terça-feira, 9 de dezembro de 2014

DICA DE LEITURA: GUIA "POLITICAMENTE INCORRETO DA FILOSOFIA", de LUIZ FELIPE PONDÉ


      Concluí, na tarde de ontem a releitura do livro “GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA FILOSOFIA” (Ensaio de Ironia), autoria do filósofo Luiz Felipe Pondé.

        O livro foi lançado pela editora LEYA, em 2012 e contém 230 páginas, distribuídas em 27 partes (capítulos) incluindo nesse rol a introdução, apêndice e índice. 

        Seu autor é filósofo, doutor em filosofia moderna pela USP/Universidade de Paris e pós- doutor pela Universidade de Tel Aviv, Israel. Professor da PUC-SP e da FAAP. É colunista da Folha de São Paulo e autor dos livros “Do Pensamento no deserto”, “Conhecimento na Desgraça”, “O Homem Insuficiente”, (todos da Edusp), Crítica e Profecia (Editora 34) e do best Seller “Contra um mundo melhor”, publicado pela Leya em 2010.

        A obra contém, como o próprio título sugere, uma série de críticas ácidas contra a hipocrisia do politicamente correto. As vezes, de tão ácida,  a crítica chega a ser desagradável. Não sem pretensão, eis que o próprio autor sugere logo na introdução:

 “Este livro não é um livro de historia da filosofia, mas sim um ensaio de filosofia do cotidiano, mais especificamente um ensaio de ironia filosófica que dialoga com a filosofia e sua história, movido por uma intenção específica: ser desagradável para um tipo específico de pessoa (que espero, seja você  ou alguém que você conhece), ou, talvez, para um tipo de comportamento (que espero seja o seu, ou de um amigo inteligentinho  que você tem)...” (grifo nosso).

        Apesar do tema filosofia, o livro tem uma leitura de fácil compreensão. Mesclando pensamentos dos principais filósofos como Aristóteles, Maquiavel, Platão, Darwin, Platão, e outros, o autor, que confessa ser um pecador irônico, procura desconstruir todo o arcabouço do pensamento “politicamente correto”, por ele considerado uma mentira moral e universal.

        Em alguns pontos da obra, o autor critica o fato de que pessoas que conquistaram espaço por mérito, estão perdendo esse mesmo espaço para muitos desajujstados, despreparados e incompetentes que estão aos poucos ingressando em vários quadros sociais, às custas do primeiro grupo. “Muitos vivem às custas de poucos”.  

         Depois de concluir a leitura, reli a obra inteirinha, sublinhando vários textos, como de costume, e resolvi postar essa dica de leitura, destacando alguns pontos e frases que julguei interessantes, só para provocar no leitor o desejo de também conhecer a obra e tirar suas próprias conclusões, asseverando que vale a pena adquirir e “digerir” essa obra.

 ALGUNS DESTAQUES QUE FAÇO:

“O futuro do mundo é ser brega”

“(...) Uma das coisas que os politicamente corretos mais temem é a ética aristocrática da coragem levada para a vida cotidiana, porque ela desvela o que há de mais terrível no ser humano, a saber, que ele é o animal mais assustado e amedrontado do mundo (...)

Comentando sobre a noção de aristocracia:

(...) Uns poucos são melhores do que a maioria dos homens. A sensibilidade democrática odeia esta verdade: os homens não são iguais, e os poucos melhores sempre carregaram a humanidade nas costas (...).

“A função da educação é exatamente identificar nos alunos suas diferenças e colocá-las a serviço da sociedade. Os melhores liderem, os médios e medíocres seguem. Qualquer professor sabe disso numa sala de aula. Uma das maiores besteiras em educação é dizer que todos os alunos são iguais em capacidade de produzir e receber conhecimento”.

“o povo é sempre opressor. Quando aparece politicamente é para quebrar coisas. O povo adere fácil e descaradamente (como aderiu nos séculos 19 e 20) a toda forma de totalitarismo. Se der comida, casa e hospital, o povo faz qualquer coisa que você pedir”.

“Talvez a pior coisa da democracia seja o fato de que ela deu aos idiotas a consciência de seu poder numérico, como dizia o sábio Nelson Rodrigues”.

“Quanto mais um homem ama (investe afetivamente em) uma mulher, mais ele fica inseguro e ciumento. Se seu namorado estimula você viajar sozinha, ele provavelmente a está rifando. (...) Por isso mesmo uma fêmea até hoje não suporta machos fracos, medrosos e “pobres”.

“A maioria esmagadora dos homens baba pela beleza feminina.”
A maior inimiga da beleza da mulher é a outra mulher, a feia (...) As feias, que são num certo sentido  maioria e a regra, só aceitam uma mulher bonita quando esta já não é  mais tão bonita”

“Nada é mais temido por um covarde do que a liberdade de pensamento”.

O mundo acabou, fique em casa. Ver filmes em casa ficou mais chique do que ir para o exterior. Hordas de turistas, com sua alegria de classe média, destroem os países, invadindo catedrais com suas máquinas de filmar e suas fotografias digitais, tiradas enquanto comem comida (com gosto de plástico) de avião (...).
  
 “Como todo homem sabe, a mulher nunca está satisfeita, E se você se preocupa em deixá-la satisfeita, você vive uma batalha sem fim, que ela mesma não reconhece como existente”.

“Independentemente do fato de que ditaduras são horríveis, a brasileira não liquidou a esquerda como se fala por aí. E mesmo os tais guerrilheiros lutavam por uma outra forma de ditadura. Tivesse a guerrilha de esquerda vencido a batalha nós acordaríamos numa grande Cuba. A ditadura de certa forma nos salvou do pior”.

“Nada pior do que essas pessoas que não sabem nada, mas não sabem que não sabem nada, e levam suas vidas banais (...)”

“(...) o mundo funciona na lógica das trocas de interesses e de possibilidade de interesses, e a natureza humana está mais para o Príncipe do Maquiavel do que para o Pequeno Príncipe (de Antoine Saint Exupéry)”.




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