de cordel e atualmente possui um blog na internet, que leva seu nome (http://paulocordelbuique.blogspot.com.br). 






                              
 A CAATINGA DECLAMADA

  


Amigos me deem licença
Pois agora eu vou falar
O tema hoje é caatinga
Se quiser pode anotar
Vem do Tupi-guarani
Por isso anote aí
Para depois se lembrar.


“Mata branca” digo agora
É seu significado
Aqui em nosso país
Está bem representado
Nos Estados do Nordeste
Terra de cabra da peste
Vou lhe dizer cada Estado.


Paraíba e Ceará
Pernambuco e na Bahia
Sergipe e Alagoas
Digo mais com alegria
No Estado Piauí
Caatinga tá por ali
Frio a noite fogo ao dia.


Pelo Rio Grande do Norte
Se estende lá a caatinga
Norte de Minas Gerais
Ela por lá predonina
As secas são prolongadas
Poeira sobe na estrada
E o semi árido é o clima.


Ação humana mudou
Cerca de oitenta por cento
Do que era original
Isso digo com lamento
Os recursos naturais
Com isso sofrem demais
As vezes falta alimento.

 
Áreas de conservação
Em número tem trinta e seis
Que é menos de um por cento
Vejam perdemos a vez
De um ar mais natural
E esse calor infernal
Foi o homem que assim fez.


Setecentos e tinta e quatro mil
De quilômetros quadrados
Corresponde a dez por cento
Do território marcado
Dentro do nosso país
O livro assim já me diz
E aqui está confirmado.


Falando em temperatura
São elevadas demais
Entre vinte e cinco graus
E vinte e nove é e outra mais
Solo raso e pedregoso
O clima a noite é gostoso
Rochas na frente e atrás.


As chuvas na região
Vem na chegada do ano
E tudo que estava seco
Vai logo ressuscitando
O mato seco enverdece
Os frutos logo aparece
A esperança voltando.


É que a recuperação
Do bioma em rapidez
Vai sim mudando a paisagem
Pau seco sem cor e vez
Vai logo brotando folhas
Ao ver a água em bolhas
Se acaba a “viuvez”.
  

Os problemas sociais
Na região são presentes
A baixa renda é um deles
Quem vive aqui sei que sente
Até escolaridade
Seja no sítio ou cidade
Pede atenção bem urgente.


Afinal em habitantes
Na caatinga e seus rincões
Vou dizer aproximado
Tem 25 milhões
Falta sim saneamento
Tem ruas sem calçamento
Políticos espertalhões.


Mortalidade infantil
É alto o número, faz pena
É árido até no nome
Mas melhorou sei do lema
Se o povo aprender votar
E muito mais, se cobrar
Vai ver a situação “amena”.


Principal atividade
Na caatinga é a pecuária
Mas com a seca constante
Sem a água necessária
Prejudica a região
Isso já é tradição
O Gonzagão já cantava.


Veja o Rio São Francisco
Um grande libertador
Trazendo água e progresso
Quem da água já usou
Fazendo irrigação
Viu progresso no seu chão
Tem poeta e cantador.


E as plantas da caatinga
Vou citar algumas delas
Xerófilas que se adaptam
À seca mas que são belas
Mas tem também umbuzeiro
E o mandacarú “flexeiro”
E muita planta amarela.


Já a fauna da caatinga
Tem répteis representados
Por lagartos e por cobras
Roedores e por sapos
Tem cutia e tem gambá
Tatupeba e o preá
Arara azul e veados.


Árvores como umburana
Está na vegetação
Tem de 2 a 5 metros
Embeleza a região
As paisagens naturais
Na caatinga tem demais
Turismo boa opção.


A região da caatinga
Tem vaqueiro e aboiador
Violeiro e repentista
Que ao verso dá valor
E foi nessa região
Que viveu o Lampião
Que sua fama deixou.


Você que não conheceu
Não deixe o tempo passar
Marque com a sua turma
E venha sim passear
Conhecer belas paisagens
No São Francisco ás margens
Tomar banho e peixe assar.

 
Obrigado por me ouvirem
E aos que leram o cordel
Foi o que pude escrever
Olhando para esse céu
Azul de um sol escaldante
De um povo forte e vibrante
Pra quem eu tiro o chapéu.

Paulo Tarciso Freire de Almeida
Autor.  Buíque- PE
Escrito em 25.04.2014

Link para conferência: 




sexta-feira, 2 de maio de 2014

UMA AMIGA DE OURO E UM PRESENTE ESPECIAL .



        
      Recentemente ganhei um presente tão especial, da colega de trabalho Nery Lourenço, que não posso deixar de tecer este comentário. Não só por ela, que veio da vizinha Arcoverde para engrandecer a justiça buiquense, mas também pela beleza do presente. Trata-se do CD “MUIRA-UBI – CANTILENAS E SAUDADES”, da dupla arcoverdense PAULINHO LEITE E TONINO ARCOVERDE. 

        O CD é composto de 17 canções da melhor qualidade musical e poética dos últimos dias. Quem gosta de poesia é difícil não se emocionar ao som de “A LISTA”, composição de Oswaldo Montenegro, que ganhou uma nova roupagem na voz da dupla. Outros destaques são “VIOLA FORA DE MODA”, composição de Edu Lobo, “PÉTALAS”, de Alceu Valença e Herbert Viana, “TEMA PARA JULIANA”, de Rolando Boldrin, “CUITELINHO”, de domínio público, composição de Paulo Vanzolini, que nos remete para o cancioneiro Mineiro e a vida nos campos amazonenses, dentre outras.

        Contudo, sem desmerecer as demais musicas, confesso que as que mais arrebataram meus sentimentos de matuto do interior foram “MUIRA-UBI”, composição de Paulinho Leite e RIACHO DO MEL, composta pela dupla Paulinho Leite e Tonino Arcoverde.  Os arranjos em Muira-Ubi, com o som de pegadas de cavalo, cancela se abrindo e o zumbido de disparos nos leva de volta aos velhos filmes de cawboy dos tempos do Cinema. A letra é de uma sensibilidade ímpar. Até eu, que não sou arcoverdense, me senti um nato daquelas terras, ao ouvir falar em: “Olho d’água dos bredos (...), brincar de anel, roda meu pião, soltando pipa, balão, brincar de anel passando de mão em mão (...) as lendas da histórias de Noé, as cacimbas de seu Jé, o queijo e o mel que vendia seu Abdias...

        Quando ouvimos “Riacho do Mel”, se fecharmos os olhos, mergulharemos nas profundezas das águas cristalinas daquele rio, enquanto a alma adulta, que já ingressou no ciclo dos “enta”, regressa aos dias da infância e da inocência, adormecidos ao som lírico da sanfona, violão, violinos e as vozes dos artistas, que ora se separam, ora se unem produzindo um som que perpassa os ouvidos e se infiltra na alma do homem moderno, tão sedento de canções líricas e poéticas, quanto o bebê no colo da mamãe nas madrugadas longícuas e chuvosas, ao som das canções de niná que vão lhe adormecendo no colo suave e quente, como um anjo nos braços do criador. 

        Os arranjos, que contaram com a participação de Cezinha e Orlando Melo, nas sanfonas, João Neto e Vanutti nas guitarras. Trompete, gaita, violinos, contrabaixo e outros instrumentos, além das fotos do encarte. A produção da capa, em tom vermelho e amarelo, com uma índia, tornam, com toda certeza um dos melhores trabalhos musicais do Nordeste.

        Pois bem Nery. Você já me deu vários presentes, mas esse foi mais que especial, porque trata-se daquilo que eu mais aprecio, música, poesia e arte. De quebra apresento meus parabéns aos artistas arcoverdenses, meu chará “PAULINHO” LEITE e TONINO ARCOVERDE, grandes artistas. Parabéns pelo trabalho que só engrandece nossa região. Que venham outros. E VIVA A POESIA!

A amiga Nery Lourenço, em  confraternização com os colegas do fórum em dez/2011.