A LAGOA DA CRUZ DE SÃO BENEDITO – Hoje a tarde, dei uma passeada na
vila Cruz de São Benedito, para ver de perto a situação da lagoa que fica
próximo daquela localidade. Não acreditei no que vi. Tudo seco igual torrão. A
paisagem é totalmente diferente da que vi há poucos meses, quando em novembro
p.passado, mesmo diante da seca, a lagoa ainda insistia em embelezar a cidade,
conforme se pode conferir nas fotos ora publicadas - as de ontem e as de hoje.
De
lá fui também ao lugar que fica nos fundos do clube municipal, onde antes existia
um belo lago e uma ponte, que inclusive fez parte de um documentário
homenageando o escritor Graciliano Ramos. Pelo que presenciei, cheguei a
conclusão de que a seca que estamos vivenciando atualmente é a mais séria de todos
os tempos. Evidente que já ouvi falar de
outros períodos de estiagem na época de meus avós, mas, pelo visto, nenhuma
chegou perto da atual. Creio que se não fosse a ajuda que o Governo Federal tem
injetado nas famílias mais carentes, com certeza, como em outras secas, já
estávamos assistindo cenas de invasão de fragelados da seca nas lojas e supermercados
da cidade. Isso não está ocorrendo por causa dos programas sociais do governo
federal. Como é fácil de se perceber, ao menos a comida o povo tem à mesa,
mesmo pouca. O problema crucial do momento é mesmo a falta d’água.
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A PIOR SECA DE TODOS OS TEMPOS - Como todo mundo já está careca de saber,
a água a cada dia mais está ficando mais escassa. Não se vê nenhuma providência
de prático em prol da camada mais pobre. Como todo mundo sabe, existe o projeto
das águas do Catimbau, mas até agora, ao que parece, só no papel, pois converso
vez por outra com pessoas que residem naquela região e pelo que me informam não
se tem notícia de início dos trabalhos. Creio que pode ser a burocracia nos
documentos, porém, até hoje, dia 29 de março de 2013 não tem um cano sequer
debaixo da terra. É o que me disseram alguns moradores do distrito do Catimbau,
mas insisto em acreditar que essa água ainda vai chegar, até porque a Compesa
quer continuar recebendo “as mensalidades” e, sem água nas torneiras, fica
difícil. Um mês sem água o povo pode até pagar, agora três quatro, seis meses,
é impossível, e acima de tudo INJUSTO.
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A SEMANA SANTA – Quando era criança, esse período de páscoa era bem
mais vivenciado pela população. Era um respeito e uma reverência nunca vistos.
Na quinta e na sexta feira dificilmente se via um veículo trafegando pelas ruas.
As rádios só tocavam músicas religiosas. Havia casas que nem sequer as pessoas
varriam por considerar “dia santo”. Me recordo também que as imagens eram cobertas
por tecidos brancos e só eram retirados a partir do domingo da ressurreição. Havia
também uns discos narrando a história do nascimento, vida e morte de Jesus e as
pessoas ouviam aquela narrativa com o maior respeito, vez por outra comentando
sobre alguns momentos narrados no enredo. Os bares não funcionavam e a igreja
matriz ficava superlotada nesses dias. Era um período de muita reflexão. Bebidas
alcoólicas tipo cerveja, cachaça, Montilla, etc, não eram consumidas. A única bebia
com álcool era o vinho.
Era
comum também os verdadeiros banquetes nas casas e os convites dos amigos e
parentes para essa festa. O que achava interessante e ao mesmo tempo
contraditório eram as mensagens do jejum - abstinência de comida, que se por um
lado era recomendado, de outro o que se via de verdade nas casas era tanta
comida saborosa que dificilmente alguém tinha coragem de jejuar diante daquela
provocação.
Pelo
menos na minha experiência, aquele período parecia que o céu descia para a terra
e só faltava a gente se encontrar pessoalmente e fisicamente com Jesus e seus apóstolos.
Na quinta a na sexta feira, o Cine Nevada, que pertenceu a Jurandir de João
Grosso, passava o filme da vida de Jesus, em preto e branco e o cinema
superlotava, as vezes eram necessárias duas sessões para satisfazer a população.Quando
passava a sexta, ficava uma profunda saudade.
Uma
coisa que não mudou foi a feira da quarta, que já começava na terça a noite.
Essa tradição ainda continua. Contudo, a reverência, o respeito pelo que
simboliza esse período para o povo cristão católico, mudou demais. É como se
fosse um feriado qualquer, que serve mais para viajar para uma praia, ficar em
casa vendo tv ou fazendo qualquer outra coisa, menos refletindo sobre o
significado dessa festa tão bonita que é chamada de páscoa, que inclusive, a
grande maioria não tem convicção do seu significado e de sua origem, que teve
início lá no antigo Egito, quando Moisés , enviado por Deus, libertou seu povo
da escravidão. Quando Jesus foi preso, julgado e crucificado, estava
vivenciando justamente essa festa milenar, quando sacrificavam um carneiro no
lugar do pecador. Esse animal era chamado cordeiro e o sacrifício era um símbolo
da morte de Jesus, que seria morto numa cruz, no lugar de todos os pecadores e
viria a ser o verdadeiro cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Pois
bem, independente de a festa ser católica ou tradicional, que sirva para refletir
sobre o sacrifício de Jesus em favor do homem pecador e no maior presente que DEUS
nos concedeu: A morte do seu próprio filho para nos salvar.
Como
hoje ainda é quinta, desejo uma boa páscoa para todos e que O SENHOR os abençoe.
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