quinta-feira, 25 de maio de 2023

OS DIAS ESTÃO VOANDO

Desenho  de Billy Kid, - natal de Buíque - década de 70 e desenho deste poeta por um aluno de Tupanatinga

    

         Não sei se todos concordam, mas parece que o tempo está voando feito um foguete. Até se comenta que alguns estudiosos descobriram que o dia realmente não tem mais 24 horas. Se é verdade, não sei, mas a impressão que é que realmente o dia, a semana, o mês e o ano não são mais como antigamente. É como se a gente estivesse apostando corrida de cavalos.

        Talvez essa impressão aconteça porque quando a gente era criança passava a maior parte do tempo desocupado ou brincando com os amigos, e por isso o dia parecia mais demorado. A gente até desejava atingir a maioridade, pensando em atingir a liberdade – mas que loucura!  

        Há também quem diga que o computador, as redes sociais e a internet estão contribuindo para que isso aconteça, porque até as crianças passam grande parte do tempo acessando essas modernidades. As brincadeiras de bola de gude, soltar pipa, barra-bandeira, esconde-esconde e outras mais, são apenas boas lembranças do passado. Mas feliz aqueles que vivenciaram essas experiências ...

          Hoje depois da maturidade a gente deseja voltar a ser criança e não temos mais esse privilégio, a não ser através do pensamento e das imagens que sempre povoam nosso imaginário.

          Quando criança ficava muito triste quando se encerravam as festividades de final de ano. Pensava comigo: Como vai demorar para chegar outro natal. Um ano parecia um século. Atualmente, quando monto minha árvore e decoração de natal, penso que a última vez que fiz essa arrumação foi há alguns dias e não há um ano.

          Dia desses encontrei um amigo que há mais de trinta anos não nos víamos e depois do abraço e cumprimentos iniciais, nos sentamos e passamos a conversar durante aproximadamente uma hora – era um dia feriado e tivemos esse privilégio, já que tanto ele quanto eu, nos últimos dias estamos trabalhando incansavelmente, apesar de que ele já está aposentado do Estado, mas continua batalhando de forma particular, “para ajudar nas despesas”, enquanto eu aguardo ansioso esse dia, que pelos meus cálculos acontecerá no próximo ano.

          Fazendo minha rotineiras caminhadas pela cidade vez por outra encontro um amigo dos tempos de infância e como sempre acontece, em nossas conversas, além de relembrar o tempo de infância, chegamos a conclusão de que já estamos chegando a terceira idade. Parece que foi ontem, a gente era menino,

          Fazendo uma faxina em minha estante vez por outra dou uma vista nos álbuns de fotografia e, como as fotos falam conosco, dou uma viagem no tempo, reencontrando os amigos da velha guarda. No entanto, parece que aquele menino matuto e tímido dos anos 70 continua o mesmo.  Só pintou o cabelo e ficou “mais experiente”.

         Para não deixar essa mensagem mais longa, porque dizem que quando a gente envelhece só quer lembrar do passado, lembro que já perguntaram uma vez a um jornalista amigo meu: “Você, depois que ficou velho só quer lembrar das coisas do passado!”. Ele respondeu enfaticamente:  - É claro. Quando a gente teve uma infância saudável sempre quer voltar ao passado. Agora, quando a infância foi traumática a gente só quer fugir dela para o mais distante possível.

        Esse é um texto escrito no momento de muita nostalgia, aliás, esse sentimento me acompanha desde criança, parece que sou tão saudosista que tenho saudade até do futuro.
 
        Amanhã é dia de mais poesias do professor e poeta Carlos Alberto. Até lá !.

 



 


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