sábado, 23 de novembro de 2013

MENSAGEM DE AMIGO POETA É COISA PRA SE PUBLICAR, NÃO PARA ARQUIVAR.

        

     
      Hoje, pela manhã, recebi uma mensagem do amigo, poeta Carlos Alberto, professor na Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde,  e, de quebra, nessa mensagem que era uma resposta, ele me presenteou com um verso que não pude deixar apenas nos meus arquivos, tive que pedir sua autorização para divulgá-lo neste blog. 

     A poesia é atual e diz respeito aos últimos eventos políticos ocorridos e divulgados em todos os meios de comunicação do país. Mais uma vez parabenizo o amigo Carlos Alberto, pelo seu talento, criatividade e sensibilidade que o torna um vitorioso e conquistador de tantos prêmios literários em nosso país. 
         Confiram essa nova criação sua:


                                                        "Que o Libelo genuíno
                                                         Faça jus ao que proclama:
                                                        Cadeia a todo cretino
                                                        Que se mensalou na lama!"

    Ao autorizar a publicação dessa poesia, ele assim se expressou: "Para mim é um prazer figurar no seu Blog. Fique à vontade!.

     Pois, bem, está dado o recado, e para não ficar só nessa, segue outra poesia do mesmo autor. Esta foi selecionada e incluída numa exposição em Brasília - DF, promovida pela AABB, no ano passado. 


   Carlos Alberto Cavalcanti já recebeu várias premiações, dentre elas uma no concurso literário em Ponta Grossa - PR, na modalidade Clássica. Já publicou um livro intitulado "Itinerário Poético" que recebeu Menção Honrosa da Academia Pernambucana de Letras (APL). Por duas vezes recebeu prêmio "Trovador Dr. Paulo Afonso de Negreiros Sayão Lobato", por ter sido a melhor trova de educação formativa no XXX Concurso Nacional/Internacional de Trovas, em Taubaté-SP, dentre outros. 

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

BUIQUE VIVENCIANDO O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA


 
        Hoje, 20 de novembro, é vivenciado o dia da consciência negra. Durante a semana as escolas estaduais e municipais estão realizando palestras, seminários e debates sobre o tema relembrando o grande líder negro Zumbi, que no período do Brasil colonial defendeu seu povo contra a escravidão até as últimas consequências, vindo a ser morto na batalha que ficou conhecida como "Quilombo dos Palmares". 

     Os quilombos representavam a resistência ao sistema escravista e defendia também a manutenção da cultura africana no Brasil. Essa batalha significa também a luta pela liberdade que todo ser humano almeja e que a sua ausência torna o homem pouco diferente dos demais animais, já que a liberdade é algo inerente a alma humana.

     Nesta manhã, não pretendendo me aprofundar na origem desse dia, quero resumir minha participação prestando uma singela homenagem em forma de poesia, a diversos personagens que fizeram história em nossa cidade. Alguns já partiram desta vida, outros ainda estão em nosso meio, quer seja no comércio, na educação, nos transportes, na construção civil ou até mesmo gozando de suas aposentadorias, mas sempre contribuindo com seus conselhos e com suas experiências.

     O trabalho foi escrito a pedido de alunos e professores de uma escola Estadual de Buíque, visando homenagear alguns personagens de cor negra que marcaram a vida social, cultural e política de Buíque. Espero que todos os citados na poesia e seus familiares gostem da homenagem. Ei-la:     
 
Este poeta blogueiro com D. Bené, em abril de 2011 e Saturnino Vieira

GRANDES NOMES QUE HONRAM BUÍQUE


Autor: Paulo Tarciso

Me pediram pra falar
De um povo vibrante e forte
De raça negra em Buíque
Ela está no Sul e Norte
Por isso prestem atenção
Pois falo de coração
Em rima Deus me deu sorte.

Por isso faço em cordel
Este trabalho pedido
Os personagens que falo
Da terra são conhecidos
É minha forma de honrar
Ao povo deste lugar
Alguns foram meus amigos.

O primeiro personagem
Que quero lhe apresentar
É Saturnino Vieira
E vou aqui destacar
Que mesmo sem faculdade
Foi grande autoridade
Aqui e em outro lugar.

Delegado Especial
Da Câmara foi presidente
Prefeito em Ibimirim
Com sua fala expoente
Foi um grande advogado
Que honrou o nosso Estado
Forte, capaz e valente.

Pra ele aprender a ler
De mestre não precisou
Aprendeu vendo a cartilha
Sozinho se destacou
Deixou um grande exemplo
De garra e discernimento
E nossa terra honrou.
   
D. Bené, sua filha
É outra forte guerreira
Lutar pelos seus direitos
Nesse assunto é primeira
Buíque ou na capital
Ela nunca se dar mal
Do seu pai uma grande herdeira.

Com quase oitenta anos
Ainda faz caminhada
Ajuda a quem precisa
E não tem medo de nada
Gente assim batalhadora
Em tudo é vencedora
Deve ser sempre lembrada.

Nanci é mais uma herdeira
Faz parte da educação
Professora competente
Cada aula, uma lição
Respeito e competência
A voz da experiência
Ensina com o coração.

Lembrei neste momento
De Marlene irmã de Cóca
Excelente professora
Pra ela dou cem por nota
Uma grande educadora
Foi do Duque professora
Seu nome ninguém desbota.

Educação no falar
No trato sempre prudente
Respeito com os mais velhos
Conselhos inteligentes
Uma marca especial
Desse povo sem igual
Modo de vida excelente. 

De José Manoel da Silva
A mente veio “alembrar”
Conhecido “Zé de Né”
Terei mesmo que citar
Um exemplo de bravura
Uma boa criatura
Que vive neste lugar.

Constituiu uma família
Como nos tempos passados
Bem dez filhos, grande prole
Mas foram todos criados
Trabalho suor, respeito
Zé de Né trouxe no peito
Por isso que é respeitado.

Seja criando o gado
Ou mesmo na plantação
Transportando o progresso
Em Mercedes ou Caminhão
Até mesmo no comércio
Zé de Né estabelece
Mercado Frei Damião.

A família entendeu
O recado do seu pai
Todos são trabalhadores
E a vida seguindo vai
Honrando o que ensinou
   Tratando a todos com amor
  Família assim nunca cai.


                                                  Mocinha de Zé de Né
                                                  É outro nome que cito
                                                 No comércio ou na escola
                                                    É um exemplo bonito
                                                   De presteza e educação
                                                    Nos ouve com atenção
            Com Berreca seu marido.

      Ainda seguindo a lista
        Me lembrei de “Cabo João”
     Militar que aqui viveu
      Foi um grande cidadão
     Da política ele gostava
        Em Marco Freire votava
       E nos Arraes campeão.

    Numa festa de natal
    Cabo João se preparou
    E foi o papai Noel
      Deu presentes e brincou
       Pra alegria das crianças
       Um negro com a barba branca
       Um exemplo de senhor.

     Mas eu prossigo a lista
      De seu Pedro me “alembrei”
     Ele tinha uma farmácia
     Vendo alguém no aperrei
   Seu Pedro logo atendia
   Com presteza e alegria
     Em farmácia ele era o rei.

     Sempre com boas conversas
   No seu rosto a alegria
      Se o freguês tinha o dinheiro
    Ou pagava em outro dia
      Seu Pedro com atenção
    Apertava a sua mão
     E o remédio vendia.
 
      Quem não lembra de Mocinha
      A filha de seu Martins
      Era sempre sorridente
      Uma alegria sem fim
     Em evento social
        Mocinha não tinha igual
          Brindar tim-tim por tim-tim. 
      Andava sempre elegante
      Mostrando a beleza em cor
      Ajudou nossa cidade
       Com seu exemplo e valor
        Foi professora exemplar
    E todos neste lugar
        Lhe devem honra e favor.

        A minha mente não para
      Me lembrei de Edgar
      O marchante da cidade
    Que hoje aqui não está
      Mas nessa lista ele pode
       Vendia carne de bode
       No açougue do lugar.

           Zé Vieira foi um moço
         Na dança era o melhor
        Fosse no samba ou no coco
       O mesmo o puro forró
       Zé Vieira era lição
        Era amigo do povão
          E era bom de “gogó”.

     Cantava igual o Luiz
      Por isso muita amizade
       Tinha o respeito de todos
      Partiu deixando saudade
      Pra São Paulo viajou
     E nunca mais retornou
      Pra ver a nossa cidade.

Me recordo nesta hora
Zé Henrique, o marceneiro
Mesa, cadeira e bancos
Zé Henrique o carpinteiro
Paciência e atenção
Ele foi o campeão
Na profissão o primeiro.

Seu Cândido Leite não pode
Ficar fora desta lista
Pra fazer percata boa
Sapato preto ou com lista
Ele foi bom professor
Muita gente ensinou
Foi também um grande artista.

Para fazer amizade
Seu Candido dava o recado
E na banda marcial
Que tinha em nossa cidade
Ele sim participou
No Piston ele tocou
Com muita capacidade.
 
O melhor bar que havia
No coração da cidade
Era o de Cândido Leite
Homem de muita amizade
Candido Leite Cavalcanti
Quase cem anos e elegante
Partiu deixando saudade.
 
Cito também “Passo Preto“
Um homem trabalhador
Que viveu nesta cidade
Muita amizade formou
Um grande mestre de obras
E contador de história
Que muita gente ajudou.

Luiz Nilson é outro nome
Que veio para o sucesso
O primeiro mercadinho
Foi dele com seu progresso
Uma família ordeira
Trabalho sua bandeira
Pra ele eu mando esse verso.
 
O título de cidadão
Luiz Nilson já ganhou
Tornou-se assim buiquense
Esta cidade adotou
Lutando em seu comércio
Trouxe emprego e progresso
Um homem bom de favor.

Encerro aqui com um abraço
Que mando de coração
Seja você branco ou negro
Já digo de antemão
O nosso sangue é vermelho
E o Pai é o Deus verdadeiro
Por isso somos irmãos.

Buíque, 19 de Novembro de 2013

Paulo Tarciso Freire de Almeida
  Autor
  
Cabo João - O único papai Noel Negro de Buíque - ano 1976
Este poeta blogueirto com Candido Leite Cavalcanti

O empresário Luiz Nilson Ferreira

Este poeta blogueiro com D. Bené, em abril de 2011 e Saturnino Vieira