Na segunda feira de carnaval, dia 11.02.2013, este blogueiro, juntamente Sebastião França (funcionário dos correios), meu filho Lucas Wesley e o meu irmão Roberto Tarcio, resolvemos fazer uma caminhada rumo à barragem do Mulungu – responsável pelo abastecimento de água de Buíque.
Saímos
da cidade por volta das 7 horas e chegamos ao destino 45 minutos depois. O
objetivo do passeio, além de ver de perto as condições da barragem, era também
queimar algumas calorias e de quebra, relembrar os bons momentos da fase de
adolescentes, quando praticamente todo domingo percorríamos aquelas estradas rumo à famosa Cachoeira de Santos, também conhecida como “Cachoeira do
Mulungú”.
Durante
o percurso, cada casa, cada cancela nossas conversas, e, evidentemente, nossa
mente, retornava no tempo, como se fosse um cinema, revivendo aqueles belas
cenas, quando grupos de jovens ainda organizavam piqueniques (isso é novo !),
nos diversos sítios da região. Não faltava violão, amigos - muitos amigos,
comida e bebida. Os meninos se responsabilizam pelos “drinks”, enquanto as
meninas patrocinavam as comidas. Era um tempo onde o romantismo invadia o
planeta jovem. Era comum também as paixonites agudas. A música da época
contribuía pra isso acontecer. Não se cantava na época as músicas do tipo
“eguinha pocotó” e outras desse estilo.
Depois
de um belo dia, muita paquera (ainda se paquerava naquele tempo), alguns jovens
enamorados e muita amizade, retornávamos à cidade, vendo o por do sol, algumas
vezes misturado com a chuva fina que começava a cair, iluminada pelos raios
solares. De fato, era um dia especial.
A
noite, o filme no Cine Nevava completava as aventuras do domingo. Na segunda
feira estávamos prontos para uma nova jornada de trabalho e estudos nas escolas
da cidade. Alguns poucos, na Faculdade de Arcoverde, pois a época era raro
alguém estudar em Caruaru ou Recife...
Pois
bem, voltando ao passeio à barragem, ao chegarmos lá, constatamos a situação
precária, nunca vista por este blogueiro. Tudo seco feito torrão, como pode ser
constatado pelas fotos acima. Da comporta principal, responsável pela liberação
da água para as caixas da Compesa dista mais ou menos um metro e meio do chão,
tudo seco. Lixo, garrafas plásticas, ossos de animais mortos, bolsas plásticas,
entulhos, e muita sujeira nos locais antes coberto pelas águas.
Pelo
que sei, até agora não se tem conhecimento de nenhuma providência por parte da
Compesa, ou qualquer outra autoridade, para aproveitar o momento e fazer uma
limpeza no local. Tenho porém, ciência que a responsabilidade maior é da empresa que abastece a cidade com o precioso líquido. Enquanto isso, no dito popular "salve-se quem puder"...
Mas,
diante de toda crise tão grave que assola o nordeste
brasileiro, durante esse passeio inédito que realizamos, presenciamos uma cena que muito nos chamou a
atenção: Um grupo de crianças, cerca de cinco ou seis, brincavam de cavalinhos
de pau. Uma vara com um barbante amarrado na parte superior, e, com esse
brinquedo entre as pernas, correndo pra lá e pra cá, riam como se fossem os verdadeiros
heróis do sertão.
-Ah, ah, ah, vai, vai !. – Um deles corria atrás de um garrote, cantando
um aboio e chibateando o seu cavalinho de pau, quem sabe, em sua mente juvenil,
sonhando um dia ser um grande fazendeiro da região.
E
assim, retornamos à cidade, vez por outra passando por nós um veículo em alta
velocidade, deixando atrás a estrada toda empoeirada, e, em meio aquela poeira
uma reflexão: Quanta beleza na criança!. Mesmo diante de um momento crítico
como o atual, elas ainda encontram na simplicidade um motivo para sonhar,
enquanto tantas crianças ricas com seus jogos eletrônicos, computadores notes e
netbooks reclamam dos genitores por brincadeiras mais artificiais; elas, com um
simples pedaço de pau, fazem do seu mundo infantil um paraíso em meio ao caos.
Foi por isso que Jesus disse que delas é o reino dos céus.
E viva as crianças, que mesmo diante de um inferno real que é seca nordestina, ainda conseguem transformar o caos num paraíso!
E viva as crianças, que mesmo diante de um inferno real que é seca nordestina, ainda conseguem transformar o caos num paraíso!
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