Não
pretendo com essa postagem fazer uma analise profunda em matéria de direito,
apenas comentar de forma simples, sobre duas leis, há muito vigentes e conhecidas
em todo território nacional. Me refiro a lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, conhecida
como a lei de alimentos e a lei nº 8.429, de 02 de junho de 1.992, conhecida
popularmente como “Lei de Improbidade Administrativa”.
A
primeira entrou em vigência na época do presidente Costa e Silva e já sofreu
algumas alterações, contudo, não no que diz respeito ao seu objeto principal,
convocar os genitores a contribuir com pensão alimentícia para criação dos
filhos. Diga-se de passagem que com as alterações introduzidas, atualmente até
os avós estão entrando no polo passivo da demanda e sendo intimados a pagar pensão
para os netos, quando os genitores destes, por algum motivo não estão em
condições para tal.
Quando
o genitor deixa de depositar ditos alimentos, sendo executados e prevalecendo
inerte, a prisão por inadimplência é certa, como dois e dois são quatro.
Sei
que a população tem ciência, praticamente todo mês, de homens que são
conduzidos aos presídios por falta de quitação desse débito alimentar. É
verdade que entendo desnecessário o uso de algemas nesses casos, como se o
inadimplente fosse um bandido perigoso e trancafiado num presídio onde existem
centenas de homicidas, traficantes de drogas, ladrões, etc, mas o que quero
discutir nessas poucas linhas é a praticidade dessa lei, eis que pobres ou
ricos, pretos ou brancos tem sido levados às malhas da justiça e, em muitos
casos, aos presídios. É atrasar e ser preso. Pagar e ser liberado.
Já
tive ciência de várias pessoas que passaram por essa experiência, alguns ao
menos por um dia outros, por terem mais condições financeiras, são apenas
recolhidos por algumas horas, contudo através da quitação do débito imediatamente
tem expedido em seu favor o competente alvará de soltura e são liberados.
Por outro lado, contrariamente a lei de
alimentos, a Lei 8.429, de 02 de junho de 1.992, conhecida popularmente como
“Lei de Improbidade Administrativa”, que dispõe sobre sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos cargos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função na administração publica direta, indireta ou
fundacional e dá outras providências, não tem, até os dias atuais, gerado o
efeito esperado.
Todavia,
enquanto na lei de alimentos, quando o devedor, por alguma situação deixa de
quitar o débito, as vezes de R$ 200,00 ou R$ 300,00, por dois ou três meses e
não justifica perante o juízo, está sujeito a
passar uns dias na cadeia, na lei de improbidade, o administrador passa
três quatro anos, ou mais, “desviando” milhões dos cofres públicos e nada de
prático acontece contra ditos administradores. Os mensaleiros
foram até processados e alguns poucos já foram condenados, mas são casos de
exceção. Quantos realmente estão presos? Quanto devolveram aos cofres públicos o que comprovadamente desviaram?
Como
diz um amigo meu: “Até os postes da Celpe” tem conhecimento disso, a televisão
mostra escândalos e mais escândalos semanais de clamar aos céus,
entretanto, o número de presos nesse caso é praticamente zero. Se bem que só a
prisão, por si, não seria suficiente, seria necessário também o Estado
confiscar os bens que foram adquiridos de forma ilegal, o que não é difícil de
ser constatado, pois o Brasil inteiro tem conhecimento de governantes que
tomaram posse sem possuir uma corda para puxar um cachorro e saem mais ricos do
que os petroleiros do oriente médio.
Não
estou criando fatos nem me referindo a ninguém em particular, apenas comentando
fatos que são rotineiros no Brasil inteiro. É só ler ou assistir os jornais na
televisão que o leitor vai constatar essas verdades. Inclusive o programa
Fantástico, da Rede Globo tem exibido diversas reportagens, com provas fartas
de desvios de deixar qualquer pessoa revoltada, mas, infelizmente, pouca ou
nenhuma providência de fato é tomada contra esses larápios do colarinho branco.
O que acontece é que diante de tanta impunidade, quem assume o comando já entra
sabendo o que fazer com o dinheiro público, e se não sabia, quando toma as
rédeas do poder, aprende em poucos dias. A propósito, o programa Fantástico, da Rede Globo, domingo dia 24.03.2013 exibiu excelente reportagem sobre esse tema. Como diria o jornalista Boris Casoy:"Isto é uma vergonha!"
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