Cordel PRA UNIR OU SEPARAR CUIDADO COM O CELULAR

PRA UNIR OU SEPARAR

 CUIDADO COM O CELULAR

 

Bom dia, boa tarde ou boa noite

Conforme a ocasião

Peço licença a vocês

E também sua atenção

Para falar de um assunto

Digo agora: “Tamo junto”

Falo com convicção.

 

Eu escrevi já faz tempo

Sobre a televisão

Seu papel de divertir

Também de destruição

Tudo tem os seus dois lados

Ou expert ou bitolado

Vai depender da visão.

 

O assunto é o celular

Esse aparelho importante

Que serve pra aproximar

Por mais que esteja distante

Só a voz ou vendo o rosto

Quem inventou tem bom gosto

Serve a todo habitante.

 

Um filho fala com o pai

Até de outro país

Vê o rosto e diz “te amo”

Fazendo a ambos feliz

Pede o lanche e paga a conta

Faz depósito e até desconta

Pra cortês ou imbecis.

 

Esse dito aparelho

Digo quem foi o inventou

Martin Cooper americano

De Chicago, sim senhor

Sua primeira chamada

Cito agora qual a data

Quem recebeu, quem chamou.

 

Quem ligou foi o próprio Martin

Joel Stanley atendeu

Ano de setenta e três (1973)

Mundo inteiro conheceu

Se espalhando no planeta

Rápido, igual cometa

Grande avanço aconteceu.

 

De repente em todo canto

“pontos” foram inaugurados

Celular igual tijolo

Grande, feioso e pesado

Vendia igual a bolacha

Que em todo canto se acha

Eram vendidos ou trocados.

 

Para marcar uma consulta

Com um médico ou advogado

Ou comprar uma passagem

Tendo o celular ligado

Chamou, será atendido

É só colocar no ouvido

E pode ser até gravado.

 

No início criticavam:

Vai servir para acabar

Casamentos e noivados

Pois encontros vão marcar

Contribui para a traição

Com o celular na mão

Vai ter sofrer e penar.

 

Diziam: marcar encontros

Agora fácil ficou

Homem ligar pra amante

Hora e local acertou

Ninguém viu, nem vai saber

É o que se ouvia dizer

Esse aparelho ajudou.

 

Uma cena engraçada

Eu vi em minha cidade

Matuto com celular

Não tinha nem qualidade

Mas mesmo assim se amostrava

E bem alto ali falava

Pra ter visibilidade.

 

Com uma mão ao ouvido

Segurando o celular

Do outro lado da praça

Seu amigo a escutar

E no mesmo quarteirão

Para chamar atenção

Um ao outro a acenar.

 

Todos que ali já passavam

Riam daqueles dois moços

Quando uma jovem passava

Parecia um alvoroço

Pois sua voz aumentava

Cruzando pela estrada

Pareciam até dois moucos.

 

Os celulares no início

Pareciam um bolachão

Ou um tijolo de barro

Com peso doía a mão

Muita gente se amostrava

Ao receber a chamada

Só pra chamar a atenção.

 

Os velhos hoje já usam

Mesmo quem não sabe ler

Olham a foto e já conhecem

Ao ligar ou atender

Estão atualizados

Se sentem modernizados

Nunca é tarde pra aprender.

 

Mas como toda moeda

Tem dois lados, vou dizer

Uma é cara outra coroa

Para o mau ou bendizer

Ele ensina a orar

Tem aula pra estudar

Ou “coisa feia” pra ver.

 

Facebook ou Instagram

Tiktok ou fofocagem

Desaforo ou desabafo

Mentiras e pilantragens

Tem nas redes socais

Pra perder tempo demais

É uma grande viagem.

 

Tem casa que hoje em dia

Tem mais celular que gente

Se a pessoa descuidar

Fica meio lerdo da mente

Tem casais se separando

E tudo isso acusando

A ligação ou a lente.

 

O marido tem a senha

Mas não passa pra mulher

Esposa do mesmo jeito:

“Ou confia ou não me quer”

E só se vê o dedinho

Mensagem indo e vindo

Só eles sabem quem é.

 

A comida as vezes queima

Pois as redes sociais

Tem novidades chegando

Crescendo cada vez mais

E os olhinhos colados

Quando o feijão tá queimado

Acabou-se até o gás.

 

As crianças que brincavam

Barra-bandeira ou pinhão

Pelada no “meio da rua”

Soltar pipa ou avião

Boneca para as meninas

Queimada e amarelinha

Hoje é só recordação.

 

Adoleta, vivo ou morto

Cabra cega, passa o anel

Bambolê, bola de gude

Pular corda e Deus do céu

Restam lembranças no peito

E quem não marchar direito

Ia preso pro quartel.

 

Hoje em dia o celular

Nas mãos de uma criança

Dia e noite ela mexendo

Não tem fome nem se cansa

Se deixar até madruga

Para os pais é grande a luta

Grande peso na balança.

 

Os desenhos animados

Pernalonga ou Patolino

A Pantera Cor-de-Rosa

Que era a festa dos meninos

Tom e Jerry ou Pica-pau

Scooby-Doo ou Popeye

Foram aos poucos se sumindo.

 

 Serve pra fazer consultas

Doutor Google é muito usado

Dicionário, tira dúvida

Jornal, Bíblia ou hinário

Fazer pedido de lanche

Seja de perto ou distante

O delivery é chamado.

 

Poder usar pra chamar Uber

Pedir socorro à polícia

Despertar de madrugada

Marcar tempo de corrida

Só não pode ser otário

Pois golpe de salafrário

Tenha cuidado na lista.

 

Houve um pai ignorante

Que vendo o filho atolado

No celular o dia inteiro

Ficando mau comportado

Pedia pra dar um tempo

Pro almoço ou alimento

Nunca sendo respeitado.

 

Tendo seus nervos abalados

Foi pegando o celular

Do filho e já foi dizendo:

“A farra vai acabar”

De hoje “ivante” vai ter hora

Desse bicho e da escola

E também pra acordar.

 

Vai ter hora de me ouvir

E de fazer a lição

De olhar o celular

Mas também da refeição

Essa é a nova jornada

Se ela for bem usada

Traz conforto e solução.

 

Compre o seu, tenha cuidado

E se a criança usar

Fiscalize e marque o tempo

Mesmo se ela se zangar

Depois vai agradecer

Isso o tempo vai dizer

Você vai me confirmar.

 

 Buique, 20 de Junho de 2025

Paulo Tarciso Freire de Almeida

Buíque -PE


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