sábado, 11 de janeiro de 2014

AS DUAS JANELAS – UMA AO NASCENTE E OUTRA AO POENTE


Vista interna do primeiro andar da residência deste blogueiro (para o nascente)

          Há muitos anos gostamos de realizar, semanalmente uma celebração que denominamos “Culto Famíliar“. No sábado pela manhã, dia que estamos todos disponíveis, nos reunimos na sala principal do primeiro andar, eu, minha esposa e nossos três filhos e aqui, de maneira informal conversamos sobre a vida, Deus, os estudos, a vida em geral. Lemos textos da Bíblia, cantamos algumas canções cristãs, tanto evangélicas quanto católicas e ao final, fazemos uma reflexão. A duração mínima do culto é de uma hora, mas as vezes o “clima “ está tão gostoso que a gente ultrapassa.   

            Na manhã de hoje, como de costume, a reflexão foi sobre a vida. Aproveitei as paisagens naturais de nossa casa para ilustrar a mensagem. Olhando do primeiro andar para o lado nascente (frente da minha casa), temos uma vista linda. Vemos alguns telhados e ao longe muitas árvores e parte do antigo colégio da freiras, onde estudei durante a minha infância. Olhando para baixo avistamos dezenas de crianças que se reúnem para jogar, andar de bicicleta e as vezes fazer aquele barulhão danado, próprio de crianças reunidas. Símbolo de vida, alegria, movimento, esperança...  
 
            Já na janela de trás desta mesma residência, vemos ao lado poente, um verdadeiro contraste com a cena anterior. É que há poucos metros fica o cemitério público municipal, com sua capela, tumbas, cruzes e seu silêncio insidioso. Símbolo de morte, solidão e tristeza...

            Foi baseado nesses dois cenários que refleti junto com minha esposa e meus três filhos sobre a realidade da vida. Em vários momentos ela pode ser comparada com a janela da frente. São os momentos de alegria, de conquistas, vitórias, saúde e satisfação. Entretanto, sabemos que no percurso da vida, as vezes atravessamos momentos de dificuldades, angústias, derrotas, doenças e, nestes a vida pode parecer  com  a visão da janela de trás, quando aparentemente estamos sós, com nossas dores e angústias. No entanto, esses momentos são passageiros e ao final sempre conseguimos nos mover para o cenário do nascente com seu brilho e seu renascer diário.

         Sabemos que estamos aqui de passagem e temos que fazer o possível para sermos e fazermos nossos semelhantes felizes. 

         Humildade, serenidade, respeito, compreensão e amor são atitudes e armas que nos ajudarão nessa caminhada. Em nosso andar precisamos da ajuda de Deus e da mão amiga dos nossos semelhantes para atravessarmos a estrada. Em muitas oportunidades precisaremos também estender a mão e o ombro para aqueles que precisam de nós, fazendo isso não por obrigação, mas como reconhecimento de que diante de Deus somos todos iguais e o nosso pai verdadeiro quer que seus filhos vivam em harmonia. 

            As vezes essa harmonia tende a ser quebrada pelas divisões e entendimentos religiosos, pelas agremiações políticas ou qualquer outro vendaval provocado pelo ser humano, mas a depender do nosso equilíbrio a nossa intimidade com o Pai, essa comunhão não virá a ser quebrada.   

            Em momentos como esses é preciso voltar a ser criança de novo, lembrar daquele tempo que a gente se ajoelhava no pé da cama, cruzava as mãozinhas e depois da oração noturna, dizia: “A bênção papai do céu”, e dormia tranquilo e seguro na companhia dos pais terrenos, dos irmãos, dos anjos e santos de Deus.  
            E desta forma, após cantarmos várias canções cristãs e lermos a meditação da manhã, oramos uns nos outros, pai com filhos e esposa, nos abraçamos, nos beijamos e dizemos a Deus: MUITO OBRIGADO SENHOR POR MAIS UMA SEMANA....


            Por fim, fica a lição: A nossa vida tem duas janelas. Que possamos enxergá-la pelo lado nascente. Lembrando que mesmo vindo a escuridão da noite, ninguém poderá impedir o amanhecer. O sol sempre renascerá.

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