Concluí, na tarde de ontem a releitura do
livro “GUIA POLITICAMENTE INCORRETO DA FILOSOFIA” (Ensaio de Ironia), autoria
do filósofo Luiz Felipe Pondé.
O livro foi lançado pela editora LEYA, em 2012 e contém 230 páginas,
distribuídas em 27 partes (capítulos) incluindo nesse rol a introdução,
apêndice e índice.
Seu autor é filósofo, doutor em filosofia moderna pela USP/Universidade de
Paris e pós- doutor pela Universidade de Tel Aviv, Israel. Professor da PUC-SP
e da FAAP. É colunista da Folha de São Paulo e autor dos livros “Do Pensamento
no deserto”, “Conhecimento na Desgraça”, “O Homem Insuficiente”, (todos da
Edusp), Crítica e Profecia (Editora 34) e do best Seller “Contra um mundo
melhor”, publicado pela Leya em 2010.
A obra contém, como o próprio título sugere, uma série de críticas ácidas
contra a hipocrisia do politicamente correto. As vezes, de tão ácida, a
crítica chega a ser desagradável. Não sem pretensão, eis que o próprio autor
sugere logo na introdução:
“Este livro não é um livro de
historia da filosofia, mas sim um ensaio de filosofia do cotidiano, mais
especificamente um ensaio de ironia filosófica que dialoga com a filosofia e
sua história, movido por uma intenção específica: ser desagradável para um tipo
específico de pessoa (que espero, seja você ou alguém que você conhece),
ou, talvez, para um tipo de comportamento (que espero seja o seu, ou de um
amigo inteligentinho que você tem)...” (grifo nosso).
Apesar do tema filosofia, o livro tem uma leitura de fácil compreensão.
Mesclando pensamentos dos principais filósofos como Aristóteles, Maquiavel,
Platão, Darwin, Platão, e outros, o autor, que confessa ser um pecador irônico,
procura desconstruir todo o arcabouço do pensamento “politicamente correto”, por
ele considerado uma mentira moral e universal.
Em alguns pontos da obra, o autor critica o fato de que pessoas que
conquistaram espaço por mérito, estão perdendo esse mesmo espaço para muitos
desajujstados, despreparados e incompetentes que estão aos poucos ingressando
em vários quadros sociais, às custas do primeiro grupo. “Muitos vivem às custas
de poucos”.
Depois de concluir a leitura, reli a obra inteirinha, sublinhando vários
textos, como de costume, e resolvi postar essa dica de leitura, destacando
alguns pontos e frases que julguei interessantes, só para provocar no leitor o
desejo de também conhecer a obra e tirar suas próprias conclusões, asseverando
que vale a pena adquirir e “digerir” essa obra.
ALGUNS DESTAQUES QUE FAÇO:
“O futuro do mundo é ser brega”
“(...) Uma das coisas que os politicamente
corretos mais temem é a ética aristocrática da coragem levada para a vida
cotidiana, porque ela desvela o que há de mais terrível no ser humano, a saber,
que ele é o animal mais assustado e amedrontado do mundo (...)
Comentando sobre a noção de aristocracia:
(...) Uns poucos são melhores do que a
maioria dos homens. A sensibilidade democrática odeia esta verdade: os homens não são iguais, e os
poucos melhores sempre carregaram a humanidade nas costas (...).
“A função da educação é exatamente
identificar nos alunos suas diferenças e colocá-las a serviço da sociedade. Os melhores liderem, os médios e
medíocres seguem. Qualquer professor sabe disso numa sala de aula. Uma das maiores besteiras em
educação é dizer que todos os alunos são iguais em capacidade de produzir e
receber conhecimento”.
“o povo é sempre opressor. Quando aparece
politicamente é para quebrar coisas. O povo adere fácil e descaradamente (como
aderiu nos séculos 19 e 20) a toda forma de totalitarismo. Se der comida, casa e hospital, o
povo faz qualquer coisa que você pedir”.
“Talvez a pior coisa da democracia seja o
fato de que ela deu aos idiotas a consciência de seu poder numérico, como dizia
o sábio Nelson Rodrigues”.
“Quanto mais um homem ama (investe
afetivamente em) uma mulher, mais ele fica inseguro e ciumento. Se seu namorado
estimula você viajar sozinha, ele provavelmente a está rifando. (...) Por isso
mesmo uma fêmea até hoje não suporta machos fracos, medrosos e “pobres”.
“A maioria esmagadora dos homens baba pela
beleza feminina.”
A maior inimiga da beleza da mulher é a
outra mulher, a feia (...) As feias, que são num certo sentido maioria e
a regra, só aceitam uma mulher bonita quando esta já não é mais tão
bonita”
“Nada é mais temido por um covarde do que
a liberdade de pensamento”.
O mundo acabou, fique em casa. Ver filmes
em casa ficou mais chique do que ir para o exterior. Hordas de turistas, com
sua alegria de classe média, destroem os países, invadindo catedrais com suas
máquinas de filmar e suas fotografias digitais, tiradas enquanto comem comida
(com gosto de plástico) de avião (...).
“Como todo homem sabe, a mulher
nunca está satisfeita, E se você se preocupa em deixá-la satisfeita, você vive
uma batalha sem fim, que ela mesma não reconhece como existente”.
“Independentemente do fato de que
ditaduras são horríveis, a brasileira não liquidou a esquerda como se fala por
aí. E mesmo os tais guerrilheiros lutavam por uma outra forma de ditadura. Tivesse a guerrilha de esquerda
vencido a batalha nós acordaríamos numa grande Cuba. A ditadura de certa forma nos
salvou do pior”.
“Nada pior do que essas pessoas que não
sabem nada, mas não sabem que não sabem nada, e levam suas vidas banais (...)”
“(...) o mundo funciona na lógica das
trocas de interesses e de possibilidade de interesses, e a natureza humana está mais para o
Príncipe do Maquiavel do que para o Pequeno Príncipe (de Antoine Saint Exupéry)”.
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