Desde tenra idade sou adepto de
temas religiosos, especialmente do cristianismo. Sinto profunda alegria com a
chegada das festividades que fazem parte do calendário cristão, como a semana
santa e o natal. Independente de quem introduziu essas comemorações na nossa cultura,
a observo com profunda simpatia e respeito. Elas tem um grande significado para
todos nós, quer sejamos católicos, evangélicos, espíritas ou seguidores de
outra corrente de fé. Uma história real do amor de Deus pela humanidade.
De
alguma forma essas festas tradicionais durante milênios conseguiram manter
acesa a história do cristianismo e, muita gente, ao menos durante alguns dias
refletem sobre a importância da vinda do filho de Deus à terra para nos ensinar
o caminho do amor, do perdão, do arrependimento e da salvação.
É
claro que introduziram outros símbolos na páscoa, como o ovo de chocolate em
substituição ao verdadeiro “Cordeiro de Deus”, e atualmente pouco se fala sobre
sua missão e seu papel na vida do homem, mas isso é de alguma forma
compreensível. Faltou plantar na infância para se colher na fase adulta. No
entanto, de forma até inconsciente, as pessoas se reúnem em seus lares, trocam
presentes, viajam ao encontro de parentes, reatam comunhão, etc.
Me
recordo que antigamente, durante a festa da páscoa, principalmente na quinta e
sexta feira, as pessoas não trabalhavam, lojas eram fechadas, carros não
trafegavam nas ruas, a televisão só exibia filmes com temas religiosos, as
rádios só tocavam músicas clássicas, de cunho espiritual ou a história do
nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus. Bares ou bebidas alcoólicas,
de forma nenhuma. A exceção era apenas um bom vinho em casa com familiares e amigos.
As
pessoas se reuniam nas calçadas conversando sobre Jesus e de quarta a sábado a
comunidade inteira se reunia no cinema da cidade para assistir um filme em
preto e branco intitulado “A Paixão de Cristo”. Havia noite que o filme era
exibido duas vezes.
Confesso
que o clima era tão sagrado que parecia que gente estava vivendo em Jerusalém nos
tempos de cristo. Até no meio secular a música tinha ar de religiosidade. Quem
não se lembra daquelas canções que marcaram época, como foi o caso das canções “Jesus
Cristo” e “Obrigado Senhor”, de Roberto Carlos, “O Homem de Nazaré” e “Se eu
pudesse conversar com Deus”, que ficaram nacionalmente conhecidas na voz de
Antonio Marcos. Quem não se recorda da oração de Odair José: “Os anjos estão voltando,
vem pra dizer que Deus está chegando” e Almir dos Fevers com a sua famosa “Deus,
vem me ajudar, pois estou só aqui...”.
Entretanto,
como disse o poeta Cazuza, o tempo não para, e como o planeta tem que girar, vão-se
os costumes e as tradições. As gerações de outrora vão “pegando o trem com suas
bagagens” e se as novas não vivenciarem de fato e com consciência o significado
dessas festas, o perigo que corre é ver num tempo bem próximo a festa da páscoa
se transformar simplesmente num feriadão, oportunidade para três ou quatro dias
na praia e nem um olhar para o céu ou para a Cruz de Cristo, verdadeiro
significado da páscoa. Nada contra o feriadão nem o passeio à praia, mas que se lembrem de que até esse feriadão foi por causa "Dele".
Como
cristão evangélico, reconheço a importância dessa festa mais comemorada pelos
irmãos católicos, e, confesso que se todos de fato aproveitassem a oportunidade
para refletir sobre o significado da páscoa judaica, que lembra a libertação do povo Judeu do cativeiro Egípcio,
pela mão forte de Deus, através do seu servo Moisés, festa que o próprio Jesus comemorou
com seus familiares, a partir dos 12 anos, iriam compreender melhor sobre a páscoa cristã, e assim lembrar-se que
foi através do sacrifício de Jesus, que passou a vigorar o real sentido do pão e
do vinho, símbolos da carne e do sangue do cordeiro de Deus e da nova aliança
que ele concedeu a todos os homens, como passaportes para a vida eterna.
BOA PÁSCOA PARA TODOS !