quarta-feira, 26 de maio de 2021

O DURO NÃO É MORRER. O DURO É VIVER!


                      Não sei de quem é a frase que dei título a esta postagem. Pesquisei na internet e não encontrei o seu autor - se é que existe. Pensei que fosse do poeta Mário Quintana, mas a que encontrei dele foi essa, que tem alguma semelhança: “Morrer: que me importa? O diabo é deixar de viver”. Como não encontrei seu autor, toma-a para mim. Se algum leitor encontrar  sua autoria, não me deixe com essa lacuna. Me informe, por favor, para que eu não sofra punição por direitos autorais. Mas, vamos à reflexão de hoje:

                   Os dias atuais no planeta terra estão tão tensos e angustiantes que me fizeram lembrar ou criar a frase título desta mensagem .

                   Quando lembramos os dias passados, não tão distantes;  a liberdade que gozávamos, as amizades puras e verdadeiras, o dia a dia sem tanta falsidade nas redes sociais, onde as pessoas procuram demonstrar tudo que não são na intimidade - quanto mais caras e bocas postadas, sorrisos envernizados, mais solidão no interior da alma.

                   Dificilmente tem um dia que não tomamos conhecimento de algum amigo que partiu desta para outra vida, quer pela pior doença do século – a covid 19, quer por outros tipos de comorbidades. E as pessoas ainda dizem: Tenha calma, fique em paz, tenha fé, tenha esperança!

                   Violência nos quatro cantos do planeta. Pessoas fugindo de um país para outro em busca da esperança de emprego ou de simplesmente ganhar o pão para si e sua família. Alguns atravessam a pé, outros em pequenas embarcações, e quando chegam no destino, são mandados de volta à sua terra natal, não importando se estão sozinhos ou acompanhados de esposa e crianças. São presas nas divisas do país e obrigadas a retornar a sua terra natal. Como cantava o saudoso Raul Seixas. São as “Cercas embandeiradas que separam quintais”.

                   Uma nação irmã, bombardeia a outra, por causa de um pequeno pedaço de chão ou por motivos religiosos. Sabe-se lá! Mísseis sobem e explodem no alto do céu, clareando a noite agonizante de pobres e indefesas crianças que nada entendem da maldade humana.

                   Tribos humanas, que se dizem civilizadas guerream através das redes sociais, usando suas armas – as palavras, que as vezes são mais virulentas que a explosão de uma dinamite. Cada um defende o seu guru, que considera uma espécie de salvador. Se não da humanidade, pelo menos do seu território. A sanha é tão grande que os mortos e feridos estão caindo aos milhares - amizades antigas desfeitas, famílias divididas, corações feridos. Isso também são mortes - de almas vivas.  

                   Empresas são fechadas diariamente. O número de desemprego, que já é enorme, aumenta a cada semana. Chefes de família, agora desesperados choram para levar o pão para seus filhos.

                   Ricos, pobres, pretos, brancos, homens e mulheres de todos os níveis e classes sociais agora são iguais, pelo menos em um sentido: agonizam com o futuro incerto. Todos são iguais perante o inimigo – o vírus.

                   Destruído sentimentalmente, um senhor de meia idade procura um templo religioso em busca de paz interior para sua alma. Todos estão fechados por ordens do governo. O decreto tem que ser obedecido. Pessoas são presas porque estão trabalhando informalmente, em busca do pão para os filhos.  

                   Semana seguinte, toque de recolher. Fecha tudo. Hospitais lotados, não tem mais vagas nas UTIs. Ambulâncias cruzam pelas ruas com suas sirenes fúnebres anunciando mais uma pessoa que está sendo entubada ou transferida para a capital com seu estado de saúde comprometido. Grupos de whatssApp pedem oração. A situação é precária. Enquanto isso em Brasília, capital federal do país, meia dúzia de engravatados, símbolos de pureza, honradez  e honestidade, sobe ao pódio para tentar descobrir de quem é culpa de tudo isso, quando eles mesmos são parte do problema e em todo o globo terreste ninguém sabe ao menos por onde começar a reconstrução do planeta. De alguma forma todos somos vítimas e cúmplices.

                   De repente a nova manchete no jornal anuncia a mais recente  preocupação global: A cepa da índia, que mais é violenta que o covid-19 na fase inicial e pode ceifar vidas humanas em pouquíssimos dias.

                       Para não encerrar essa mensagem apenas mostrando esse quadro negro e preocupante, como leitor do livro sagrado, sempre respeitando aqueles que pensam diferente, me veio à mente uma citação que está no evangelho de Lucas, capítulo 21, versos 25 a 28, que de alguma forma nos mostra o caos  dos dias atuais. O texto diz:

 "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações se verão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar.
Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados.
Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem com poder e grande glória.
Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês".
Ele lhes contou esta parábola: "Observem a figueira e todas as árvores.
Quando elas brotam, vocês mesmos percebem e sabem que o verão está próximo.
Assim também, quando virem estas coisas acontecendo, saibam que o Reino de Deus está próximo.

Esse ainda é o único motivo que pode nos deixar esperançosos e felizes.

Apesar do enfoque deste site não ser religioso ou espiritual, como cristão não poderia deixar de falar naquilo que creio:

                                                                    JESUS CRISTO ESTÁ VOLTANDO!

 


 Imagens ilutrativas extraídas da internet.


domingo, 23 de maio de 2021

OS DEGRAUS DA ESCADA DA VIDA



                Agora de manhã, ao me levantar, quando estava me barbeando e penteando os cabelos, olhando no espelho, me veio à mente uma música muito bonita que vez por outra estou escutando. A canção intitulada “A Lista”, do cantor e compositor Oswaldo Montenegro, que começa dizendo: Faça uma lista de grandes amigos que você mais via há dez anos atrás; quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais...”.  Nesses breves momentos de reflexão sobre a vida, voltei aos tempos da infância, quando aqui onde resido era um parque infantil. Balanços, gangorra, escorregadores, gira-gira, campo de futebol, etc. O local era muito arborizado. Dentre as árvores gigantes haviam jaqueiras, cajueiros, mangueiras, e outra, muito visitada pela gurizada era o pé de graviola. Recordei que praticamente toda tarde esse parque ficava superlotado de crianças e adolescentes, que usavam aqueles brinquedos, em meio a correrias e saudáveis gargalhadas, mas, aos domingos era o dia mais que especial, porque além das crianças, os pais também se faziam presentes. Com o passar do tempo, como sempre, os gestores que foram assumindo o comando do município destruíram ou permitiram que o parque fosse totalmente desativado, fazendo desaparecer também a alegria que aquele lugar proporcionava a todos nós.

                Prosseguindo a reflexão, aquela canção pergunta: Onde você ainda se reconhece, na foto passada ou no espelho de agora?”. Me olhando no espelho, notei que os meus cabelos foram pintados pelo tempo, estão quase que totalmente brancos. Diversas rugas estão surgindo em minha face. A visão já está embassada e há anos preciso usar óculos que à cada consulta aumenta o grau. Os passos já não são mais os mesmos de ontem, apesar de contar com apenas 5.7 (cinco ponto sete) na linguagem dos mais jovens. Os sonhos também vão se resumindo com o passar do tempo – quando a gente é jovem tem tantos planos. Alguns dizem, e com razão:  Corra, vá em busca dos seus sonhos. Não desista. Você consegue!. Existem também aqueles que declaram: Tudo em nossa vida já vem escrito: o que vamos ser, com quem vamos casar, onde vamos morar, etc. Evidentemente que temos que fazer nossa parte, mas no fundo nossa vida já está programada. O que tem que ser será!.

               Me recordo de um filme, baseado num livro da literatura brasileira, no qual um dos personagens sempre repente a frase: “O que tem que ser vem com muita força”. As vezes concordo com essa declaração.

                Outro tempo marcante na vida de todo jovem é quando partimos para um curso superior. O mundo é dos jovens. Novos desafios, amizades, novos horizontes surgindo. Em muitos casos é uma mudança radical. Ausência da cidade natal, dos familiares e amigos de infância, e o sonho, nem sempre acompanhado da realização, de ser um grande profissional. Muitas vezes a pessoa deseja exercer uma profissão e termina por exercer outra, totalmente diferente porque “o destino” não lhe foi tão favorável.

                Esses passos são o que chamo de escada de subida. É quando estamos crescendo, estudando, sonhando com o futuro, que a gente pensa ser distante, mas que está ali, a um palmo das nossas narinas, pois o tempo é veloz e não espera por ninguém.  Quando nos damos conta já estamos percorrendo os degraus de descida da escada. Na minha análise, já que a espectativa de vida em nosso país é de 75 anos, esse fato se dar quando estamos passando da fase dos quarenta.

                Costumo dizer que na nossa realidade, quando uma pessoa consegue ter uma casa própria razoável, um carro popular e um trabalho ou emprego digno, para manter a si e a sua família, já é um verdadeiro campeão; a não ser quando descende de família abastada, pois não precisa penar tanto. No entanto, quando chegamos nesse período já estamos pisando os degraus de descida na escada da vida. É quando percebemos que nos resta pouco tempo e não devemos desperdiçar essa preciosidade com coisas que não vão somar ou fazer bem a nós mesmos ou aos nossos semelhantes.

                Concluo essa reflexão declarando que: De menino brincante (como bem descreveu em poesia o amigo professor Eraldo Galindo) a idoso, que é aquele que teve o privilégio de viver uma longa vida, segundo o poeta Fernando Santiago, estamos apenas a um passo. O outro, mais triste, é quando nos tornamos velhos (quando perdemos a capacidade de sonhar e apenas dormimos), no entanto, enquanto estivermos com vida ainda é tempo de sonhar.   

     

 As fotos publicadas foram extraídas da internet.