Depois de alguns dias sem publicar esta página, por problemas no blog e também por questão de disponibilidade de tempo, já que no Poder Judiciário de todo o Brasil vivenciamos o mês do Tribunal do Júri, e por ser servidor do judiciário pernambucano, sendo um dos organizadores do evento, fiquei com pouco tempo disponível para fazer estas publicações culturais, voltando nesta tarde com nossos poetas.
Inicialmente quero expressar minha tristeza, pela partida do grande poeta e cantador SEBASTIÃO DIAS, falecido neste domingo (03.12). Antes de vir a óbito, Sebastião sofreu um infarto em Icó - Ceará, na noite de 25 de novembro p.passado, justamente quando fazia aquilo que mais amava - cantar, dedilhando sua viola. O sepultamento aconteceu cidade natal - Tabira/PE na tarde de 04 de dezembro, debaixo de um grande clamor e lamento de seus milhares de amigos e companheiros de viola.
O nordeste fica menor e mais triste com essa despedida, embora a voz e a poesia de Sebastião Dias permanecerá por muito tempo em nossos corações.Tive o prazer de assistir várias apresentações dele e guardo vivo na lembrança sua voz inconfundível e seu talento de improvisador, além do elevado grau de conhecimento que o auxiliou, e muito, em seus improvisos e canções que he renderam diversas medalhas.
Fica a minha gratidão, pela contribuição cultural e poética que muito me inspirou, considerando que desde a adolescência gostei de ouvir seus discos, (Lps e cds), e a casa dos saudosos Zezinho Dentista e D. Daquinha era um ponto certo para ouvir essas canções. Além disso assisti várias cantorias de viola que tiveram a participação desse artista tão querido.
Feita essa nota, vamos agora às poesias de hoje. Começo com as criações do querido amigo de infância Dr. Vanaldo Araújo.
Brota
feito uma mina
De uma
cacimba funda
Que meu
coração inunda
E alma
toda contamina
É semente
que germina
Pronta
prá desabrochar
Na terra
que ela vingar
É dor
para eternidade
A dor que
vem da saudade
Não tem
como explicar.
Mote:
Silvano Lyra
Glosa:Vanaldo
Araújo.
Buíque-PE
A voz de
Sebastião
Era muito
diferente
Emocionava
a gente
No
repente e na canção
Com sua
viola na mão
O Sertão
era o universo
E na
força do seu verso
A cultura
agradecia
Adeus até
outro dia
Deus lhe
guarde em seu regresso.
Vanaldo
Araújo. Buíque-PE
Meu complemento à poesia de Vanaldo:
Deus lhe
guarde em seu regresso
E lhe dê
boa acolhida
Quem
cantou aqui na vida
Norte,
nordeste e Sertão
E
enchendo o seu pulmão
Não
encontrou embaraço
Com a
viola no braço
Espalhou
boa semente
Recebe literalmente
Do nosso
Deus um abraço.
Paulo
Tarciso – Buíque-PE
SEGUIMOS AGORA COM AS POESIAS DE IRIVANIZE ALBUQUERQUE:
QUERO
Quero a
paz, quero a vida.
O
encontro.
E nunca a
despedida.
Quero a
liberdade de pensar,
Viver e
amar;
O sonho e
a realidade.
A mentira
esquecida
Um amor
verdadeiro,
Uma vida
sem pressa,
Um amigo
companheiro;
Poder,
não me interessa.
Quero a proteção eterna de DEUS,
Sem mais
nada temer.
Quero a
eternidade do amor,
Da razão,
da sabedoria.
O fim da
dor.
O eterno
começo da alegria.
Irivanize Albuquerque (1990).
Livro
“Simplesmente Eu”.
INCERTEZA
Nesse
mundo de incertezas,
De total
desassossego,
Onde a
falsidade impera;
E a
felicidade é puro devaneio.
O amanhã,
Uma
certeza abstrata,
Nos
sentimos pequenas chamas,
Com medo
até de brisa.
Vidas,
condenadas pela corrupção
E
violência,
Dominam,
Anulam,
páginas do nosso destino,
Do que
resta da inocência.
Irivanize
Albuquerque (1992)
Livro
“Simplesmente Eu”.
E, para encerar, veremos as poesias do grande poeta Zé Ives:
A semente
que cai
No ventre
da terra
Um broto
se gera
Do tronco
ele sai
O ramo
que vai
Nascer
uma flor
De puro
rubor
E
delicadeza
Com toda
certeza
Perfuma o
amor.
Poeta
José Ives
(12/2018)
A saudade
e o amor
Só andam
de braços dados
E quando
estão afastados
Sentem o
mesmo sabor.
Nostalgia
s solidão
Que
dentro do peito cresce
E quem
com isso padece
É o pobre
coração.
A
ausência do amor
Faz o
coração sofrer
A saudade
é de doer
Com todo
tipo de dor.
Saudade é
a flor da paixão
Que no
canteiro da vida
Não é
plantada, é nascida
E só
produz solidão.
Essa
solidão que cresce
É fruto
da ilusão
Que nasce
no coração
Não que a
gente e merece.
Mais um
dia esse horror
Tende a
desaparecer
Pois,
somente eu e você
Viveremos
de amor.
Poeta
José Ives
(30.11.2023)
A MULHER
E A SEMENTE
A semente
quando cai
Por força
da natureza
Realiza a
proeza
Multiplicando
demais
Nascendo
noutros locais
Carregadas
pelo vento
Vai
servir de alimento
Para
todos os animais
E não
acaba jamais
A saga do
nascimento.
Semente
amadurecida
Gera um
ser fenomenal
Com
aparência igual
Toda ela
parecida
Nunca
será esquecida
Pelos
cuidados da gente
E a mão
de DEUS somente
Existe
comparações
São
iguais as gestações
Da mulher
e da semente.
Poeta Zé Ives
Em 02.12.2022