Me pediram
pra falar
De um povo
vibrante e forte
De raça
negra em Buíque
Ela está no
Sul e Norte
Por isso
prestem atenção
Pois falo
de coração
Em rima Deus me deu sorte.
Por isso
faço em cordel
Este trabalho
pedido
Os
personagens que falo
Da terra
são conhecidos
É minha
forma de honrar
Ao povo
deste lugar
Alguns
foram meus amigos.
O primeiro
personagem
Que quero
lhe apresentar
É Saturnino
Vieira
E vou aqui
destacar
Que mesmo
sem faculdade
Foi grande
autoridade
Aqui e em
outro lugar.
Delegado
Especial
Da Câmara
foi presidente
Prefeito em
Ibimirim
Com sua
fala expoente
Foi um
grande advogado
Que honrou
o nosso Estado
Forte,
capaz e valente.
Pra ele
aprender a ler
De mestre
não precisou
Aprendeu
vendo a cartilha
Sozinho se
destacou
Deixou um
grande exemplo
De garra e
discernimento
E nossa
terra honrou.
D. Bené,
sua filha
É outra
forte guerreira
Lutar pelos
seus direitos
Nesse
assunto é primeira
Buíque ou
na capital
Ela nunca
se dar mal
Do seu pai
uma grande herdeira.
Com quase
oitenta anos
Ainda faz
caminhada
Ajuda a
quem precisa
E não tem
medo de nada
Gente assim
batalhadora
Em tudo é
vencedora
Deve ser
sempre lembrada.
Nanci é
mais uma herdeira
Faz parte
da educação
Professora
competente
Cada aula,
uma lição
Respeito e
competência
A voz da
experiência
Ensina com
o coração.
Lembrei
neste momento
De Marlene
irmã de Cóca
Excelente
professora
Pra ela dou
cem por nota
Uma grande
educadora
Foi do
Duque professora
Seu nome
ninguém desbota.
Educação no
falar
No trato
sempre prudente
Respeito
com os mais velhos
Conselhos
inteligentes
Uma marca
especial
Desse povo
sem igual
Modo de
vida excelente.
De José
Manoel da Silva
A mente
veio “alembrar”
Conhecido
“Zé de Né”
Terei mesmo
que citar
Um exemplo
de bravura
Uma boa
criatura
Que vive
neste lugar.
Constituiu
uma família
Como nos
tempos passados
Bem dez filhos, grande prole
Mas foram
todos criados
Trabalho
suor, respeito
Zé de Né
trouxe no peito
Por isso
que é respeitado.
Seja
criando o gado
Ou mesmo na
plantação
Transportando
o progresso
Em Mercedes
ou Caminhão
Até mesmo
no comércio
Zé de Né
estabelece
Mercado
Frei Damião.
A família
entendeu
O recado do
seu pai
Todos são
trabalhadores
E a vida
seguindo vai
Honrando o
que ensinou
Tratando a
todos com amor
Família
assim nunca cai.
Mocinha de Zé de Né
É outro nome que cito
No comércio ou na escola
É um exemplo bonito
De presteza e educação
Nos ouve com atenção
Com Berreca seu marido.
Ainda
seguindo a lista
Me lembrei
de “Cabo João”
Militar que
aqui viveu
Foi um
grande cidadão
Da política
ele gostava
Em Marco Freire votava
E nos
Arraes campeão.
Numa festa
de natal
Cabo João
se preparou
E foi o
papai Noel
Deu
presentes e brincou
Pra alegria
das crianças
Um negro
com a barba branca
Um exemplo
de senhor.
Mas eu
prossigo a lista
De seu
Pedro me “alembrei”
Ele tinha
uma farmácia
Vendo
alguém no aperrei
Seu Pedro
logo atendia
Com
presteza e alegria
Em farmácia
ele era o rei.
Sempre com
boas conversas
No seu
rosto a alegria
Se o
freguês tinha o dinheiro
Ou pagava
em outro dia
Seu Pedro
com atenção
Apertava a
sua mão
E o remédio
vendia.
Quem não
lembra de Mocinha
A filha de
seu Martins
Era sempre
sorridente
Uma alegria
sem fim
Em evento
social
Mocinha não
tinha igual
Brindar
tim-tim por tim-tim.
Andava
sempre elegante
Mostrando a
beleza em cor
Ajudou
nossa cidade
Com seu
exemplo e valor
Foi
professora exemplar
E todos
neste lugar
Lhe devem
honra e favor.
A minha
mente não para
Me lembrei
de Edgar
O marchante
da cidade
Que hoje
aqui não está
Mas nessa
lista ele pode
Vendia
carne de bode
No açougue
do lugar.
Zé Vieira
foi um moço
Na dança
era o melhor
Fosse no
samba ou no coco
O mesmo o
puro forró
Zé Vieira era
lição
Era amigo
do povão
E era bom
de “gogó”.
Cantava
igual o Luiz
Por isso
muita amizade
Tinha o
respeito de todos
Partiu
deixando saudade
Pra São
Paulo viajou
E nunca
mais retornou
Pra ver a
nossa cidade.
Me recordo nesta hora
Zé Henrique, o marceneiro
Mesa, cadeira e bancos
Zé Henrique o carpinteiro
Paciência e atenção
Ele foi o campeão
Na profissão o primeiro.
Seu Cândido Leite não pode
Ficar fora desta lista
Pra fazer percata boa
Sapato preto ou com lista
Ele foi bom professor
Muita gente ensinou
Foi também um grande artista.
Para fazer amizade
Seu Candido dava o recado
E na banda marcial
Que tinha em nossa cidade
Ele sim participou
No Piston ele tocou
Com muita capacidade.
O melhor bar que havia
No coração da cidade
Era o de Cândido Leite
Homem de muita amizade
Candido Leite Cavalcanti
Quase cem anos e elegante
Partiu deixando saudade.
Cito também “Passo Preto“
Um homem trabalhador
Que viveu nesta cidade
Muita amizade formou
Um grande mestre de obras
E contador de história
Que muita gente ajudou.
Luiz Nilson é outro nome
Que veio para o sucesso
O primeiro mercadinho
Foi dele com seu progresso
Uma família ordeira
Trabalho sua bandeira
Pra ele eu mando esse verso.
O título de cidadão
Luiz Nilson já ganhou
Tornou-se assim buiquense
Esta cidade adotou
Lutando em seu comércio
Trouxe emprego e progresso
Um homem bom de favor.
Encerro aqui com um abraço
Que mando de coração
Seja você branco ou negro
Já digo de antemão
O nosso sangue é vermelho
E o Pai é o Deus verdadeiro
Por isso somos irmãos.
Buíque, 19 de Novembro de 2013
Paulo Tarciso Freire de Almeida
Autor
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Cabo João - O único papai Noel Negro de Buíque - ano 1976 |
|
Este poeta blogueirto com Candido Leite Cavalcanti |
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O empresário Luiz Nilson Ferreira |
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Este poeta blogueiro com D. Bené, em abril de 2011 e Saturnino Vieira |