sexta-feira, 25 de julho de 2014

HOJE É O DIA DO ESCRITOR

         

     Quero aproveitar o espaço para homenagear uma gama de contadores de histórias, reais ou fictícias que tornam a nossa vida mais prazerosa.

      Como é bom a gente pegar um bom livro e nos deleitar em sua leitura, viajar em cada capítulo, mergulhar na vida dos personagens, as vezes até tomar partido e ao final sentir aquele gostinho que valeu a pena.

       Não que o escritor seja um “salvador da pátria”, mas com certeza ele contribui para preencher certos espaços na alma humana que só uma boa leitura pode conseguir sem direito a prestação de contas do leitor. É que o escritor é aquele que recria o mundo e a vida segundo a sua visão, que pode ou não ser compartilhada por aqueles que cultivam o habito da leitura e que são os verdadeiros parceiros de quem escreve, na maioria das vezes  nem se conhecendo pessoalmente.

      Foi esse o caso de um senhor, oficial aposentado da Polícia Militar que me ligou de São Paulo, me parabenizando pelo lançamento do livro “As Janelas do Sobrado”. O homem contava com mais de 80 anos e confessou que chorou ao ler minha obra. Reviveu os tempos de infância, quando morava aqui em Buíque. 

    Em outra oportunidade, um jovem senhor buiquense, residente em São Paulo me ligou numa tarde de sábado e passamos mais de hora conversando ao celular. Ele disse está encantado com a leitura da minha obra, que já havia lido juntamente com sua esposa, por três vezes e até me convidou para passar uns dias com sua família durante as férias.

         Outro amigo buiquense residente em Arcoverde, me confidenciou que iniciou a leitura do meu livro durante a noite e quase amanheceu o dia sem conseguir dormir, querendo consumir cada página, movido pela emoção de ver naqueles relatos parte de sua vida e de sua família.

         São fatos como esses que nos enche de alegria e motivação para continuar escrevendo, não para fazer da escrita um negócio rentável, mas pelo prazer de ser também um contador de histórias.  
      
     O agora saudoso Rubem Alves, dizia que todo escritor é um bom contador de histórias. Ariano Suassuna dizia que gostava muito de histórias, tanto escritas pelos eruditos, quanto mais, e acima de tudo, aquelas vividas e contadas pelo povo simples do nordeste brasileiro, seu mundo.
     Em toda cidade, por pequena que seja sempre existem os bons contadores de histórias. Pessoas simples que nunca escreveram um livro, as vezes sequer assinam o nome, mas são exímios contadores de histórias, capazes de prender a atenção de ouvintes, por inquieto que seja. Pois é pra esses e tantos outros que envio meus cumprimentos nesta data, com o desejo de que nunca faltem motivos e assuntos para novas histórias. Mesmo que sejam ilusórias ou contos da “carochinha”. Elas também tem o seu papel na vida do ser humano. As vezes precisamos sair do sério e voltar a ser criança. A vida já é séria demais para passarmos por ela de cara fechada, sem a alegria de ao menos contar uma história  ou cantar uma canção para uma criança. 

         Vamos dar ouvidos a imaginação e contar historias (e ouvir a dos outros também). Assim fazendo, espantaremos a solidão, que é uma fera e que devora, pois ela é amiga das horas prima irmã do tempo e faz nossos relógios caminharem lentos, causando um descompasso em nosso coração. Assim dizia a canção.    (Trecho da música SOLIDÃO, de Alceu Valença).


         Um abraço aos escritores buiquenses, Manoel Modesto, Graça Maia, Cidinaldo Araújo, Rosa Ramos,  Sivaldo, Leonardo (Léo Chocolate) Irivânia e tantos outros, e a nossa saudade daquele que fez de Buíque o seu cordão umbilical Cyl Gallindo.   

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