segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

OS NATAIS DA MINHA INFÂNCIA E AS CANOAS DE SEU LEBA E DÊCA



         Mais um ano chega ao seu final. Tempo de saudades e reflexões. Sempre considerei o último trimestre o melhor período do ano. As chuvas de verão, o cheiro de jasmim perfumando as noites da cidade, as festas de conclusão e formaturas, tudo isso me causa um que de alegria misturado com saudade, o que costumo chamar de “melancolia”, que no meu caso de saudosista, principalmente quando atingi a fase dos cinqüenta, não me traz nenhum sentimento negativo, pelo contrário, me transporta ao tempo da mais perfeita pureza, o tempo de criança.

         Mergulho no tempo dos finais de ano, quando as canções natalinas enchiam os nossos ouvidos. A criançada se divertia nos parques infantis dos irmãos Leba e Dêca, sendo que “as ondas” era o melhor de todos. Jovens, crianças e até adultos subiam naquele “carrossel gigante” que subindo e descendo em forma de ondas do mar, quando descia dava aquele arrepio e um friozinho na barriga. A música vinha de um grupo que tocava sanfona, zabumba e triângulo. Haviam alguns malandros que usavam palhas de coqueiro, muito usadas nas barracas armadas pela cidade, e com elas amarravam a reata da calça do desatento e quando este descia do brinquedo via a o “fiapo” da  calça sendo arrancado, mas tudo terminava em boas risadas e nada mais grave acontecia. Quando o sol começava a soltar seus primeiros raios, a bandinha de pífano passeava pela cidade acordando a população para mais um dia de vida e emoções. Tudo isso foi retratado através do quadro que postei acima, pelas mãos do artista e meu amigo Edmilson Soares de Macedo, o popular "Billy Kid", que assim como eu, guarda saudades de um tempo cada vez mais distante.
   
         Outros brinquedos muito usados naquele tempo eram as canoas. Muito coloridas e puxadas com duas barras de ferro, as quais  eram balançadas, subindo e descendo, cada uma com dois meninos (ou meninas). Tinha moleque que forçava tanto o brinquedo que entortava os ferros. Soube de um que subiu tanto que chegou a “emborcar” a canoa, precisando de ajuda para descer.

         Havia também o carrossel, cheio de cavalos coloridos, nos quais a criançada ria a vontade, enquanto seus pais observavam de perto cada ida e volta dos seus filhos, sempre trazendo muita alegria e emoção nas famílias das pequenas cidades.

          Pouco tempo depois começaram a chegar em Buíque os parques mais organizados, com roda gigante, carrinhos bate-bate e outros brinquedos mais modernos, mas as “canoas e as ondas de seu Leba e seu irmão Dêca”, continuavam trazendo alegria para a meninada. Foi um tempo de ouro.


         Também destaco um bom período que marcou a vida de muita gente desta cidade. As festas do comércio. Palanque armado no centro da cidade, muita música natalina, grupos musicais se apresentando nas noites, sorteio de brindes, calouros, o tradicional pastoril. Tudo isso causava emoção e alegria, movimentava o comércio, deixando marcas profundas na população. Era um período que todos esperavam o lançamento do novo disco do rei “Roberto Carlos” e muitos namorados, com toda certeza curtiram bons momentos ouvindo aquelas canções.

         Atualmente, parece que os governantes “se combinaram” para dar um fim a essas festividades, tão saudáveis e que tanto faz bem à população. É do meu conhecimento que apenas a cidade de Alagoinha, aqui pertinho da gente, ainda mantém essa tradição e todo ano organiza essa festa de confraternização.

         Enquanto aqui em Buíque continua praticamente sem comemoração nenhuma, por parte do poder público, me reservo ao direito de curtir meu saudosismo, vivenciando meus tempos de criança, esperando que algum dia, um governante ou mesmo o comércio local tome essa iniciativa promovendo ao menos cinco dias de “confraternização” com a população. Não necessita contratar certas bandas ou artistas que custam vultosas quantias, basta contratar artistas locais e regionais, como faz o governo de Alagoinha há muitos anos a dessa forma poderá ser reativada a festa popular mais saudável do município, ponto de encontro e reencontro de amigos e familiares. 

             Espero que essa festividade seja restaurada o mais rápido possível, para que tanto os que residem em nossa cidade, quanto os familiares e amigos que visitam nossa cidade nesse período festivo, tenham um local onde se encontrar, para um abraço e uma boa conversa e para que os nossos jovens, futuramente tenham as mesmas lembranças que nós, os cinquentões, orgulhosamente temos o privilégio de recordar. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

TJPE PROMOVE FESTA DE GALA PARA HOMENAGEAR SEUS SERVIDORES


   Na última segunda feira (15.10.2018), no Centro de Convenções, em Olinda-PE, o Tribunal de Justiça de Pernambuco promoveu uma festa de gala para homenagear os seus servidores que este ano  completaram 25 anos ou mais de serviços prestados aquela instituição. Com a entrega das medalhas "Prata da casa" e "Joia da casa", os servidores foram contemplados com uma linda festa, desde a recepção até o encerramento, com muitas apresentações que encheram o coração de alegria e orgulho profissional. Mensagens de autoajuda, música de qualidade, poesia, palestras e muitos abraços foram a tônica do evento.

     Como homenageado, na condição de "Joia da casa",  por mais de 30 anos de serviços prestados, quero de público agradecer a Deus por esse privilégio, a minha família, a todos que participaram da organização do evento, aos amigos que tive o privilégio de reencontrar naquela tarde bonita e em especial todos os colegas de trabalho, passados e presentes, aos quais dedico a medalha recebida, como fiz questão de falar em breves palavras naquele evento.
    O meu abraço também a Monica Alcântara e Amanda Machado, competentes Jornalistas do Tribunal de Justiça, pela cobertura que fizeram ao evento, desde a sua preparação até o final da execução, tudo feito com muita qualidade e profissionalismo.
    
Com minha esposa e Monica Alcântara, jornalista do TJPE

Veja no link abaixo, matéria publicada na página oficial do Tribunal de Justiça de Pernambuco, com maiores informações sobre a festa inclusive a cobertura fotográfica.

Prata e Joia da Casa: homenagens a quem dedicou a vida ao serviço público
  

sábado, 29 de setembro de 2018

O NASCIMENTO DE MAIS UM FILHO, POR LEONARDO SILVA e MENSAGEM DE AGRADECIMENTO DO AUTOR


    Aconteceu nesta sexta feira, dia 28 de setembro de 2018, às 19:30 horas, no Auditório da Pousada Santos, em Buíque/PE, o lançamento do meu novo livro "PÃO, VINHO E POESIA". O evento contou com a cobertura completa do blogueiro e também escritor LEONARDO SILVA, do blog Choc Cultural, que publicou a matéria que segue no link abaixo, se segundo ele prometeu, nas próximas horas estará publicando a cobertura fotográfica completa. O Blog San produções e eventos também se fez presente e cobriu o evento. 

     Agradeço profundamente a toda sociedade de Buíque que se fez presente, prestigiando o evento e também aqueles que  por motivo superior não puderam comparecer.

    Meu muito obrigado aos irmãos e amigos Edmilson Soares de Macedo (Billy Kid) e Paulinho Vilela, pelas lindas ilustrações que tornaram o livro mais bonito; à jovem Vanusa Silva, pela linda ilustração da capa; a Márcia Marina, pelo lindo texto da orelha; ao professor Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, pelo maravilhoso texto do prefácio, e ainda pelo esforço para se fazer presente no momento do "parto", deixando alguém para o substituir nas aulas que ministra na Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde e vindo prestigiar o evento. Minha gratidão também ao amigo escritor Inaldo Tenório, pelo texto de apresentação.   

     Aos diretores e funcionários da Pousada Santos, aos irmãos da Igreja Batista Ágape, que ornamentaram o local; ao grupo de louvor Shekiná e aos jovens que encenaram, através de bonecos, a parábola do filho pródigo, com a recitação do texto em cordel, extraído do livro. Obrigado também ao Pastor Jonathan, que coordenou o evento. Agradeço também a minha esposa e meus três filhos, todos empenhados em tornar o evento o mais organizado possível. Meus mais sinceros agradecimentos também a equipe "Show de Festas", pelo apoio e, acima de tudo e de todos, o meu muito obrigado a Deus, fonte de inspiração que me ajudou a escrever e publicar mais uma obra.

Confiram a excelente matéria publicada pelo amigo poeta e blogueiro Leonardo Silva, no blog "Choc Cultural" e mais abaixo mais de cem fotos do evento.

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Mais fotos do evento: Mais foros do evento, por LEONARDO SILVA

terça-feira, 18 de setembro de 2018

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DO PASSADO - CHOQUE DE GERAÇÕES



       Uma coisa que sempre me leva à reflexão nos últimos dias é o choque de gerações. As mudanças são tão radicais que as vezes a gente, pensa que está vivendo em outro planeta.

 

         Se há bem pouco tempo a gente andava tranquilamente pelas ruas da cidade, atualmente ninguém mais tem esse privilégio, pois os assaltos a cada dia se tornaram mais corriqueiros. Parece que foi ontem, conversava com uns amigos em um dos bancos da praça central, quando reclamávamos da situação de nossa cidade, um dos professores alertou: “Você deviam agradecer a Deus o fato da cidade ser assim. Pequena e ordeira. Vocês vão ver quando ela crescer e com esse crescimento aumentar também a violência, os assaltos, o uso indiscriminado de drogas”, entre outros temas. A maioria de nós contava com 17ou 18 anos de idade.



         Parece que o nosso distinto professor estava profetizando, pois, de fato, a cidade cresceu e com esse crescimento não só trouxe consigo o aumento da violência como também nos castrou das diversões que naquele tempo ainda existiam. Percebam que naquela época nossa cidade contava com um cinema (O cine Nevada), boas companhias circenses a cada semestre aportavam em nossa cidade. Não faltavam campeonatos de futebol todos os domingos no Estádio Osório Galvão, onde a população lotava para assistir as partidas entre os clubes de Buíque e Região. Era também um tempo em que praticamente todos os domingos a juventude organizava piqueniques nos sítios e fazendas da região, para onde se dirigiam a pés, pelas estradas empoeiradas cantando e conversando sobre a vida. Em se falando de festas, nada haver com as de hoje. Quem não lembra as festas de formatura? Cada casa festejando com sua família e amigos a simples conclusão do antigo 2º grau. A festa de formatura. As festas das debutantes. A famosa abertura do São João, no Mercado Público. Já mais adiante a discoteca de Billy Kid.           



                   Em se falando de roupas, aquilo que a gente rejeitava há algum tempo e até jogava no lixo como rejeito, se transformou em moda da última geração. Calças rasgadas, “bolambos” que hoje são usados em festas de alto gabarito e até em ambientes religiosos são quem ditam da regra. É a ditadura da moda e ela é fortíssima. 


                  Certa feita fui com minha esposa e filhos comprar algumas peças de roupa e todas as calças jeans que me mostravam vinham com uns rasgões ou algo exagerado, como um bolso muito longo, as pernas muito apertadas e a cintura com a barguilha lá embaixo, essas modas de jovens. Eu experimentava a calça e saia do provador mais parecendo uma gia do que com um ser humano. Com as pernas finas e apertadas e os pés parecendo a sapatilhas do palhaço piniculino.  Perguntei a moça que me atendia, num tom de brincadeira: “Moça, onde se fabricam essas calças, também se faz calça pra um homem acima dos 50 anos, ou só se fabrica para jovens?”. A moça riu e disse: “Infelizmente não vendemos mais calças tradicionais”. Pois bem, como em todas a lojas a informação era a mesma, tive que me contentar com uma calça jeans, que ficou mais ou menos como eu queria. O problema era que tinha vários rasgões nos joelhos e nos lados. A solução foi pedir para minha esposa procurar uma costureira e mandar tampar aqueles buracos esquisitos, para eu não perder totalmente o dinheiro gasto naquela vestimenta. Pode?

  

Em se falando de dança e música, aí a coisa piora. Aqueles velhos bailes, onde os jovens podiam dançar de rostinho colado na sua amada, hoje é “foto de museu”. A canção com melodia, poesia, ritmo e reflexão agora é considerada coisa de gente ultrapassada. A moda agora é juntar milhares de pessoas e permanecer três, quatro horas de pé, ouvindo uma banda que se apresenta e outra que a substitui e você nem percebe a mudança, pois o estilo, a voz e o ritmo são os mesmos. Se o cantor não gritar o nome da banda entre uma e outra “cantiga” não há quem identifique quem está se apresentando. Tanto faz a primeira, a segunda ou a décima, é tudo a mesma coisa. Costumo chamar esse tipo de música de “bate estaca”.



Se no tempo que estava na faculdade (e olha que foi ontem), os universitários ouviam Gonzaguinha, Guilherme Arantes,  Bethânia, Fagner, Djavan, Alceu Valença, Zé Geraldo, 14 Bis,  hoje escutam os MCs da vida e até alguns professores são vistos em seus belos carros escutando esse mesmo tipo de musica, talvez para não se passarem por ultrapassados, diante dos mais jovens.



         Pois é, quando ouço ou assisto algum vídeo musical dos anos 70-80 pela internet, percebo o quanto perdemos em qualidade musical. São nesses momentos que agradeço a Deus por haver tido o privilégio de haver nascido num tempo onde ainda se cultivava um pouco de pureza, aos poucos retirada do nosso mundo. Tempos onde os jovens conversavam frente a frente, “olho no olho” até altas horas da noite, sem medo do amanhã. Hoje essas amizades e conversas foram substituídos pelas teclas de um celular, um notebook ou das telas frias de um computador.



Se você tem mais tem mais de quarenta vai gostar desta mensagem. Se não, tem o direito de achar que é mais uma matéria de um candidato à velhice e ao saudosismo. Se se encaixar na primeira, meus parabéns. Se na segunda, espero vê-lo daqui a mais vinte anos e verás que eu estava com a razão.