sábado, 15 de fevereiro de 2020

CORDEL NOVAS CHUVAS EM BUÍQUE



         Conforme prometido ontem, eis o meu mais recente cordel, 
que complementa a matéria publicada ontem neste site.

NOVAS CHUVAS EM BUÍQUE
Por Paulo Tarciso

Neste folheto comento
Sobres as chuvas que caíram
Aqui em minha cidade
Calçadas e chão já sumiram
Começo de fevereiro
Dois mil e vinte o lameiro
Alguns telhados ruíram.
  
Eu já falei sobre chuvas
Volto a falar novamente
Pois na semana passada
De forma forte e torrente
Lojas e casas encheram
Causando um grande aperreio
Chegaram bem de repente.

Foi na “boquinha da noite”
Que essa chuva chegou
A água foi abundante
Praça central alagou
Em toda casa, pingueira
E até no pátio da feira
Muita sujeira deixou .

Na casa de Nelson França
Grande comunicador
Água entrou pela frente
Pela cozinha escoou
Móveis e roupas molhando
Família toda ajudando
Um grande susto tomou.
 
E lá no açougue público
Foi forte a correnteza
Quebrou as portas da frente
E as de trás com certeza
Parecia um tsunami
Pois entupidos os canos
Água não quis gentileza.


Na loja de seu Petrônio
Água foi em disparada
Tão forte e muito veloz
Subiu batente e calçada
Tomou conta do comércio
Invadiu, tomou acesso
De tão grande a trovoada.

Gente puxando a água
Seja com vassouras ou rodo
Qualquer furo no telhado
Água vem em grande estouro
Não adianta gritar
Nem também se espernear
Tão pouco entrar no choro.

Afinal nós precisamos
Muita chuva no torrão
A seca estava mui grande
A Deus agradeça então
Presente que vem do céu
Pra Ele eu tiro o chapéu
Grato por sua bênção.

Lá no Banco do Brasil
Água entrou pela frente
Alagou recepção
Num instante de repente
Mas Banco seguro tem
Não perde nenhum vintém
Nem chega a perder cliente.

Na “casa do fazendeiro”
A água entrou com gosto
Alagou o seu comércio
Se transformou em um poço
Nas ondas estavam boiando
Brinquedos, chapéus molhando.
Bonecas com água ao pescoço.

Em minha casa entrou água
Pelo primeiro andar
Parecia uma piscina
Só faltou peixe nadar
Forro de gesso estragou
Os pingos d’água “estourou”
Mas não pude reclamar.

Das oito até meia noite
Trabalhamos pra limpar
Botando água pra fora
E depois para enxugar
Era o suor pingando
E a gente só trabalhando
E vendo o relampejar.

O trovão fazia medo
Com um barulho tremendo
E o som da enxurrada
Do alto vinha escorrendo
Da cena fazia parte
A natureza e sua arte
O clima se refazendo.

Logo na praça central
Parecia um oceano
Cobrindo todas calçadas
Os curiosos “espiando”
Na Padaria Brasil
Quem tava lá tudo viu
Buíque em rio se formando.

Vez por outra alguém falava:
-Esse problema é antigo
E ninguém tem interesse
Pra resolver o conflito
Uns dizem e o prefeito atual
Só que o seu foi igual
No tempo calou seu bico.

Eu como sou buiquense
Nascido e aqui criado
Desde o tempo de criança
Vejo repartir-se o fato
Quero dar uma sugestão
Para quem faz a gestão
Ver isso solucionado.

Contratem um bom engenheiro
Façam um projeto avançado
Aproveitando a lagoa
Revitalizem o legado
Paisagista é preciso
Prefeito que fizer isso
Pra sempre será lembrado.

Façam uma boa galeria
Começando lá do alto
Do Bairro Frei Damião
Cruzando cidade abaixo
Escoando na lagoa
Fazendo essa obra boa
Grande é o resultado.

Seja um serviço bem feito
Trabalho de qualidade
Não canos de palmo e meio
“Nem sapo pula a vontade”
Ma pedras, cimento e ferro
Brita, areia e concreto
Serviço bom de verdade.

Lembro que nesse serviço
Quem muito aqui trabalhou
Foi seu Aníbal Cursino
Seu serviço perdurou
Galerias espalhadas
Pelas ruas e calçadas
Seu governo registrou.

Mas a cidade cresceu
Também a população
E em termos de galerias
Nunca vi boa gestão
Cenas de ruas alagadas
Se chover são reprisadas
É de cortar coração.

Pra encerrar a conversa
Quero apenas explicar
Não estou elogiando
Nem também a criticar
Nem o gestor atual
Nem que passou, afinal
Só estou mesmo a cobrar.

Mesmo sendo em poesia
Fica aqui meu registro
Pois quem tá fora critica
Mas quando dentro esquisito
Viu mas nada resolveu
Por isso o pedido meu
Resolvam esse conflito!

 Buíque, 11 de fevereiro de 2020
 
Paulo Tarciso Freire de Almeida
                                                              = autor =  


Obs: Quem desejar conhecer outros folhetos de cordel deste autor, é só localizar neste site a pasta "Balaio de Cordéis", clicar na capa do título escolhido e o texto inteiro será aberto.  Se  gostarem,  comentem,  curtam,  compartilhem. A cultura popular agradece. 

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