Ontem, o programa Roda Viva, da TV Cultura, novamente realizou um
brilhante trabalho em prol da democracia brasileira, ao entrevistar mais um
presidenciável. Desta vez o escolhido foi o senador Álvaro Dias, historiador,
professor e político brasileiro, filiado ao “Podemos”. Atualmente exerce o
cargo de Senador da República, pelo Estado do Paraná. Diante da bancada de
entrevistadores, o presidenciável respondeu as mais diversas perguntas, e
dentro de suas respostas, faço destaque dos seguintes trechos de sua fala,
naquilo que entendi e procuro transcrever em breves palavras, com destaques em
amarelo dos temas abordados:
Caso seja eleito sua primeira medida como presidente será “refundação da república” que consiste na
substituição dessa forma de governo que já provou que nunca deu certo. Pretende
cortar ministérios, diminuindo de quase 40
para apenas 15. Redução da máquina administrativa nos três poderes, cortando
cargos e privilégios. “Sempre fui um contestador dessa forma de governo.
Justamente por isso mudei varias vezes de partido, por não concordar com alguns
posicionamentos (...) Lutarei também pelo fim do
foro privilegiado, (Ele é autor desse projeto.
Disse ainda que com essa “refundação da república” que pretende fazer
também está inclusa uma reforma política com
o fim de diminuir tanta sigla partidária: “O que
vemos no Brasil atualmente na verdade é uma anarquia partidária”, com
tantos partidos”. No seu projeto, o partido terá que obter um mínimo de votação
estabelecido para evitar que surjam siglas apenas para “negociatas
eleitoreiras” como por exemplo a venda de horário político. Disse condenar o
fundo eleitoral, do qual só devera ter acesso aquele partido que obtiver pelo
menos 5% de votos em cada Estado. Disse também ser contra
a concessão de canais de TV e rádios para políticos e se for eleito não
vai permitir essas concessões; inclusive declarou que como Senador e governador
do seu Estado já recusou esse privilégio. A ser indagado sobre um processo que
sofreu no ano de 1982, alegou que o Promotor de Justiça responsável pelas
investigações, ao constatar as inverdades contidas no processo e ao perceber a
seriedade do seu governo e a lisura em sua gestão, atualmente se transformou em
seu maior cabo eleitoral. Lembrou que como senador obteve 80% dos votos do seu
Estado, e acrescentou: “Posso perder eleições,
amigos e eleitores, mas jamais perderei minha dignidade. Sou ficha limpa do
começo ao fim”.
Ao ser perguntando sobre pontos negativos
dos outros candidatos, disparou: “Me recuso falar dos outros
concorrentes sem eles estarem presentes para se defender”. Declarou ser um
democrata e respeitar o livre arbítrio tanto do eleitorado quanto da população.
Sobre a posse de armas
declarou ser favorável ao cidadão possuir arma para sua defesa, já que no momento o Estado não está dando essa segurança para a população, mas isso deve acontecer com critérios.
Outro ponto forte de suas declarações, no meu entender foi sobre a
redução do número de senadores, deputados federais, estaduais e vereadores e os
respectivos cargos comissionados, que ele diz defender, reduzindo drasticamente
os gastos do Estado. A respeito do tema educação, disse que dará uma
atenção especial ao ensino fundamental, com destaque também para escolas
técnicas. Anda destaco sua posição de acabar com as
nomeações de políticos para os cargos de Conselheiros dos Tribunais de Contas.
Sobre reforma tributária e como
fazer para conseguir implantar o seu projeto de “refundação da república”
declarou que pretende fazer uma reforma tributária, simplificando tudo em
imposto único, com isenção da cesta básica e dos remédios. “Quanto maior o Estado menos creches, menos escolas, menos
hospitais, etc. Temos que diminuir o Estado”. A população não apóia o
Congresso Nacional nem um Estado inchado e gastador. Com apoio popular acredito
que o senado não vai “nadar contra a corrente”, por isso creio que será
possível uma refundação da república. A federação, no
modelo atual não cabe no Brasil. Os municípios estão de fora. Há uma
concentração muito grande na união, restando muito pouco para os Estados e
quase nada para os municípios.
Sobre o governo Temer e alianças partidárias e liberdade de expressão,
declarou: “O governo temer é um governo de
gambiarras, um cadáver insepulto; não fez nenhuma reforma estrutural.
Não quero alianças com grandes partidos (PSDB, PT, PMDB), para não virar balcão
de negócios. Declarou que recusou os
benefícios da aposentadoria como governador, auxílio moradia e outros
benefícios e sobre a liberdade de expressão jamais
processarei um jornalista porque entendo que não existe democracia sólida em
uma imprensa livre. Sobre o bolsa
família, liberação da maconha e posse de armas: O
bolsa família continua, mas sempre incentivando e facilitando a busca
por emprego, e mesmo conseguindo esse emprego o bolsa família continuará até
dois anos. Sobre a liberação da maconha, disse ser
radicalmente contra. “O Brasil ainda não atingiu essa maturidade”. Com
relação a posse de arma, declarou ser
favorável ao cidadão ter o direito da posse de arma, mas com regras e
responsabilidade.
Parabéns a TV cultura e toda
equipe do Roda Vida, pelo excelente programa, que mais uma vez prova ser um dos
melhores programas de entrevistas do país.
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