segunda-feira, 30 de abril de 2018

TÔ VIVENDO E ACHANDO BOM .OS 94 ANOS DE VIDA DE MARIA CABOCLA

        No último domingo, dia 29.04.2018, familiares da popular Maria Cabocla se reuniram em sua residência para festejarem os 94 (noventa e quatro) anos de vida de sua matriarca. Maria Isidoro da Silva, (seu nome de registro) é viúva de Simão Bezerra Cavalcanti. O casal teve 09 filhos. Quando casou, segundo  narrativa da própria, passou uns meses morando debaixo de uma árvore, no sítio Queimadinha, também conhecido como "Pé da Serra", enquanto seu marido conseguia construir uma simples casinha. As dificuldades da vida, foram idênticas as de tantas famílias pobres, que vivem do cultivo da terra no nordeste brasileiro, mas a vontade de viver e principalmente a alegria, que contagia a todos que tem o privilégio de a conhecer, a diferencia de tantas outras pessoas. D. Maria Cabocla, como é mais conhecida tem uma frase que é sua marca registrada. Quando as pessoas perguntam como ela vai. Sua resposta é rápida e clara: "Tô vivendo e achando bom". 

       Não aprendeu a ler nem a escrever, mas na escola da vida, desconheço quem tenha um anel mais valioso que o dela, pois as experiências que aprendeu em quase um século de vida e que repassa para os familiares e amigos, em muito supera diplomas universitários.  Netos, D. Maria tem mais de 30,  bisnetos já são mais de 50 e tetranetos 02. Entrei na família no ano de 1992, me casando sua neta Quitéria Cavalcanti, com quem tenho três filhos. Na condição de poeta de cordel, não poderia deixar passar em branco essa data importante, por isso, meia hora antes de me dirigir a sua residência, escrevi o cordel que segue abaixo, apresentado no momento anterior aos “parabéns a você”. A poesia em suma representa a pessoa da aniversariante, pela sua simplicidade e pela pessoa humilde que é, a quem desejo muita saúde e que venham muitas datas como esta, para nossa alegria e comemoração, com a graça de Deus.




OS 94 ANOS DE MARIA CABOCLA
Por Paulo Tarciso

Falar em Maria Cabocla
É falar de força e fé
De vontade de viver
De Jesus de Nazaré
Disposição e coragem
Muita andança na rodagem
Linda estrada andando a pé.

Falar de Maria Cabocla
É falar de amizade
“Tô vivendo e achando bom”
Sempre fala com verdade
Muito amor, dedicação
Ele sempre estende a mão
A quem tem necessidade.

Falar em Maria Cabocla
Lembra uma boa melancia
Almoço em semana santa
E sua voz de alegria
Em ver ao redor da mesa
Fartura, sim com certeza
Viver em paz com a família.

  Falar de Maria Cabocla
Lembra a banca na feira
Cebola, coentro e tomate
E conversa de primeira
Chá para os nervos acalmar
Camarinha pra deitar
E muita paz na bandeira.

Falar em Maria Cabocla
Lembra também dos romeiros
Frei Fernando e Damião
E o santo do Juazeiro
Padim Cíco do sertão
Lembra até do Gonzagão
E seu forró verdadeiro.

Falar em Maria Cabocla
De família vou lembrar
Filhos, netos e bisnetos
E ainda mais por citar
Tem até tataraneto
Um povo forte e esperto
Que sua raiz vem honrar.
      
Falar em Maria Cabocla
Lembro que ela morou
Embaixo de uma árvore
Logo quando ela casou
Depois fez sua casinha
Simples e como uma galinha
Dos filhos sempre cuidou.

Nesta data tão marcante
O seu povo aqui está
Para lhe dar um abraço
E os parabéns cantar
Gente de longe e de perto
Um povo forte e esperto
Que gosta de trabalhar.

De Delmiro veio Manoel
E sua família inteira
Sebastião e D. Lourdes
Um povo bom de primeira
De Caruaru também
Iraci seu povo vem
Fazer parte na fileira.
 
João e sua filharada
Dadá que mora vizinho
Josa e Kelle com ela moram
Dela recebem o carinho
Até Lia aqui está
Pra sua mãe abraçar
Hoje voltando ao seu ninho.

Completar noventa e quatro
É um fato bem marcante
Tem que agradecer a Deus
Esse presente importante
Com família amigos
Uns mais novos, outros antigos
Uns de perto, outros distante.

Encerro aqui minha prosa
Dizendo que é um prazer
Fazer parte da família
Convido agora você
A cantar os parabéns
Muitos motivos “nós tem”
Pra celebrar e viver.

           Viva Maria Cabocla !!!!
                                                                                                  Buíque, 29.04.2018