Terça feira, dia 29/04 o blog ALAGOAS NA NET publicou a matéria abaixo, com o cordel de autoria deste poeta, intitulado "A CAATINGA DECLAMADA", trabalho que foi publicado em vários outros blogs e sites do país, inclusive no site da ASCES, onde o autor concluiu o curso de direito em dezembro de 2008, no site do canal FUTURA
e outros. Ele foi escrito a pedido da equipe do Núcleo de
Sustentabilidade do Tribunal de Justiça de Pernambuco, em comemoração a
semana da caatinga. Confiram:
Seguindo a nossa semana cultural em homenagem ao
Bioma Caatinga, hoje vamos publicar o texto de um internauta colaborador, da
cidade de Buíque, no estado de Pernambuco.
O profissional formado em Letras e bacharel em Direito, Paulo Tarciso Freire de
Almeida, nos enviou uns versos em formato de literatura do cordel onde descreve
as belezas deste bioma unicamente brasileiro.
O escritor
pernambucano é autor de diversos folhetos de cordel e atualmente possui um blog
na internet, que leva seu nome (http://paulocordelbuique.blogspot.com.br).
A CAATINGA DECLAMADA
Amigos me
deem licença
Pois agora
eu vou falar
O tema hoje
é caatinga
Se quiser
pode anotar
Vem do
Tupi-guarani
Por isso
anote aí
Para depois
se lembrar.
“Mata
branca” digo agora
É seu
significado
Aqui em
nosso país
Está bem
representado
Nos Estados
do Nordeste
Terra de
cabra da peste
Vou lhe
dizer cada Estado.
Paraíba e
Ceará
Pernambuco
e na Bahia
Sergipe e
Alagoas
Digo mais
com alegria
No Estado
Piauí
Caatinga tá
por ali
Frio a
noite fogo ao dia.
Pelo Rio
Grande do Norte
Se estende
lá a caatinga
Norte de
Minas Gerais
Ela por lá predonina
As secas
são prolongadas
Poeira sobe
na estrada
E o semi
árido é o clima.
Ação humana
mudou
Cerca de
oitenta por cento
Do que era
original
Isso digo
com lamento
Os recursos
naturais
Com isso
sofrem demais
As vezes
falta alimento.
Áreas de conservação
Em número
tem trinta e seis
Que é menos
de um por cento
Vejam
perdemos a vez
De um ar
mais natural
E esse
calor infernal
Foi o homem
que assim fez.
Setecentos
e tinta e quatro mil
De
quilômetros quadrados
Corresponde
a dez por cento
Do território
marcado
Dentro do
nosso país
O livro
assim já me diz
E aqui está
confirmado.
Falando em
temperatura
São
elevadas demais
Entre vinte
e cinco graus
E vinte e
nove é e outra mais
Solo raso e
pedregoso
O clima a
noite é gostoso
Rochas na
frente e atrás.
As chuvas
na região
Vem na
chegada do ano
E tudo que
estava seco
Vai logo
ressuscitando
O mato seco
enverdece
Os frutos
logo aparece
A esperança
voltando.
É que a
recuperação
Do bioma em
rapidez
Vai sim
mudando a paisagem
Pau seco
sem cor e vez
Vai logo brotando
folhas
Ao ver a
água em bolhas
Se acaba a
“viuvez”.
Os
problemas sociais
Na região
são presentes
A baixa
renda é um deles
Quem vive
aqui sei que sente
Até
escolaridade
Seja no
sítio ou cidade
Pede
atenção bem urgente.
Afinal em
habitantes
Na caatinga
e seus rincões
Vou dizer
aproximado
Tem 25
milhões
Falta sim saneamento
Tem ruas
sem calçamento
Políticos
espertalhões.
Mortalidade
infantil
É alto o
número, faz pena
É árido até
no nome
Mas
melhorou sei do lema
Se o povo
aprender votar
E muito
mais, se cobrar
Vai ver a
situação “amena”.
Principal
atividade
Na caatinga
é a pecuária
Mas com a
seca constante
Sem a água
necessária
Prejudica a
região
Isso já é
tradição
O Gonzagão
já cantava.
Veja o Rio
São Francisco
Um grande
libertador
Trazendo
água e progresso
Quem da
água já usou
Fazendo
irrigação
Viu
progresso no seu chão
Tem poeta e
cantador.
E as
plantas da caatinga
Vou citar
algumas delas
Xerófilas
que se adaptam
À seca mas
que são belas
Mas tem
também umbuzeiro
E o
mandacarú “flexeiro”
E muita
planta amarela.
Já a fauna
da caatinga
Tem répteis
representados
Por
lagartos e por cobras
Roedores e
por sapos
Tem cutia e
tem gambá
Tatupeba e
o preá
Arara azul
e veados.
Árvores
como umburana
Está na
vegetação
Tem de 2 a 5 metros
Embeleza a
região
As
paisagens naturais
Na caatinga
tem demais
Turismo boa
opção.
A região da
caatinga
Tem
vaqueiro e aboiador
Violeiro e
repentista
Que ao
verso dá valor
E foi nessa
região
Que viveu o
Lampião
Que sua
fama deixou.
Você que
não conheceu
Não deixe o
tempo passar
Marque com
a sua turma
E venha sim
passear
Conhecer
belas paisagens
No São
Francisco ás margens
Tomar banho
e peixe assar.
Obrigado
por me ouvirem
E aos que
leram o cordel
Foi o que
pude escrever
Olhando
para esse céu
Azul de um sol
escaldante
De um povo
forte e vibrante
Pra quem eu
tiro o chapéu.
Paulo
Tarciso Freire de Almeida
Autor. Buíque- PE
Escrito em
25.04.2014
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