As poesias do Dr. Vanaldo de Araújo Pereira
Vanaldo é filho de Buíque, filho dos saudosos Zezinho Dentista e Dona Darquinha. Estudou a maior parte do tempo aqui em nossa cidade, na Escola Vigário João Inácio. Depois cursou direito e pouco depois foi aprovado no concurso de Delegado de Polícia do nosso Estado, havendo exercido o cargo nas cidades de Santa Terezinha, Serrtânia e Pedra. Sua carreira na polícia judiciária foi curta - dois anos e onze meses, porque pouco tempo depois foi aprovado no concurso de Procurador do Estado de Alagoas, cargo que exerce na capital Maceió há vinte anos, já havendo recebido várias homenagens pelo excelente serviços prestados naquele Estado.
Sempre que pode está visitando nossa cidade, para rever a maioria dos seus irmãos e um grande leque de amigos. Nessas visitas sempre vem acompanhado de violão, sanfona, zabumba e triângulo, companheiros que fazem a alegria do procutador e poeta danossa a terra.
Herdou de sua mãe o gosto pela poesia popular, até porque são descendentes das terras dos poetas e cantadores - Santa Terezinha e São José do Egito - por esse motivo a poesia de Dr. Vanaldo segue a modalidade cantoria de viola, quando uma pessoa dá o mote e o poeta faz a glosa. Desta forma, apresento ao público uma pequena demonstração do talento desse buiquense que procura honrar a nossa terra por onde tem passado.
A aurora foi o início
Na moldura da mocidade
Aquarelas de vaidade
Bordaram todo suplício
Uma vida de sacrifício
Pincelaram a partida
Hoje vendo a despedida
Vejo o mundo incolor
Todo dia muda a cor
Do quadro da minha vida
Mote: Adalberto Vieira
Glosa: Vanaldo Araújo Buíque-PE
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A casa só cheira a solidão
Na rede se deita e não cochila
Na varanda o vento da dor desfila
Há uma foto desbotada num vão
Lascas da cumieira borda o chão
Onde o amor rachou pela metade
Onde antes morava felicidade
Mora agora uma alma a penar
Todo dia eu costumo me deitar
Nos escombros da casa da saudade
Mote: Silvano Lyra
Glosa: Vanaldo Araújo Buíque-PE
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Quando te amava você me dizia
Que era meu seu amor mais de ninguém
Depois descobri por outro alguém
Que seu amor era só hipocrisia
Minha vida mudou naquele dia
Ao saber da falta de compostura
Você não tinha nada de candura
Era falsa como um fariseu
Quem jurou que me amava me esqueceu
Eu não pude esquecer quem fez a jura
Mote Iranildo Marques
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A aranha borda no ar
Sem ter agulha nem linha
A abelha tem sua rainha
Que vive prá ovular
O zangão prá fecundar
Morrendo no mesmo dia
A natureza recria
A perda que é seleta
É Deus o maior poeta
A criação poesia
Glosa: Vanaldo Araújo
POESIAS DO POETA, ROMANCISTA E ADVOGADO DR.MANOEL MODESTO
Doutor Modesto é um buiquense "barriga preta" dos legítimos, como ele mesmo costuma dizer. Desde jovem se apresentava como exímio escritor, já havendo publicado diversos livros em vários estilos, sendo o mais recente um romance de 420 páginas, que ele deu o título de "Enquanto Deus dormia", lançado em maio de 2021.
Também é de sua autoria "O catador de Ilusões", no qual nosso escritor apresenta causos, crônicas e contos espalhados em 250 páginas.
Há muitos anos Modesto também escreve uma coluna para o jornal de Arcoverde, além de participar da vida política e social do nosso município, já que é um advogado conceituado e um orador reconhecidamente merecedor dos nossos aplausos.
De sua pena, quero destacar alguns versos, extraídos do seu livro de poesia intitulado "CHAMAS TORRENCIAIS DE MINH'ALMA"
SE DO POETA
Se do poeta
A sensibilidade e o talento
Tivesse,
E em minha mão
A pena hirta mantivesse!
Pungidas páginas, inflamadas
De rancor, dissabor e de agonia
Dos homens e das orgias
Redundantes hoje em dia,
Escrever muito iria.
Embora poeta não seja
Penso muito que me enseja,
A estruturar com clareza
E transcrever a beleza
Camuflada e sem nobreza.
Se me ironizam
Sinto-me atingido,
Excitado e dolente...
E não posso calar.
Devo falar!
Mesmo ruflando em grito errante,
Devo ultrapassar as barreiras
Sem interrupções rotineiras
De certo mundo de asneiras.
Remanescentes da Grégia!
Formuladores da inércia!
Olhem só para esta América
...Vaga-lume, sem brio, sem documento...
Ressuscitai “Castro Alves” !
E cantas esta geração,
Violenta e sem noção
Do sentimento de irmão
Sem senso de sociabilização...
Se do poeta...
Poeta sou,
Deixem-me passar!...
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SENTIMENTOS
Sou um eterno sentimental nato
Ando, procuro e não acho
Um amor sensível e sensato
Para juntos dividirmos
Abraços ternos e divinos
Em belas noites de luar.
Emoção que me emotiva
Que trava meu coração
Que dói, corrói e destrói
Os sentimentos mais belos
De um homem que ainda hoje
Sente o amor com emoção.
Quem sabe seja mais um tolo
Para muito acreditar
Deleitando-me ainda a amar
E de chofre me apaixonar
Por alguém que certamente
Não sabe ainda o que é amar.
Que sentimentos dominam-me
Ardem meu peito em chamas
Que tanto por amor reclama
Para entrelaçados na cama
Poder abraçar quem se ama.
Oh! Sentimentos algozes!
Que me traem tão atrozes
Que dominam o meu ser
De forma a embrutecer
As minhas mais puras emoções!
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MARIA, MARIA...
Das tantas Marias
De minha vida um dia
Maria chegança
Maria de tranças
Maria esperança
Maria, maria...
Dos tantos amores
Entre sonhos e flores
Danas e festanças
Maria chegança
Maria de tranças
Maria vingança
Maria, maria...
Dos tantos dissabores
Tombaram os amores
Impregnaram-me de dores
E um mundo
Sem sonhos, sem flores
Maria vingança
Maria, maria...
Foram tantas as magoas
A transbordarem caladas
Em minha pura alma
Maria das águas
Na fonte a jorrar
Maria safada
Maria sem mácula,
Maria chegança,
Maria de tranças
Maria vingança,
Maria, maria...
A POESIA DE DENIZE DINIZ
Outra exímia poetisa que faço questão de apresentar ao público nesta postagem é uma excelente profissional na área da saúde, porém sua sensibilidade e seu romantismo é bem presente e marcante em outra seara - a poesia.
Ela tem um pouco de mim em sua vida porque além da mesma fé que professamos, nossos laços familiares são bem próximos, motivo pelo qual sempre nos cumprimentamos carinhosamente como "primos", até porque nossos pais nasceram e se criaram no mesmo lugar (na região de Guanumby), por isso os laços sempre foram estreitos. Vamos conhecer algumas de suas poesias:
RECORDAÇÃO
Quantas vezes sm sonhos de amores
Em desejos ardentes aflitivos no ar
Diriam teu nome, falavam de flores
Fazendo sorrrir, fazendo cantar.
E no arco-iris dos sonhos, as cores
Suaves, mórbidas, como o apagar
Colloriam disfontes, com dores
Pintando carentes, como a murmurar.
Os sonhos morreram, as flores secaram
Pétalas sem vida, apenas restaram
O brilho nos olhos se ofuscou.
E hoje, distante, sozinha, qem sou?
Almejo no tempo encontrar meu amor
Vesti-me de sonhos, recordações e calor.
Denize Alves Diniz Araújo
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NOVO DIA
Veredas que o tempo faz
Caminhos que a vida cria
O maior presente: a paz
Assim o sábio dizia.
De noite a lua dormia
E o sol vinha lá atrás
Desinibido trazendo o dia
Bonito, cada vez mais.
E na madrugada que canta
A aurora preguiçosa levanta
Trazndo ao mundo amor,
Desabochando a flor
Cantando com os passaarinhos
Que alegres saem dos ninhos.
Denize Alves Diniz Araújo
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ALGUÉM PARA A VIDA INTEIRA
Incansável busca do ser humano
Enquanto não acha, nao é feliz
Vive atormentado, por um triz
Faz disso o principal plano.
E nessa busca passa mais de ano
" - Hei de encontrar" diz
Imagina coisas, crias sutis
Busca no olhar negro,mel, ciaro.
Tudo serve? não sei
Cogito: Encontrarei?
Nâo sei se nasci pra isso.
Mas, como nao desejar compromisso?
Por mais piegas, nao é besteira:
Alguém pra vida inteira.
Denize Alves Diniz Araújo
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Na próxima quarta, vemos conhecer a sensibilidade poética de ROSA RAMOS, SIVALDO OLIVEIRA, LEONARDO SILVA e MÁRCIA MARINA e outros poetas locais, inclusive repetindo mais algumas dos poetas vimos hoje.
Compartilhem, para que o trabalho desses escritores e poetas sejam mais conhecidos e apreciados pelos amantes da poesia.
Abraço a todos.