Como relatei em postagem recente, estou em recesso do
trabalho e gosto de aproveitar essas oportunidades para fazer aquilo que mais aprecio.
LER. E, como de costume, quando gosto de uma leitura faço dica neste site cultural,
para que outras pessoas, caso queiram, possam adquirir o livro e também
conhecer o seu conteúdo.
A dica de leitura de hoje é do livro
KENNEDY, da coleção Biblioteca de História
– Grandes personagens de todos os tempos, da Editora Três. Contém 250 páginas,
incluindo álbum com 14 fotos. A edição que tenho em mãos e que acabei de ler é do ano de 1973. Para um bom leitor pode ser lida em uma semana.
John Fitzgerald Kennedy foi o 35º
presidente dos Estados Unidos. O Livro narra em ricos detalhes a sua história, desde
o seu nascimento, em 29 de maio de 1917, em Brookline, Massachusetts, Estados
Unidos e vai até a sua eleição e governo que durou apenas cerca de mil dias,
quando foi assassinado em 22 de novembro de 1963, em Dallas, Texas, Estados
Unidos e na época contava com apenas 46 anos de idade.
Jacqueline Bouvier, nascida em Long
Island, Nova York a 28 de julho de 1929, descendente de uma abastada e
aristocrática família, de origem francesa, educada em ambiente de grande
cultura e sofisticação foi a mulher escolhida que encantou o coração do jovem
político. Os dois se casaram em 12 de setembro de 1953.
O homem que tinha o dom dos grandes líderes:
espontaneidade, entusiasmo, grande facilidade de comunicação __ que fez até se relacionar
politicamente com os seus maiores rivais, tanto que o seu vice foi escolhido por
ele próprio, sendo justamente o antigo rival Lyndon B. Johnson, o que mais lhe
atacou durante a campanha das primárias.
Todos esses fatos são narrados de
maneira tão envolvente no livro, que o leitor se sente envolvido na campanha
presidencial, daquele que foi oi primeiro presidente americano de fé católica,
num país de maioria protestante e o segundo presidente mais jovem dos Estados
Unidos da América.
Sua visão política e seus projetos, que
fizeram com que fosse eleito deputado federal, senador e por último, o cargo
mais elevado da nação, o de Presidente da República, são narrados em todos os
seus pormenores, desde a decisão da candidatura, reuniões com o pessoal
responsável pela campanha, funções de cada equipe, debates na TV, pesquisas e
tudo que numa grande campanha eleitoral não pode ser esquecido.
A obra também narra sobre o problema de “dores
na coluna” que acometia o presidente, fato que o fez ser submetido a várias
cirurgias. Outros relatos dão conta que
os médicos diagnosticaram como “doença de Addison”, um mau funcionamento das glândulas
suprarenais.
Fatos como a crise dos mísseis em Cuba,
a construção do muro de Berlim, o início da corrida espacial e a Guerra do
Vietnã, são narrados na obra com muita informação e detalhes de como tudo ocorreu.
Também ficou registrado que o presidente Kennedy foi um grande defensor do
Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos.
A obra é dividida em 30 partes, assim delimitadas:
1 - Apresentação; - 2 - Cronologia; 3 - Capítulo I –
Sob o signo da tragédia antiga; 4 -
Capítulo II –A origem do Clã; 5 - Capítulo III - “l enfance D’ um chef”; 6 - Capítulo IV - Iniciação política – Congresso e Senado; 7 -
Capítulo V – Entreato: Casamento e Doença; - 8 - Capítulo VI – De volta à
política – A campanha presidencial de 1956; 9 - Capítulo VII – De novo no Senado;
10 - Capítulo VIII – Kennedy candidato; 11 - Capítulo IX– O Sistema Político
Norte- Americano; 12 - Capítulo X– O Partido Democrata; 13 - Capítulo XI– Os Republicanos; 14-Capítulo XII -
As primárias: Da teoria à prática; 15 - Capítulo XIII– A Convenção Democrata; 16 - Capítulo XIV– O início da campanha eleitoral; 17
- Capítulo XV– Em campos opostos; 18 - Capítulo XVI– Frente a Frente; 19 -
Capítulo XVII– Segundo Entreato: À espera da posse; 20 - Capítulo XVIII–
Kennedy e os Países da África e da Ásia; 21 - Capítulo XIX– Kennedy e a
Discordante Europa; 22 - Capítulo XX– A Luta pelos Direitos Civis; 23 -
Capítulo XXI– Último ato; 24 - Capítulo XXII– Kennedy e as Grandes Crises
Mundiais; 25 – Kennedy e sua época; 26 – O que disseram e escreveram sobre
Kennedy; 27 - Curiosidades; 28 - Discursos de Kennedy; 29-Bibliografia; 30 –
Álbum de fotos.
Alguns Trechos do livro:
“Após A votação, Kennedy dirigiu-se à praça de esportes
e dirigiu-se rapidamente à convenção: “Esta é, de muitas maneiras, a eleição mais
importante na história desta nação. Todos nós estamos unidos em nossa devoção a
esta pátria. Esperamos mantê-la forte e livre. Isso requer o melhor de nós.
Posso assegurar a todos vocês aqui presentes, que depositaram esta confiança em
mim, que eu serei merecedor da confiança de vocês”. Página 99.
"Quando terminou de falar, foi para seu quarto, dormir.
Mas ainda havia um problema a resolver: o da escolha do vice-presidente. A solução
que Kennedy deu a esta questão foi uma demonstração de habilidade e do senso
prático que possuía, no trato com os homens do partido. Na quinta-feira de
manhã, procurou Lyndon Johnson, dos adversários o que mais lhe atacara, e
convidou-o para compor a chapa. Johnson não pensou duas vezes: aceitou. O
objetivo de Kennedy era claro: obter os votos do Sul, para vencer a eleição e
neutralizar o conservador Johnson, tirando-o da liderança do Senado, onde
poderia trazer-lhe problemas (...)”. Página 99.
“Não creio que
o mundo esteja caminhando para o comunismo. Penso que, oportunamente ele tomará
a direção que estamos seguido... Todos vós estareis, num certo sentido, em
1961, governando esta grande República; e sobre todo vós, de acordo com a vossa
maneira de ser e a vossa vida, grandes responsabilidades recairão (...) página 108.
“As réplica de
Kennedy, porém, em nada ficaram devendo às tiradas de Nixon, e para isso usava
inclusive o símbolo do partido republicano – o elefante - ?”O sr. Nixon parece
que ainda não compreendeu que o presidente dos Estados Unidos, Sr. Eisenhower,
não é o candidato. O elefante republicano é como elefantes de circo e vocês já
tiveram a oportunidade de vê-los. Com suas cabeças de marfim, sua pele grossa,
sua falta de visão e sua grande memória, eles se movimentam em circuitos no
picadeiro e agarram com a tromba a cauda do que está logo à frente (...)”. Páginas
113-114.
(...) “ No dia da votação, Kennedy havia
voltado para Hyannisport, com seu estado-maior, para acompanhar a apuração dos
resultados. Um dia antes de terminar a contagem dos votos, Nixon compareceu à
TV e declarou que, se a votação continuasse daquele jeito, Kennedy seria o novo
presidente. O próprio Kennedy ficou surpreso com as palavras de Nixon, achando
que ainda era muito cedo para Nixon considerar-se derrotado.
No dia seguinte, depois de publicados
os resultados finais, chegou a Hyannisport um telegrama de Nixon: “Quero
reafirmar, através desse telegrama, as congratulações e os melhores votos que
desejei na TV ontem à noite. Sei que você contará com o apoio unitário de todos
os americanos conforme conduzir a nação à causa da paz e da liberdade nos
próximos quatro anos.” (Páginas
123-124).
“Contados os votos e comemorada a vitória,
Kennedy começou a se aperceber do abismo que separa as posições de um candidato
das de um presidente eleito. Na verdade, muitos dos discursos pronunciados
antes da eleição não passavam de retóricas da campanha. Mas agora tratava-se de
planejar e ação governamental, pelo menos definindo os primeiros passos:
constituir o Ministério, elaborar o projeto legislativo e preencher cerca de
1.200 postos do governo (...)”. Página 125.
“(...) Também
na composição do Gabinete , o presidente
eleito dá mostras de seu espírito de conciliação. Para os três principais
cargos do governo, cooptou homens ligados às maiores empresas do país: para o
Departamento de Defesa, chamou Robert McNamara, gerente geral da Ford; para o
Departamento de Estado, convidou Dean Rusk, membro da diretoria da Fundação
Rockefeller; e para o Departamento do Tesouro o escolhido foi Douglas Dillon,
que fora secretário-adjunto do Departamento de Estado do governo Eisenhwoer, e
que contava com a aprovação dos grandes banqueiros. Estas escolhas de Kennedy –
todos homens ligados a Rockefeller e, pelo menos dois deles, McNamara e Dillon,
republicanos, o último inclusive membro da administração passada __ suscitaram
controvérsias na equipe presidencial. Mas a opinião de Kennedy acabou por
prevalecer.
As outras
pastas, Kennedy distribui-as entre os homens de sua equipe e algumas figuras
tradicionais do cenário político americano, sempre na linha da renovação
moderada. Ao seu irmão Robert, foi dado o cargo de secretário de Justiça, não
sem alguma hesitação (...)”.
“No sudeste
asiático a situação era particularmente grave, pois o desafio comunista, sob a
forma de ofensivas dos Vietcongs e do Pathet Laos era cada vez mais agudo (...)
Está certo que procuremos conter a expansão do comunismo, no Sul, mas não
exclusivamente pela forma das armas. A tarefa é antes de criação de um forte
sentimento não-comunista nativo, dentro dessas áreas, valendo-se ele como
fortaleza defensiva, e não das legiões do general de Lattre. E fazer isso, à
parte dos anseios nacionalistas (...)”. Página 133.
“(...) Achava o presidente que o neutralismo
tendia a se ampliar e a se transformar num ponto crítico na batalha entre a
democracia e o comunismo (...)”. Página 136.
"(...) Chegando em Dallas, a comitiva presidencial rumou do aeroporto para o centro da cidade. No caminho, o povo acenava sem muito entusiasmo, mas, no centro, a cordialidade era evidente. O presidente sorria, correspondia aos acenos. "O Sr. não poderá dizer que o povo não lhe deu uma boa recepção", comentou a Sra. Connaly, sentada ao lado de Jacqueline. O carro presidencial passou pela porta do Depósito de Livros Escolares do Texas. Alguns disparos se ouviram e logo a trágica e irreversível notícia abalava o país: Kennedy estava morto (...)". Página 158.
Fonte da foto:https://www.terra.com.br/noticias/educacao/historia/john-fitzgerald-kennedy-e-a-tragedia-de-gatsby,026634b680c72410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html
Foto: Getty images.
Três minutos depois desta cena Kennedy seria assassinado webp
P.S. Todas as fotos foram extraídas de publicações na internet