sexta-feira, 27 de julho de 2018

3ª NOITE DA POESIA POPULAR NORDESTINA DE BUÍQUE FOI UM ESPETÁCULO





      Na noite de ontem, dia 26 de julho, aconteceu na praça de Eventos desta cidade de Buíque, a 3ª noite da poesia popular nordestina, evento coordenado pelo radialista Ricardo Resende, com o apoio da Prefeitura Municipal, através da secretaria de cultura e da Associação Comercial de Buíque.

         Com uma megaestrutura de palco e som, montados no local do evento e uma grande área coberta, foi declarada oficialmente a abertura do 4º Buíque Frio, que se estenderá até o próximo domingo, dia 30 de julho, com diversas atrações. 

A noite de ontem contou com participação de quatro duplas de violeiros repentistas, quais sejam: Ivanildo Vila Nova, Rogério Menezes, Valdir Teles, Edvaldo Zuzu, Zé Carlos do Pajeú, Hipólito Moura, João Lídio e Raulino Silva, que durante quase duas horas , alegraram os buiquenses através de suas violas, motes e cantorias, esquentando, dessa forma o frio que aquela altura já registrava 18 graus, sempre recebendo os aplausos da multidão a cada verso que era encerrado.


Antes das duplas se apresentarem, os poetas locais também tiveram oportunidade para apresentarem seus talentos. Abriu o evento o poeta e advogado Dr. Manoel Modesto, declamando uma bela poesia de sua autoria, seguido da poetisa Rosa Ramos, que também declamou uma poesia e cantou uma canção em ritmo de carnaval, ambas de sua autoria. A seguir foi a vez deste poeta blogueiro, que também fez uma rápida intervenção, cantando a canção intitulada “Infância”, de sua autoria, na qual faz menção a passagem do escritor alagoano Graciliano Ramos, por esta cidade, quando era criança.

Ao final, depois da apresentação dos repentistas, ainda apresentei um cordel narrando  biografia do homenageado da noite, o Sr. Jarbas Pacheco Freire, que presente ali no palanque, juntamente com sua família, agradeceu a todos pela presença e disse sentir-se honrado com a lembrança do seu nome, como homenageado da noite. A seguir, o prefeito Arquimedes Valença também trouxe sua mensagem de agradecimento a todos e a noite da poesia foi encerrada com a entrega de placas comemorativas, aos participantes.

 Enquanto descíamos do palanque, a equipe do cantor Luan Estilizado se preparava para dar continuidade a festa, que se estendeu até às 02:00 da madrugada, sempre com a ampla cobertura de toda a imprensa local e regional.  De parabéns estão os organizadores do evento, que já faz parte do calendário oficial de Buíque, e que a cada ano vem se consolidando na região como uma ótima opção para quem deseja curtir um pouco do frio da capital do vale.

Confira algumas fotos do evento, por Leonardo Silva.

Quem desejar conferir uma cobertura fotográfica mais completa é só visitar o link seguinte cobertura fotográfica por Leonardo Silva

Megaestrutura do palco . Foto de Leonardo /Silva
 
Advogado, poeta e Escritor Dr. Manoel Modesto. por Leonardo Silva
Poetisa Rosa Ramos. Foto Leonardo Silva

Rogério Menezes e Hipólito Moura.  Foto Leonardo Silva 


Capa do cordel apresentado por este blogueiro, em homenagem a Jarbas Freire
O repentista Rogério Menezes, cumprimentando a multidão. Foto de Leonardo Silva
Luciano Pacheco, Arquimedes, Jarbas Freire e este poeta blogueiro. Foto Leonardo Silva
 
Familia de Jarbas Pacheco Freire.   Foto de Leonardo Silva  

terça-feira, 24 de julho de 2018

O TOQUE DE RECOLHER DE UM VELHO SOLDADO


 

      O dia de hoje, em nosso Buíque,  amanheceu mais triste. É que por volta das 6:00 da manhã, faleceu no hospital memorial, em Arcoverde, um dos personagens bastante conhecido em nosso município. Falo da pessoa de GETÚLIO MODESTO DE ALBUQUERQUE. Aquele que durante alguns anos exerceu o cargo de chefe da guarda municipal, e como ex-combatente, marcou muito a minha infância, adolescência e parte da juventude. 
  
         Gostava de se vestir a caráter em dias festivos. Fardamento de oficial do exército, jaqueta, botas, quepe e rifle na mão, já que naquela época não existia proibição para o porte. Além do mais, ele era representante da guarda municipal, portanto tinha esse privilégio de as vezes andar pelas praças da cidade com seus trajes oficiais e até portar a arma no ombro. E fazia isso com muito orgulho, sempre respeitando, não só as autoridades, como também a população. 

         Se algum turista visse aquela figura, com certeza pensaria se tratar de um general do exército ou cargo semelhante já que o seu porte físico contribuía para isso. Era comum nos dia 31 de março (dia de revolução, também chamado dia do golpe militar) e em  15 de novembro (Dia da proclamação da República), seu Getúlio armar um pequeno palanque no centro da cidade, tendo ao seus lados direito e esquerdo as bandeiras Nacional, a de Pernambuco e a deste município de Buíque e quadros com fotos do presidente da época. Com uso de uma difusora e um microfone, passava praticamente o dia inteiro lendo enormes discursos exaltando a pátria, os generais e todos aqueles que representaram o país durante a segunda guerra mundial. Também, ao seu modo, fazia sérias críticas ao comunismo. 

         Para uns era considerando um personagem folclórico, entretanto, para quem não sabe GETÚLIO MODESTO durante parte de sua vida serviu como advogado rábula, (que não possuindo formação acadêmica em Direito -bacharelado), no entanto, obtinha autorização do Poder Judiciário para exercer tal função, na  defesa de algumas pessoas carentes da comunidade, que não dispunham de poder aquisitivo para custear um profissional, coisa difícil naquela época. 

         Ainda guardo “vivinha da silva” na minha lembrança, um certo dia 15 de novembro, quando era adolescente, quando Getúlio contratou o serviço de som do cinema de meu pai, iniciando seus discursos às 04:00 da manhã, indo até às 07:00 da noite, com intervalo apenas de uma hora para o almoço. Para me entreter, comprou uns dez pães doces na padaria do saudoso Cirilo Henrique e trouxe consigo uma garrafa de café para que nós ficássemos tomando ali mesmo, no stúdio do velho cinema, que ficava na Av. Jonas Camelo. Lembro que o amigo Carlinhos de Zezinho Dentista estava conosco naquela data.  

         Pois é, como todos nós temos o dia do nosso chamado, seu Getúlio ouviu o som da corneta o convidando para se apresentar diante do seu General maior, e, como bom soldado foi lá, bater continência e se organizar em sua nova morada. Só resta a saudade e a certeza que ele cumpriu bem o seu papel aqui na terra. À toda família, parentes e amigos, os meus profundos sentimentos.

Ele amou a sua pátria
Sua cidade também
Homem simples e do povo
Pra gente só fez o bem
Vai com Deus grande soldado
Serás bem recepcionado
Fica com Deus, digo amém.

domingo, 22 de julho de 2018

ROBERTO CARLOS EM BUÍQUE




         Pois é, Roberto Carlos, o rei da juventude esteve aqui em Buíque. O show aconteceu no centro da cidade, com a presença de cerca de cinquenta mil pessoas, espalhadas na praça central, auxiliada por três telões que davam uma visão especial para as pessoas que assistiam o show pela Av. Cel. Antonio Cavalcanti, outro telão estava montado rua Osório Galvão e por fim o outro ficava na Av. Jonas Camelo, já que na praça central não comportava tão grande multidão, que formava uma espécie de cruz, sendo a cabeça central em frente a casa de D. Teté e seu Paulo (como as festas do comércio de antigamente), o braço direito subia pela rua Osorio Galvão e o outro braço, o esquerdo, seguia pela Av. Cel. Antonio Cavalcanti, enquanto o pé da cruz seguida pela Av. Jonas Camelo.


        O grupo musical “Som Bléss Set”, se apresentava enquanto a atração principal chegava à cidade. A banda cantava sucessos atuais e também  velhas canções dos anos 80, sendo aplaudida em cada canção que era encerrada. De repente a banda concluiu sua apresentação e poucos minutos depois convidaram ao palco: "-Senhoras e senhores, com vocês, Robeeeeerrtto Caaarlos !". 

          Parecia que a terra estava tremendo de tantos gritos e aplausos. Entra no palco o Rei da Juventude para executar o show mais esperando dos buiquenses. A surpresa foi que a música que abriu o espetáculo não foi a tradicionalíssima “Emoções”, mas “O amor é isso” nova gravação do seu amigo e parceiro musical Erasmo Carlos. Foi bastante aplaudido pela multidão. A seguir, Roberto cantou “As curvas da estrada de Santos”, e quando começava a cantar a terceira canção, deu problema na energia da praça, o que causou uma pane no equipamento de som, gerando um grande êh, êh, e êh êh, êh, êh, êh, êh !. Os produtores do show  acenderam algumas lanternas, conduzindo o Roberto para um camarim instalado no palco, enquanto os engenheiros do som tentavam encontrar a falha. 

         A escuridão na rua reinava, enquanto milhares de "lanterninhas" de celulares tentavam trazer alguma claridade para a população. De repente, tudo voltou ao normal. Os produtores explicaram o que aconteceu, pediram esculpas pelo imprevisto  e Roberto voltou a cantar, com o olhar um pouco abatido, mas artisticamente conseguindo disfarçar. O problema foi que em menos de cinco minutos, nova pane  e tudo foi paralisado. A multidão ainda esperou vinte, trinta minutos, mas como o problema não foi solucionado, foi anunciado em uma pequena caixa de som ligada à bateria automotiva, que o show havia sido cancelado e que nova data seria anunciada posteriormente. 

            Como era noite de lua, ao longe se via as multidões retornando para suas casas, enquanto um ônibus de luxo se aproximou do palco, saindo de lá conduzindo Roberto Carlos e sua orquestra. Eu ainda tentei me aproximar para presentear o astro com o meu novo livro, mas não consegui, entretanto, ao saber do meu esforço para me aproximar, o astro pediu para permitissem a minha entrada no ônibus para que pudesse receber o meu presente. Foi um momento ímpar. Quando retornava para casa, escutei a voz de uma criança chorando. Era o meu sobrinho, na casa vizinha que havia se acordado no meio da madrugada, dai eu me acordei e percebi que tudo não passou de um sonho. Foi apenas um sonho que tive na noite passada.