domingo, 6 de setembro de 2020

VOTANDO "POR AMOR" À TERRA. SERÁ?

                        Já cantei e decantei sobre o tema política e politicagem várias vezes. Tenho vários livretos de cordéis nos quais discorro sobre o tema das mais variadas formas, no entanto, a postagem de hoje vem a tona por conta da movimentação política que começa a acontecer em nossa cidade; no meu entender, antes do tempo determinado pela lei.  

                   Disse certa vez que não sou muito simpático ao tema política, embora na verdade o que não me atrai seja mais a “politicagem barata”, do que a política como ciência. Esta na verdade é de suma importância à sociedade e à humanidade como um todo. O problema é o pragmatismo. (Como a política acontece na prática).

                   Comentei certa feita e continuo com a mesma opinião que esse é o período que acho mais chato e conturbado, principalmente nas cidades pequenas como é o caso de Buíque, onde praticamente todo mundo se conhece e de alguma forma tem amizade ou parentesco uns com os outros.

                   Compreendo e até concordo em certo ponto que uma pessoa que foi beneficiada em determinado governo, tendo familiares contratados, casas ou armazéns alugados, gratificações dobradas e familiares morando na capital e recebendo altos salários mensalmente, essas pessoas não tem motivos para votar no opositor ao seu candidato.

                       Essa onda de: “vou votar por amor à minha terra” já deixou de me enganar há muito tempo. Essa crença é de quando eu era criança ou adolescente. Hoje vejo que a realidade é outra. Alguns podem até agir dessa forma, mas infelizmente a maioria das pessoas vota porque foram ou serão beneficiadas particularmente pelo candidato eleito. Conheço pessoas de condições financeiras que podem ser consideradas “ricas” para nossa realidade, que votam em determinado candidato não porque ele fez ou vai fazer um bom governo, mas porque na época do seu mandato tinha prédios alugados ao município por valores acima do mercado, além de filhos que no ditado popular “nunca deram um prego numa barra de sabão”, e mesmo assim recebia altos salários, etc.

                    Hoje quando vejo uma pessoa brigando por determinado candidato, seja ele qual for, vou logo desconfiando. Dependendo da pessoa, pode ser um alto salário, embora existam aqueles que se transformam em bajulador por apenas um salário mínimo ou até menos que isso, pois o pouco que recebe as vezes tem que dividir com outro parente.      O popular “cala a boca” funciona perfeitamente e não tem como dar errado, até porque em cidade pequena, como é o nosso caso existem poucas empresas para geração de emprego e “uma cesta básica” consegue conquistar não só o voto como o empenho do “cidadão” até para luta armada, se for preciso.  

                     O resultado de tudo isso são desentendimentos, intrigas, confusões, inimizades que perduram por muito tempo, as vezes por até toda vida e um governo que sempre deixa a desejar em termos de obras para a população.    

                    Me recordo do tempo de criança que até nas bandas marciais das escolas, no dia 07 de setembro havia grande rivalidade, que na verdade era a politicagem “entranhada” nos componentes, já que as escolas maiores da cidade, a Vigário João Inácio e a Duque de Caxias contava com duas famílias politicamente rivais na direção.

                     No pleito atual temos três pré-candidatos a prefeito e diversos a vereadores. Para chefe do executivo a população tem três opções já bastante conhecidas no município, e para vereador, além dos atuais edis, existe uma gama de novos postulantes,  por isso todos terão direito de fazer a sua melhor escolha. Deveria ser um pleito tranquilo já que estamos em tempo de pandemia por causa da covid-19 e por isso não serão realizados comícios ou arrastões, no entanto já começamos a ver o espírito violento se infiltrando em alguns movimentos e cada um apontando o outro como culpado, no entanto,m no geral creio e desejo que seja um pleito tranquilo para todos. 

                       Como dito acima, não estou tirando a razão de quem vota em determinado candidato por haver sido beneficiado pelo seu governo, até porque seria ingratidão receber a ajuda e depois votar contra quem lhe “estendeu a  mão”, o que discordo veementemente é a pessoa querer convencer que o seu candidato é o melhor para a cidade. Pode ser o melhor para essa pessoa, ou para sua família, mas para a cidade é outro assunto. Digo isso sem pestanejar, pois infelizmente esta é uma realidade em nossa cidade.  

                       Percebam que não citei nome de nenhuma pessoa, seja eleitor, seja candidato, pois tenho muito respeito por todos, inclusive por quem ingressa na política, que não é um segmento muito fácil de lidar, e quem assim faz é porque tem carisma, simpatia e a aceitação das pessoas, independente do resultado.   

                        Encerro esta postagem desejando um bom pleito para todos os candidatos e que os eleitores procurem ser mais prudentes para não desfazer amizades de 20, 30 ou 40 anos em apenas dois meses de campanha política. 

 

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