segunda-feira, 2 de abril de 2018

A LEI MARIA DA PENHA


A LEI MARIA DA PENHA
Em forma de poesia de cordel

DEDICATÓRIA

         À todas as pessoas, que conscientes de seus valores, não ficam caladas e inertes diante de todo e qualquer tipo de agressão, na certeza de que “um grito isolado pode não ser ouvido, mas quando somado a outros, em vez de um simples apelo torna-se uma exigência”.
Junho de 2007

Paulo Tarciso Freire de Almeida
Autor
Celular (87) 9.9995.4400

A LEI MARIA DA PENHA

No dia sete de agosto
Do ano dois mil e seis
Uma lei foi sancionada
Para punir de uma vez
Quem bate e oprime a mulher
Levando o “brabo” ao xadrez.

MARIA DA PENHA, o nome
Dessa lei que foi criada
Nº onze, três, quatro zero (11.340)
Por “Lula” foi sancionada
Ta amansando os valentes
Desde que foi promulgada.

 A origem dessa lei
Pra lhe deixar informado
Foi porque em oitenta e três (1983)
Um crime foi registrado
Vítima Maria da Penha
Foi homicídio tentado.

 Maria da Penha a vítima
Nordestina, por sinal
Cearense das valentes
É o símbolo principal
Em defesa da mulher
Merece aqui nosso aval.
 
O réu foi o próprio marido
Que a sua arma sacou
Atirando em sua esposa
Vários anos se “passou”
Pensava: “caso encerrado
Livre desse crime estou!”.

 Passou dezenove anos
Mas chegou a decisão
Depois de muitas batalhas
Movimentando a nação
O réu foi sentenciado:
Oito anos de prisão.

 Começava então a luta
Contra a impunidade
Para os crimes “em família”
Que havia em toda cidade
Movimentos sociais
Com toda sociedade.

Cabra da “munheca” boa
Acostumado a espancar
Sua pobre companheira
Que nem podia falar
Teve que “freiar seu braço’
Até a voz grossa afinar.

 Muito macho “chei de cana”
Brabo em casa com a mulher
Batia nela e gritava
Nos filhos metia o pé
Agora vai pro xadrez
“A pensão do seu mané”.
 
Quando é com outro macho
O cabra fica mofino
Fala baixo e até se cala
Se parece até menino
Mas quando é com a mulher
É metido a “Virgulino”.

 Quem manda em casa sou eu!
Não adianta falar!
Quero, mando, falo e grito,
Dê parte pra eu lhe matar!
Esse tal comportamento
Não pode continuar.

 Seja morte ou lesão
A dor física ou sexual
Psicológica e até dano
Ao patrimônio ou moral
Procure a Delegacia
Corte a raiz desse mau!.

Independente de classe
Raça, renda ou cultura
Idade ou religião
Trate a mulher com brandura
Afinal, pra que violência?
Em vez de ódio, a candura.

 Direito real á vida
Saúde, também segurança
Cultura e acesso ao trabalho
Dignidade e esperança
Direitos de toda mulher
Respeito vem de criança.

 Coabitando com ela
Dentro de casa, no lar
Mesmo que seja um convívio
Sem vínculo familiar
Respeito a mulher merece
Ela vem nos completar.
 
No capítulo número dois
Nos fala da assistência
Que a mulher vem receber
Sendo vítima de violência
Doméstica e familiar
Em estado de emergência.

 Do artigo dez ao doze
Fala sobre o Delegado
E o atendimento á vítima
O Inquérito a ser instaurado
E dá outras providências
Contra o brabão ou tarado.

A ofendida é quem escolhe
Pois é sua a opção
Onde “corre” a ação civil
Não terá vez o machão
E tem até exigências
Pra se ter conciliação.

 No artigo vinte e dois
Dar ao Juiz opções
Suspender porte de arma
Dos maridos valentões
Afastar da residência
Entre outras restrições.

 Além do “hotel cinco estrelas”
O Juiz pode obrigar
O brabão dar alimentos
Pra nunca mais espancar
A quem lhe deu vários filhos
Presentes melhor que há.

 O artigo vinte e três
Permite, se for preciso
Ao Juiz determinar
Devolver bens subtraídos
Compra e venda invalidar
E afastar o “atrevido”.
 
O Promotor intervém
Mesmo sem parte ele ser
Nas ações penais ou cíveis
Quando for vítima a mulher
Também o advogado
É assim que a lei prevê.

A União e os Estados
O Distrito Federal
E também os municípios
No seu limite legal
Podem criar alguns centros
De atendimento integral.

 Casas-abrigos pras mulheres
E os dependentes seus
As vítimas da violência
De quem do amor esqueceu
E foi parar no presídio
Mansão que o próprio escolheu.

 “Em mulher nunca se bate
Nem mesmo com uma flor”
Pra ela só dê carinho
Afeto, abraço e calor
Diálogo e um presente
Em vez e brigas, amor.
 
Mas não é só em mulher
Que você deve evitar
Bater, humilhar e dar gritos
Convivendo em um só lar
Mulher é o foco especial
A paz é o melhor lugar.

 As munhecas de um macho
Que em mulher vem bater
Merece um par de algemas
Numa cela adormecer
Enfrentar o Delegado
Vê se é macho pra valer.

Fiança não tem direito
Pro “quengo quente” esfriar
Só dormir com pernilongos
Negão pra lhe despertar
Passear em viatura
Com as pulseiras a lhe apertar.
 
Saudade dos carinhos dela
Talvez lhe venha na mente
Cheiro do filho mais novo
Claro que o “animal’ sente
Talvez depois de dez meses
Seus atos cruéis repense.

 Pois bem meus caros ouvintes
Dê sua contribuição
Faça também sua parte
Isso é uma obrigação
Diga SIM se for à PAZ
Pra VIOLÊNCIA dê “NÃO”!.

                                               Junho de 2007
                                   Paulo Tarciso Freire de Almeida
    Autor

Celular (87) 9.9995.4400

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