quarta-feira, 24 de abril de 2013

UM BUIQUENSE NA TERRA DO REI DO BAIÃO

                                                                                                                                                    


JORNADA LITERÁRIA - Passei alguns dias sem postar matérias neste blog porque estava participando da II Jornada Literária Sertão do Araripe. Minha participação foi em Exú-PE, terra do saudoso Gonzagão. Como sempre, a Jornada está sendo um sucesso e prossegue até domingo próximo. Diversos Escritores, poetas, declamadores, atores, contadores de histórias, câmeras e fotógrafos, se espalharam na região compreendida entre Exu, Bodocó, Ouricuri, Granito, Araripina e Trindade e respectivos distritos e povoados, levando o que há de melhor na cultura nordestina e brasileira.

O REENCONTRO DE VELHOS E NOVOS AMIGOS – Na viagem de ida, saí de Arcoverde às 11:30 horas, chegando em Bodocó, onde fiquei hospedado, por volta das 19:00 horas. Ao chegar, como sempre foi aquela alegria de reencontrar velhos amigos de Jornada, como Pedro Américo de Farias - o homenageado desta Jornada, Chico Pedrosa, um dos mais famosos poetas e declamadores do nordeste, Júnior Balaeira, grande poeta radicado em Ouricuri, Raimundo Didi, de Exu, Cida Pedrosa, poetisa e escritora e tantos outros amigos. Senti muito a ausência do amigo e conterrâneo Cyl Gallindo, que sempre participava desses eventos, o qual, no dizer do poeta e cantor Rolando Boldrim, viajou antes do combinado. 

O PERCURSO – UMA CONTRADIÇÃO DE IMAGENS. Durante o percurso de ida, um fato que me chamou a atenção foi a chuva recém chegada na “Chapada do Araripe”. Tudo molhado. Barreiros cheios, os matos e árvores já voltando a sua cor natural. Pássaros voando e pousando nos galhos. Aí não teve como não me recordar da canção que o Gonzaga tanto cantou: Já fez três noites que por norte relampeia, a asa branca ouve o ronco do trovão, já bateu asa e voltou pro meu sertão... (A volta da asa branca). Contrariando essa nova paisagem, oriunda das primeiras chuvas, se via pelas estradas várias caveiras de animais mortos. Vacas, bezerros, cavalos, etc. Vi trechos da estrada onde de dez em dez braças havia um animal morto. Parecia que foram mortos em procissão, entretanto, se via no rosto do povo a esperança de volta, com a chegada da chuva.

O RECONHECIMENTO DO FILHO ILUSTRE – Outra observação que faço com relação a cidade de Exu foi o reconhecimento que a população tem com o seu filho mais ilustre. Logo na entrada da cidade se vê vários autodors com a imagem do cantor, frases de suas canções principais e no comércio tudo leva ao seu nome. Farmácia, Armarinho, Posto de Gasolina, Barbearia, Mercadinho, Mercearia, Lava-jato e até borracharia. Quando não tem o nome de Luiz Gonzaga leva um nome que também o homenageia, como “Asa Branca”. Januário, Santana, etc. Esculturas do Gonzagão em praças, ruas, escolas e restaurantes é que mais se vê. Nas Escolas que visitei tem fotos e frases de suas músicas espalhadas por todo canto. De outro lado, pelo que ouvi de alguns habitantes daquele lugar, enquanto a população honra o nome desse artista que tanto dignificou a terra, esse apoio está ausente quando se fala do poder público. Me informaram que recentemente foi necessário vender uma sanfona que fazia parte do “Museu ou Parque Luiz Gonzaga” para fazer algumas reformas que estava se fazendo necessárias, isto porque faltou apoio do governo municipal. Não sei se o fato é verdadeiro, mas não foi só uma pessoa que me confidenciou esse acontecimento. Daí eu cada vez mais ter motivos de sobra para não gostar da “politicagem”, que infelizmente está em todos os recantos do país, com rarissíssíssimas exceções. 

MINHA PARTICIPAÇÃO - Na noite de sábado o evento que participei foi na Praça Central de Exu, quando tive a honra de estar ao lado do que há de melhor da poesia nordestina. Chico Pedrosa (da Paraíba), Júnior Baladeira (Ouricuri/PE), Zé Maria (Exu/PE) Socorro Oliveira (Granito/PE), Raimundo Didi (Exu/PE), e José Alberto (Exu/PE), que foi o apresentrador. Diante de uma platéia de cerca de duzentas pessoas cada um deu o seu recado, declamando poesias, de nossa autoria e de outros poetas nordestinos, recebendo o clique de quem nos assistia, os aplausos e o carinho de todos os presentes. Nos revezamos para que todos tivessem oportunidades e o evento foi encerrado ás 22 horas, quando retornamos para pousada de Bodocó, onde estávamos hospedados e depois de um lanche rápido fomos descansar para no dia seguinte continuar os trabalhos. Na segunda, dia 22, às 9 horas minha participação foi na Escola Estadual..., onde junto com o radialista Zé Maria e o jovem Herbert Pixilinga (Exu), que fez a intermediação, fizemos uma palestra do sobre “ser poeta e escritor e papel da leitura na vida do estudante”. Na sala, cerca de 60 adolescentes nos assistiam e participavam, inclusive declamando poemas de suas autorias.

O RETORNO À BUÍQUE – Segunda (22/04), após o jantar na Pousada Bodocó, estava pronto para retornar à minha terra, com o sentimento do dever cumprido. Representei minha cidade e meu povo na terra do rei do baião, e não fiz feio. Me despedi dos amigos de “jornada” e peguei o ônibus da Progresso, saindo de lá as 19 horas, chegando em Arcoverde às 2 da madrugada de hoje (terça-feira), quando meu cunhado Caio Magalhães já me esperava em seu veículo. Dormi em sua casa e na manhã de hoje, tive o prazer de beijar e tomar o desjejum com minha irmã Michelle e minhas duas sobrinhas, as princesas Mariana e Pyetra.

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