quarta-feira, 30 de junho de 2021

Sobre a novela Gênesis, da TV Record

  

           Fugindo um pouco do padrão das minhas postagens, hoje quero comentar sobre a novela Gênesis, da Rede Record de Televisão.

         Não sou muito ligado em novelas, muito menos em séries televisivas e um dos motivos é o fato desse tipo de laser deixar o telespectador “amarrado”, como se fosse uma obrigação ter que assistir toda noite aquela programação. Ainda bem que hoje temos a internet, que nos permite assistir em dias ou horários diferenciados da programação oficial, de forma que podemos perder os capítulos de um ou dois dias e assisti-los posteriormente.

      Falando diretamente sobre a novela, trata-se de uma superprodução com tema bíblico que é uma característica da TV Record. Como disse acima, apesar de não ser ligado em novelas ou séries, por tratar-se de histórias bíblicas comecei assistir desde o capitulo primeiro e, como gostei estou acompanhando até os dias atuais.

           Um fato que chama a atenção é a equipe de atores e atrizes que foi contratada pela direção da novela para interpretar os personagens da trama. Alguns já conhecidos, por haver participado de novelas famosas em outros canais, como foi o caso do ator Oscar Magrini, que interpretou Nóe. Ele disse que contou com a própria fé no momento de interromper uma parceria de 30 anos com a Rede Globo, para fazer o primeiro folhetim bíblico na Record.

         Outro famoso é o conhecido Ângelo Paes Leme, que interpretou o personagem Terá,  pai de Abraão, personagem vivido pelo ator Zécarlos Machado, enquanto o papel de Sara, esposa de Abraão ficou a cargo da bela atriz Adriana Garambone.    

          A novela está dividida em sete fases. Na 5ª mostrou a história de Abraão, o pai da fé, que lidera a caminhada pelo deserto em busca da terra prometida. 

          Os cenários, o vestuário dos personagens, maquiagem, figurino, cabelo,  as tendas, as cidades cenográficas e até os móveis e utensílios seguiram todos os padrões da época descrita no livro sagrado, para que telespectador se sinta como se estivesse vivendo os tempos bíblicos. Genesis conta com 66 cenários e 100 ambientes diferentes. As cenas foram filmadas no complexo de gravações da TV Record, no Rio de Janeiro, mas ao todo a novela terá cenas gravadas em quatro Estados brasileiros: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, contando ainda com gravações  em Marrocos e Norte da África.

             A trama conta com efeitos especiais em 3D da produtora Casablanca, que mostra com muito realismo a grandiosidade que a história merece. Solange Cruz, Diretora executiva da novela garante que a tecnologia em 3D é uma ferramenta em nosso favor e que equipe da novela trabalha com o que há de melhor e mais moderno do mundo na atualidade.

            Muitas cenas merecem destaque, mas quero frisar apenas algumas apresentadas até a presente data: A criação de Adão e Eva – os atores escolhidos para vivenciar esses personagens, no meu entender, foram simplesmente de excelência. Quem vivenciou Adão foi o ator Carlos Porto. Por sua vez Eva foi interpretada pela linda atriz Juliana Boller.

          Outra cena que merece destaque foi o dilúvio, com Noé, interpretado pelo ator Oscar Magrini no comando da trama. A construção da torre de Babel é outra que merece ser citada, porém até recentemente, a que mais me emocionou foi quando o personagem Eliézer, vivido pelo ator Eucir de Souza, foi em busca de uma esposa para Isaque, filho de Abraão, seu senhor. O encontro de Eliézer com Rebeca à beira do poço foi muito emocionante, seguida do encontro de Rebeca cm Isaque.

           Por esses e outros motivos estou assistindo e recomendo essa novela, que apesar de algumas pessoas criticarem por conter cenas que não estão escritas na bíblia. Se fosse seguido literalmente o conteúdo do livro sacro seria  impossível fazer uma série ou novela, pois da criação do mundo até a morte de Abraão temos apenas 25 páginas. Entretanto o que temos extrabíblia faz parte do chamado "licença poética" que para quem escreve em prosa ou em verso tem essa liberdade de criar fatos ou acontecimentos, evidentemente não fugindo muito da história real, que em suma é a história da humanidade.  

 Boa noite e até a próxima postagem...

 

 

                                                                    OSCAR MAGRINI, no papel de Noé


                               ZECARLOS MACHADO (Abraão) e ADRIANA GARAMBONE (Sara)


 


 

                            BÁRBARA FRANÇA (Rebeca) e GUILHERME DELLORTO (Isaque)


 P.S. As fotos utilizadas nesta postagem foram extraídas da internet. 

terça-feira, 29 de junho de 2021

Dica de leitura – Admirável mundo novo, de Aldous Huxley


             Mais uma vez volto a fazer dica de leitura. 

             Considerando que estou em gozo de recesso forense, portanto, com mais tempo para ler, conclui na noite de ontem a leitura de mais um Best Seller. O escolhido agora foi “Admirável mundo novo”, autoria de Aldous Huxley.

         Assim como “1984”, de George Orwell, o livro é classificado como uma ficção científica ou distopia clássica – Pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos.

         A obra foi escrita em 1931 e publicada em 1932. Trata-se de um romance fictício, cujo enredo se passa em 2.540 e fala sobre uma sociedade onde as pessoas não são geradas naturalmente, da relação homem-mulher, mas em laboratórios, e são divididas em castas, programadas para funções específicas. Elas são nomeadas com letras gregas, cada um com sua cor: Os Alfas são na cor cinza, os Betas na cor amora, os Gamas na cor verde, os Deltas na cor cáqui e, por fim, os Ípsilons, na cor preta. 

         O governo é quem gera as pessoas de cada grupo, centenas ou mais por vez, todos iguais na aparência e nas aptidões. São condicionadas à prática de determinados trabalhos e comportamentos, que executam,  não por livre vontade, mas pela imposição a que são treinados desde o seu nascimento. Apenas os “seres humanos” da casta alfa, são fabricados individualmente. Eles são mais capazes, mais belos, mais inteligentes e são preparados para ser os líderes. Quando a fábrica vai mudando de classificação dos indivíduos, também são alteradas as capacidades e aptidões dos mesmos, até chegar nos Ípsilons, os quais exercem os trabalhos mais pesados e humilhantes. Esses são tratados como retardados mentais, formigas operárias e não tem consciência da própria condição, e o mais grave, nunca se revoltam contra aquela situação, pois já foram preparados e condicionados para tal.

         Na obra, as castas são condicionadas desde a sua formação a se comportarem de tal maneira, de modo que ao crescerem não desejarão mudar para outra classe, pois sentem-se plenamente satisfeitas com a vida que levam. Todos são condicionados a serem felizes, de maneira que ninguém sente tristeza. Todos são necessários e cumprem o seu papel com destreza e satisfação. A polícia não é necessária, pois todos se respeitam. Não há necessidade de fiscalização, eis que todos cumprem com as suas tarefas para as quais já foram anteriormente preparados.

         A sociedade onde se passa “admirável mundo novo” é narcisista, voltada para o prazer pelo prazer. Ninguém tem culpa, ninguém tem pecado. Quanto mais parceiros sexuais mais incentivo, mais aplausos.

         Ser feliz é uma obrigação nessa sociedade. Lá é rejeitado tudo que é antigo. Costumes, livros, religião,  bíblia, casamentos e tudo que venha confrontar o “bem estar” da atualidade. Isso visa evitar a melancolia. Por isso mesmo o casamento não faz parte daquela gente, consequentemente o relacionamento com uma só pessoa. Todos são livres para se relacionar com quem quiser, desde que não tenha a intenção de formar “família”, comportamento que é desaconselhável para não gerar ciúmes, divórcios, separações, etc.

         Para alcançar esse objetivo da felicidade o governo distribui gratuitamente à população uma droga, chamada “soma”, já que ele, o governo é quem controla todos os comportamentos das pessoas.

         É uma história fictícia que se passa no ano de 2540 em Londres, onde a tecnologia está em seu patamar mais alto, conduzindo os destinos da humanidade.

          A história é comparada com os governos totalitários, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo. O controle social. O indivíduo não tem valor algum. O que vale é o coletivo, desde que totalmente pré-condicionado biológica e psicologicamente pelo Estado.

Personagens principais:

Thomas “Tomakin”. É do grupo dos Alfas. Diretor de incubação e condicionamento de Londres.

Mustafá Mond – É um Alfa-Mais-Mais. Administrador residente da Europa Ocidental.

Bernard Marx um psicólogo meio frustrado que teve um problema na incubação e ficou com baixa estatura. É o protagonista da história. Ele é da casta dos alfas e se sente desfocado naquela sociedade, por ter características diferentes dos demais. Em um trecho do enredo Bernard fica encantado com a personagem Benina, que também faz parte da casta dos alfas e é uma mulher linda e considerada promíscua aos olhos de Bernard. Em outra parte do romance Bernard conhece o personagem John, conhecido como o selvagem, que vive numa sociedade onde é praticada a religião, o casamento, as pessoas ficam velhas, ou seja, vive uma vida real. Bernard, com seu comportamento é considerado uma reserva “moral”.

John é filho do diretor do centro de incubadora e de Linda, que por um “descuido” engravidou de Johh e por isso os dois vivem isolados dos demais membros daquela sociedade, considerada ultramoderna. Ele gosta de literatura, especialmente das obras de Shakespeare, por isso é rejeitado pelos demais membros da comunidade, na qual o ato de engravidar é considerado ridículo e ultrapassado. Já Linda é desprezada tanto pelo povo selvagem, por ser considerada civilizada e quanto pelo povo civilizado, por ter aparência antissocial.

Valores da sociedade que são considerados nesta obra:

1-Ter relacionamento com várias pessoas.

2-Repúdio aos vínculos amorosos, pois gera traições, quebra de confiança, violência, etc.  

3-Consumismo exacerbado – nunca conserte um objeto; jogue fora e compre um novo.

4-Busca permanente pelo bem estar, que se consegue através do sexo.

5-Não usar ou possuir nada da antiguidade, isso é conservadorismo;

6-Em toda ocasião que se sentir triste, cansado, oprimido use a “soma”, droga distribuída gratuitamente pelo governo.

         O romance  fala muito sobre o fordismo, de forma metafórica,  como se fosse uma religião. O fordismo surgiu em 1914, com o objetivo de sistematizar a produção em massa de veículos. Foi um marco no mercado da época, pois reduziu o tempo de produção e o custo dos veículos. 

          O livro é concluído com o personagem John se autoflagerando diante de uma multidão, quando Lenina se aproxima. Ele bate nela também e no dia seguinte, tomado pela vergonha e sentindo-se culpado mata-se.  

        A obra, neste final, Procura, senão provar, ao menos sugerir que a felicidade promovida pelo Estado através dos seus controladores é uma força mais poderosa do que a felicidade ansiada e buscada pelo personagem John.   

           Como em minhas dicas de leitura costumo transcrever alguns textos da obra indicada, na presente obra anotarei apenas dois pequenos trechos, o primeiro parágrafo,  início do capítulo primeiro, na página 21, e um diálogo entre o personagem Mustafá e o Selvagem, contido na página 286:

“UM EDIFÍCIO CINZENTO E ATARRACADO, de trinta e quatro andares apenas. Acima da entrada principal, as palavras CENTRO DE INCUBAÇÃO E CONDICIONAMENTO DE LONDRES CENTRAL, e, num escudo, o lema do Estado Mundial: COMUNIDADE, IDENTIDADE, ESTABILIDADE".   

                                                                     ===== /// =====

    (...)  - Mas eu gosto dos incovenientes.

     - Nós, não. Preferimos fazer as coisas confortelmente.

      - Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a bondade. Quero o pecado.

       - Em suma, disse Mustafá Mond - , o senhor reclama o direito de ser infeliz. 

      - Pois bem, seja - retrucou o selvagem em tom de desafio - Eu reclamo o direito de ser infeliz.

        - Sem falar no direito de ficar velho, feio e impotente, no direito de ter sífilis e câncer; no direito de não ter quase  nada que comer; no direito de ter piolhos ; no direito de viver com a apreensão constante do que poderá acontecer amanhã; no direito de contrair febre tifoide; no direito de ser torturado por dores indizíveis de toda espécie.

         Houve um longo silêncio. 

        -Eu os reclamo todos - disse finalmente o Selvagem. 

Mustafá Mond deu de ombros.

         - À vontade - respondeu.   

         É um livro polêmico. A versão que acabei de ler é da Editora Globo, da coleção “Biblioteca Azul”, 12ª reimpressão, ano 2016. Tem 306 páginas. No início da leitura, nos dois primeiros capítulos tive um pouco de dificuldade na compreensão do enredo, mas a partir das páginas seguintes a leitura foi se tornando mais compreensiva e ao final, o leitor vai perceber que de fato essa obra merece está entre os cem Best-sellers mais lidos do mundo. Por isso recomendo sua leitura.

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO NO CINEMA

Dado do êxito que teve o livro, a história do “admirável mundo novo” o romance foi transformado em filme em duas oportunidades. Uma das produções “Brave New Wold, em 1980, filme dirigido por Burt Brinckerhoff, com a atriz Julie Coob interpretando Linda Lysenko, Bud Cort, interpretando Bernard Marx, Márcia Strassman, no papel de Lenina Disney e Kristoffer Tabori, interpretando o John Savage, dentre outros.

Outra produção do ano de 1998, com direção de Leslie Libman e Larry Williams, com Peter Gallagher , Leonard Nimoy e Tim Guinnee no elenco.

Uma mais recente é a série para o cinema, que traz a famosa Demi Moore e Joseph Morgan como intérpretes dos principais personagens e faz parte do catálogo do Globoplay.

Link com notícia da série:

https://vogue.globo.com/lifestyle/cultura/Series/noticia/2021/05/demi-moore-admiravel-mundo-novo-globoplay.html.  

  Temas para reflexão:

1.Em que ponto estamos inseridos na nova sociedade mundial?

2.É possível ser feliz?

3.Em nossa sociedade existe divisões de classes?

4.Na obra admirável mundo novo o “governo” distribui uma droga para “anestesiar” o povo. Na antiguidade era “pão e circo”. Que droga é essa atualmente?

4.Na sociedade fictícia descrita no livro as pessoas não envelhecem. Atualmente as pessoas também tem essa preocupação? O que acham das cirurgias plásticas, uso exagerado de silicone, mudanças radicais no visual que estão em uso na atualidade? 

5.O consumismo é outro destaque da narrativa. Nossa sociedade também é consumista?

6.Na obra a felicidade é artificial. Em nossos  dias, principalmente com o uso das redes sociais esse comportamento da artificialidade existe?

7.Até que ponto um governo de extrema esquerda ou de direita pode controlar as massas?

 



 
As imagens publicadas foram extraídas da internet.

domingo, 27 de junho de 2021

OLHA PRO CÉU MEU AMOR !

 

               O motivo que me fez escrever esta mensagem é que este mês, o Brasil, principalmente o nordeste comemora as festas juninas. Me fez voltar ao tempo de criança, quando em cada casa havia uma fogueira queimando, fogos de artifício e balões coloridos subindo ao céu, enquanto crianças se divertiam soltando chuvinhas, cobrinhas e traquinhos, já que era menos perigoso para elas. Havia um tal de buscapé que quando o indivíduo botava fogo, saia correndo feito cobra no meio do povo e era pulo pra todo lado. Muita festa de quadrilha por todos os cantos da cidade – e não era essas quadrilhas estilizadas que desfiguram totalmente a originalidade das verdadeiras, apesar de também ter o seu brilho.

                Na rua onde eu morava, na avenida João Hieceno Alves Maciel, a maior fogueira era a de seu Edgar marchante, mas toda casa tinha a “sua fogueirinha”. Já na rua do antigo cinema de Jurandir, as maiores fogueiras eram as de seu Zé Cavavá, seu João Grosso e de Gonzaga, (filho de Zé de Né). O clarão subia tão alto que mesmo ao longe qualquer pessoa conseguia identificar o local. O amigo Valmir Pereira me lembrou desse fato agora mesmo.   

- Cuidado menino com essas bombas!. Eram as mães olhando as crianças se divertindo nas calçadas.   

                   Era comum nas escolas os ensaios das quadrilhas, quando os jovens e adolescentes aproveitavam a oportunidade para paquerar – mas olhem mesmo, ainda era do tempo de paquerar?. Pois bem, quem não namorasse nesse período ficava difícil esperar outra oportunidade.

            Também era tradição e marca certa nesse período o lançamento dos discos novos de Luiz Gonzaga, o rei do baião, Trio Nordestino, Jorge de Altinho, Genival Lacerda e tantos outros forrozeiros do cancioneiro popular.  Um dos discos mais escutados nesse período era do popular Assisão: “Eu fiz uma fogueirinha, esperando meu amor, tomou conta do terreiro o forró se esquentou....”.

                Quem esquece da tradicional festa de abertura de São João, que era realizada nos salões do Mercado Público Municipal?. Nazilene, a organizadora do evento animava todo mundo, e no dia da abertura, como o local servia aos feirantes de cereais (milho, feijão e farinha), cujos sacos ficavam espalhados no mercado, esses objetos eram retirados e guardados nos depósitos ali existentes, deixando o salão totalmente livre para os dançarinos. Alunos da Escola Vigário João Inácio e trabalhadores da prefeitura davam um belo banho no ambiente, onde balões e bandeiras de todos os modelos e cores se espalhavam pelas paredes e no alto do telhado. Os portões eram “lacradas” com lonas, palhas e madeira e a partir das 21 horas as quadrilhas das principais escolas faziam as suas apresentações pelas ruas principais da cidade e se encontravam naquele lugar, onde praticamente a população inteira se reunia para celebrar com muita alegria e respeito a chegada das festas juninas. Pamonha, canjica, milho verde, petiscos e muita música, tipicamente nordestina - pé de serra, marcavam a data. O forró reinava até o o sol soltar os seus primeiros raios. 

                 Dali por diante, praticamente cada bairro tinha o seu barracão, para que sua comunidade brincasse a vontade, sem ter que se deslocar para outra cidade. Até os políticos se faziam presentes para incentivar a população.

                     Com o passar do tempo as coisas foram mudando. Até as músicas deixaram sua tradição e hoje em vez do forró autêntico o que vemos é um verdadeiro “bate estaca”, sem letra, sem melodia, e o pior, sem poesia.

              Os governantes foram “sepultando” essa festividade, levando alguns a se deslocarem para outros municípios vizinhos e o que resta a população são simplesmente as lembranças, que essas sim, ninguém pode apagar. Só o carnaval ainda persiste.

                  Me recordo que um palhoção era armado no centro da cidade, onde toda noite havia festa, com a participação de jovens, velhos e até crianças. Na praça Nanô Camelo, onde está a nossa Rodoviária, acontecia a festa organizada pelos “Pergentinos” e pela popular Manaca. Toda noite a rapaziada tinha um lugar para se divertir. Em outros bairros também a festa não  passava em branco. Lembro que na vila da Cruz de São Benedito, a família de seu Zé Geraldo, pai de Nazilene havia um “pé de serra” que era praticamente ponto certo de encontro dos jovens desta cidade.    

                  No momento atual, evidente que por causa da pandemia do covid-19, nem o município nem as próprias famílias podem organizar festas, para evitar aglomerações, mas, como todos sabem, não é de hoje que os governantes resolveram colocar uma “pedra bem grande” sobre essa e outras festividades populares que alegraram tanto as famílias buiquenses. Quem tem condições ainda viaja para Arcoverde ou cidades vizinhas, mas quem não tem, o jeito é se conformar com um som que possui e escutar aquelas velhas canções e por um pouco de tempo voltar a um passado saudoso, que apesar de inocente, foi embora sem deixar sinais de que vai voltar um dia.

         Para encerrar esta matéria, registro o que me disse neste momento, pelo "Zap" o meu amigo Valmir Pereira, parafraseando Roberto Carlos: "O que foi felicidade me mata agora de saudade.Velhos tempos, belos dias", e, para fechar com chave de ouro, homenageando nosso artista maior, o saudoso Luiz Gonzaga, deixo um texto de uma de sua mais lindas canções - "Noites Brasileiras": 

Ai que saudades que eu sinto
Das noites de São João
Das noites tão brasileiras nas fogueiras
Sob o luar do sertão
(Das noites tão brasileiras nas fogueiras)
(Sob o luar do sertão)

Meninos brincando de roda
Velhos soltando balão
Moços em volta à fogueira
Brincando com o coração
Eita, São João dos meus sonhos
Eita, saudoso sertão, ai ai...

 

Algumas fotos cedidas, especialmente para esta publicação:

 
 
 

 

 

Amigos dançando na quadrilha: Paulo e Doraídes.  Lourdinha, Paulo, Geraldo e Quiterinha