Chegamos a mais uma quarta-feira e, conforme prometido vamos conhecer mais um pouco do trabalho dos nossos poetas locais.
Antes de tudo, quero parabenizar o colega Leonardo Silva, nosso querido "Léo Chocolate", como é carinhosamente conhecido, pelo excelente evento que patrocinou na última quinta feira, dia de 1º de Junho, no auditório da Escola Técnica Cyl Gallindo, quando esteve entregando a premiação dos três vencedores do concurso de redação organizado pelo Grupo de Leitores Cyl Gallindo, do qual é um dos membros, O evento foi de fato, extraordinário. Pelo êxito que foi, desejamos que outros concursos aconteçam, sob a sua coordenação, podendo contar com o nosso apoio
Dito isto, vamos às poesias dos nossos queridos poetas da terra!
Seguindo a sequências das fotos acima, vamos iniciar a postagem de hoje conhecendo mais algumas, das muitas criações da nossa querida Irivanize Albuquerque, que nasceu na nossa vizinha Pedra, mas que adotou nossa cidade como sua segunda terra natal. De sua inspiração apresento-lhes três lindas poesias: "Violetas", "Eu monologa" e a extraordinária "Maria". Ei-las:
A seguir, veremos a arte de Leonardo Silva. LÉO é arcoverdense, mas foi muito bem acolhido por nossa terra, se tornando um buiquense, quer pelos muitos amigos que conquistou, quer pelo envolvimento que o mesmo tem com a cultura local, sendo um grande participante dos eventos literários, além de ser diretor de um blog "Choque Cultural", no qual publica matérias sobre eventos ocorridos nesta cidade e na região. Recentemente recebeu o título de cidadão buiquense, concedido pela Câmara municipal de Vereadores,como reconhecimento pelos relevantes serviços prestados ao nosso município.
Pois bem, vamos conhecer um pouco da veia poética de Léo, através das poesias "Sina de Poeta", "Amor Safado', "Se viver" e "Consciência negra".
SINA DE POETA
Por ter guardado segredo
Eu vivi na solidão
Passei fome, frio e medo
Machuquei meu coração...
Hoje tenho um desafio
Que é dar sem receber
Isso é sina de poeta
Só não sei dizer por quê.
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AMOR SAFADO
Coração que tanto amo
Que de engano me machuca
Tento esquecer-te em vão
Preza nesta triste luta...
Meu amor é venenoso
Todo dia me sufoca
Chego até ficar perdida
Ele só é minha vida
Por que ainda me toca...
Foi namoro, foi noivado
Foi sumiço e traição
Mas o meu amor safado
Manda no meu coração...
Vivo em longo limite
Entre o céu e o mar profundo
Serás meu todos os dias
Mesmo que se acabe o mundo.
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SE VIVER
Sou amigo do meu bem
Mesmo estando apaixonado
Ela me deixa no frio
Se viver é desafio
Quero ela do meu lado....
Ainda sinto desejo
Seu beijo não sai de mim
Lembrança que está perdida
Se viver custar a vida
Deixarei que seja assim.
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CONSCIÊNCIA NEGRA
(soneto monostrófico)
Em um passado distante
De consciência pesada
Um homem de negro feitio
Encantou todo Brasil
Com sua longa escapada;
Hoje ainda tem quem diga
Quem condene um inocente
Pois a consciência negra
Estará sempre presente;
Preconceito, isolamento
Isso tudo e tudo mais
Não se deve existir
Pois só Deus pode impedir
E fazer de guerra, paz.
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Poesias extraídas do livro
"FLOR, PAIXÃO E CHOCOLATE"
Lançado em Dezembro de 2010
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Na sequência, veremos quatro poesias da talentosa e multiprofissional Márcia Marina, com quem tenho o prazer de trabalhar no judiciário há um bom tempo e que me deu o orgulho de me convidar para fazer o prefácio do seu livro "Eu verso, tu poesia", lançado em novembro de 2016 no auditório da pousada Santos, aqui em Buíque. Dessa obra, vamos conhecer três poesias, que são: "Jornada", "Troveliando" e "Despedida".
Na sequência conheceremos mais um poeta de grande importância em nossa cidade. Seu nome SIVALDO OLIVEIRA, com quem tive o prazer de cursar pós graduação na Faculdade de Formação de Professores de Arcoverde. No nosso linguajar nordestino, Sivaldo é um poeta de mão cheia, além de .ser o homem de mil e uma utilidades, pois além de excelente professor, é tambem funcionário do Sindicado dos Trabalhadores Rurais de Buíque e sempre que é convidado para participar de algum evento cultural está presente, dando a sua contribuição.
Vamos conhecer algumas de sua poesias, com destaque especial para a primeira, intitulada LAMENTO:
LAMENTO
Me desculpe seu doutor
O jeito de me expressar
Minhas palavras são toscas
Não consegui estudar
Eu nasci lá no canto
E ainda estou por lá.
Lá eu não disponho
De nenhuma granfineza
Ter fé em Deus e coragem
É toda minha riqueza
Pois sou fruto da desigualdade
Que impera na sociedade
Construída pela nobreza.
Seu doutor a minha história
Está escrita em minhas mãos
Cada marca é um verso
Cada calo é um refrão
Dessa vida tão maltratada
Que o senhor sabe e não faz nada
Pra ajudar meu sertão.
Lá a chuva não cai mais
Tornou-se escasso o pão
Onde antes era um belo rio
Hoje nem lama tem mais no chão
Só peço a Deus piedade
E que os homens de boa vontade
Se lembrem do meu sertão.
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RIVANIA ( A menina do rio Una)
Guardado na mochila o futuro
E dentro do peito a esperança
Guiando a vida de uma criança
De um destino inseguro
Que já nasceu prematuro
Nesse mundo de desiguais.
Mas as razões sociais
Que a vida lhe arquitetou
Não lhe arrancaram o fulgor
Da busca por ideais.
Mais uma “Silva” brasileira
De origem nordestina
Condenada a “Vida Severina”
Se não fosse tão guerreira
Se tornando uma artilheira
No campo da resistência
Onde driblou a incoerência
Goleando as suas dores
Marcando gols de valores
Em cima da prepotência.
Apoiado na jangada,
Um olhar para o horizonte
Que hoje me serviu de fonte
Pra que eu ficasse inspirado
E poder deixar desenhado
O meu poema nessa lacuna
E através do papel como tribuna
Peço aos homens do poder
Não deixem Rivânia perecer
Nas enchentes do rio Una.
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Por último, mas não menos importante, vamos conhecer mais um pouco da poetisa ROSA RAMOS. Descendente da tradicional família "dos Pergentinos", Rosa há muitos anos vem se destacando em nossa cidade pelas suas criações culturais, não só no que se diz respeito à poesias, pois ela também é uma excelente compositora, já contando com a gravação de um CD com várias canções românticas e tem muito talento nessas duas áreas, merecendo da nossa parte nossas homenagens, como incentivo para que continue sempre contribuindo com a nossa cultura.
Vamos conhecer algumas poesias de sua verve:
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VENDAVAL
Uma casinha inópia
Lá no pé da serra
O silêncio ocupa meu espaço
A solidão impera.
Minha alma chora em silêncio
Deito, levanto, olho a paisagem,
Sob a luz do pirilampo, vejo você,
Que aqui passou de passagem.
Foi como um vendaval,
Utilizou sonhos lindos, marcou,
Foi apenas uma única noite de amor,
Mas o que vivemos dentro de mim, ficou.
Hoje, sinto saudades do teu corpo
Dos beijos doces e molhados.
Daquele chamego gostoso, safado,
Que me deixou mal acostumado.
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BIJUTERIA
Eu te amei, ainda amo
Mas contigo, me desiludi
Quebrei a cara
A alegria de viver perdi.
Fiz de você meu mundo
De viver a minha razão
Me doei, me entreguei
De corpo, alma e coração.
Até seu sussurrar
Meu coração podia ouvir
Deixei de viver para viver você,
O meu eu, deixou de existir
Vivi num reino encantado
Onde tudo parecia magia
O amor dos contos de fadas vivi,
Felicidade maior não existia.
Mas logo mostrou seu outro lado.
E se desfez minha fantasia
Pensei que era uma joia rara
Mas era simplesmente uma bijuteria.
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PALAVRAS
As palavras de amor
Aquelas mais bela do mundo
São ditas no silêncio de um olhar,
De modo puro e profundo.
Com lágrimas nos olhos
Eu vi você partir
De dor partiu meu coração
Mas não vou pedir pra você voltar
Meu orgulho você feriu
Melhor que se vá
A pertencer um ser tão vazio.
Deitei nos braços da poesia
E longe fui na minha utopia
Como nos conto de fadas
Vivi momentos de pura magia.
Nos meus versos tortos voei
E neles te encontrei
O que não pensei viver, vivi
Me realizei, te amei.
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Por hoje é só, mas na próxima quarta tem mais. Inté lá !
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