
Nesta nota quero agradecer a todos os amigos e familiares, que na noite de ontem compareceram na Escola Técnica Cyl Gallindo, para prestigiarem o lançamento de mais um livro de cordel de minha autoria.
Como disse na abertura, foi um momento de muita felicidade e emoção, ao ver tantos amigos presentes em um evento puramente cultural. Tive a honra de ter ao meu lado, como mestre de cerimônia o também poeta Leonardo Silva, que fez um magnifico trabalho, conduzindo o evento do início ao fim, inclusive fazendo algumas intervenções durante os noventa minutos, que foi a duração do programa.
Na abertura "Léo", ao subir subi ao palco, em poucas palavras declarou o que a plateia iria ver, e na sua fala disse que o cordel de hoje tem a ver com o que de mais belo e saudoso existe. O Buíque dos tempos em que o autor era criança, personagens e famílias tradicionais que muito contribuíram com a nossa história em sua formação comercial, religiosa política e cultural.
Em seguida fez exibir no telão umas das músicas mais cantadas no país, a popular "Luar do Sertão", autoria de Catulo da Paixão Cearense, com melodia atribuída a João Pernambucano. Essa canção completou um século de existência, pois a primeira gravação ocorreu no ano de 1914. Executada a canção, aí sim Leonardo convidou o poeta Paulo Tarciso a subir ao palco, sob os aplausos dos presentes.
Após os agradecimentos iniciais, Tarciso deu início à sua palestra declamando a poesia "O causo do caçador", do poeta paraibano Chico Pedrosa, declamação que foi acompanhada de fundo musical e varias imagens exibidas no telão. A seguir Paulo se declarou um "barriga preta" legitimo; apelido dado aquelas pessoas que nasceram em Buíque, e, no caso de Paulo, nunca se ausentou do seu torrão, apesar de já haver ocorrido algumas propostas, todas elas recusadas porque, segundo ele, suas raízes familiares, emocionais e culturais estão muito bem formadas e fincadas nesta cidade. A apresentação resumida de sua vida, seu crescimento escolar e profissional desde o tempo de criança foi narrado com o auxílio de cerca de vinte e cinco fotos, mostrando desde o tempo que estudou no antigo colégio das freiras até a conclusão do curso de Direito na Faculdade (ASCES) de Caruaru.
Sobre a vida profissional, Tarciso narrou de forma impecável que quando criança trabalhou como engraxate de sapatos nos dias de feira livre; trabalhou também pegando frete num carro de madeira fabricado pelo saudoso marceneiro conhecido como "seu Leba". Depois passou a trabalhar como vendedor de sapatos numa banca de feira, no centro da cidade, já que naquele tempo não existia sapatarias aqui na cidade. Depois contou quando saiu da banca de sapatos foi trabalhar no antigo "Mercado Santo Antonio", do saudoso "Antonio Mariquita",onde ficou por dois anos. Saindo dali foi trabalhar no Mercadinho Moderna do empresário Luis Nilson, onde permaneceu por seis anos. De lá foi para o cartório de Registro Geral de Imóveis do popular "Xéu", onde passou mais cinco anos, e, de lá, após ser aprovado em concurso público passou a exercer o cargo hoje denominado de "Técnico Judiciário" do Tribunal de Justiça de Pernambuco, sendo lotado em Buique desde o ano d e 1988.
Como grau de instrução Paulo é formado em Letras, com pós-graduação, pela Faculdade de formação de Professores de Arcoverde e em Direito pela Asces de Caruaru, além de possuir formação Técnica em Teologia. Tudo isso, como foi dito acima, foi narrado com o auxílio de diversas fotografias.
Após essa narrativa, Paulo voltou a declamar mais uma poesia, também do poeta Chico Pedrosa. intitulada "Filosofia de caboclo", que mais uma vez recebeu os aplausos dos presentes.
Em seguida, Leonardo assumiu o palco e narrou em poucas palavras o próximo cordel, que recebeu o título "Buíque do meu passado" e tem a duração de dez minutos, exibido com fundo musical na tela, com gravação na voz do poeta Paulo Tarciso. Cada verso corresponde a uma foto com efeitos especiais. O fundo musical usado na gravação desse cordel foi a canção "Meus tempos de criança", de Ataulfo Alves. Impossível não se emocionar com os versos, a musica e as imagens exibidas.
Concluída essa exibição, Leonardo subiu ao palco e convidou novamente Tarciso assistir um vídeo de oito minutos, gravado há quinze anos, onde vários personagens o homenageam, inclusive alguns que não estão mais entre nós. Dentre os presentes na plateia alguns se emocionaram ao ponto de lacrimejarem ao ver suas mães "falando" nessa gravação.
Após esse momento de profunda emoção foi a fez de Leonardo reassumir o palco, e, ao microfone anunciar o momento mais esperado da noite, a exibição em vídeo do cordel "Buíque da minha Infância", com duração de 10 minutos. Como o cordel anterior, em cada verso declamado uma foto correspondente, e o fundo musical utilizado foi "A Capela" de Paulo Sérgio. Mais uma vez a plateia foi movida de uma profunda emoção. Os mais "maduros" por relembrarem com muita profundidade os tempos de criança; os mais jovens por conhecerem um pouco como foram os dias dos seus avós, tios e pais.
Concluído esse cordel, ainda movido de muita emoção, o mestre de cerimônia Leonardo Silva subiu ao palco e convidou a Dra. Marta Andrade (advogada), que estava presente com sua família desde o início do evento, para subir ao palco, a qual trouxe uma palavra de gratidão a todos que apoiaram sua família durante um momento muito angustiante que foi a doença e morte de sua genitora (D. Zefinha Moraes), personagem que fez parte desse último cordel, escrito antes de sua partida.
Para não perder o brilho da noite, TARCISO reassumiu a palavra, agradeceu mais uma vez a todos pela presença e apoio, convidando-os para assistir o último vídeo da noite com a canção "TREM-BALA", cujas imagens exibidas mostrando família, filhos, netos e muitos amigos em momentos marcantes de sua vida.
Encerrada a palestra foi a vez das fotos e da venda dos cordéis, que ficou por conta de Leonardo Silva e de sua querida esposa Gilvaneide.
Agradecimentos especiais a Iara Kíria Diretora da ETE, pela cessão do auditório para realização do evento, minha colega de trabalho Áurea Gomes, pelos arranjos que ornamentaram o palco. Roberval Ramos e Dra. Marta Moraes, pelo apoio na confecção dos livros, Airon Liberato, pela gravação e edição dos áudios dos dois cordéis, a Paulo César Barmonte, pela edição dos vídeos; Leonardo Silva, pela edição, confecção impressão dos cordéis e pela magistral participação como mestre de cerimônia. Aos professores Marcos Jean e Rogers Farias, pelo excelente serviço de controle do som e multimídia durante o evento, e, de forma geral, a todos que não mediram esforços, saindo de suas residências, numa noite chuvosa e fria, para abraçarem este poeta, tirar uma foto e de forma clara e evidente me dizerem: "Nós te amamos e apoiamos o seu trabalho".
Abraço a todos e que Deus os abençoe.
Abaixo várias fotos do evento, praticamente todas registradas por Leonardo Silva, apenas duas são do celular do meu filho e uma da amiga Cilene Santos: